Quando os soviéticos invadiram a Checoslováquia em 1968 e acabaram com a Primavera de Praga, Milos Forman já tinha dirigido três longas, sendo o cineasta mais interessante da nouvelle vague local.
Vendo que a maré não estava mais para peixe, ele emigrou, indo parar em Nova York. Aí dirigiu em 1971 este pequeno filme, “Taking off/Procura insaciável”, Prêmio do Júri em Cannes.
Uma divertida comédia de costumes que merece ser melhor conhecida.
Resumindo para situar a cena. Casal da alta burguesia de NY entra em crise quando a filha adolescente passa a sair sem avisar e sem hora para voltar. A garota de 16 anos está na dela, em plena revolução de costumes, mas os pais não.
Vão parar numa Associação de Pais de Filhos Desaparecidos, ou coisa que o valha. Lá o lema é tentar compreender os filhos, tendo as mesmas experiências que eles.
Aqui vemos uma aula de fumar maconha, comandada pelo ator Vincent Schiavelli. É uma ótima sequência, deliciosa. Alta comédia. E também ousada, pois foi feita 43 anos atrás, quando a classe média ainda “descobria” a cannabis sativa.
Por isso o filme teve exibição limitada nos Estados Unidos e fracassou na bilheteria.
Forman foi então para Hollywood, iniciou nova carreira, venceu na vida e do resto sabemos nós. Mas, palavra de cinéfilo, prefiro esta primeira fase: os filmes checos e este “Taking off”.
Possuem uma leveza que não encontro mais nos posteriores.
JOÃO CARLOS RODRIGUES
Dos checos gosto do Baile dos Bombeiros e do Amores de uma Loira.
ResponderExcluirNos EUA, além do Taking Off (as sequências do jogo de pôquer são ótimas) gosto muitíssimo do Estranho no Ninho.