Alexandre Garcia: 'Conta que aluno paga é o futuro de cada um e do país'
Em algumas capitais, aulas estão longe de terminar e vão entrar por 2015. Para analista, Brasil está na mesma, devagarinho, ultrapassado.
O ano letivo está quase acabando, e a maioria dos estudantes já deveria estar de férias. Pior que não. Em algumas capitais, as aulas estão longe de terminar e vão entrar por 2015.
Tente explicar isso para algum amigo em país próximo: um uruguaio, chileno, argentino. O amigo não vai entender que um ano vai terminar no outro. Por causa de greve, como está acontecendo em Brasília, por falta de pagamento, por causa de futebol, por causa de festa ou porque as escolas estão caindo.
O amigo não vai entender em país em que o ensino se tornou prioridade há um século e meio e se implantou uma cultura, melhor, um culto ao aprendizado, à escola, ao professor. A consequência pode ser medida por prêmio Nobel. O Chile tem dois, a Argentina cinco. O Brasil, zero. Argentina 5 a 0 no Brasil em Prêmio Nobel. E a conta que o aluno paga é outro tipo de conta. É conta que não pode ser medida em dinheiro. A conta é o futuro, de cada um e do país.
Eu lembro quando eu era jovem, éramos mais desenvolvidos que a China. A China comunista passou a mandar seus jovens para o país capitalista para fazerem mestrado e doutorado. Preparava o futuro, que já chegou na China. Está disputando com os Estados Unidos a primazia.
A Coreia totalmente destruída por duas guerras, há 60 anos, pôs a educação como prioridade absoluta. Hoje é um país desenvolvido, rico. E nós sempre na mesma, devagarinho, ultrapassados. Metade dos jovens não terminam o fundamental na idade que é esperada. Pouco dominam a leitura, menos ainda a matemática e as ciências. O pior de tudo é que estamos satisfeitos com isso, acostumados.
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