O minúsculo bairro de Stella Maris, apesar de
sua beleza, localização privilegiada e do seu potencial turístico,
historicamente (e sempre) foi desprezado pelas administrações do município e do
Estado. Parece que cada prefeito que Salvador já teve, propositadamente escolhia (e escolhe) o pior administrador disponível
para gerir Itapuã.
Stella Maris cresceu invadindo reservas naturais, destruindo
o meio ambiente, erigindo imóveis acima da quota permitida e, no mínimo, bizarros(Rua Monsenhor Francisco Paiva Marques). Muitos sem a devida autorização da
Secretaria pertinente. Ou por meio de transgressões, como um condomínio que invadiu a faixa litorânea reservada ao
trânsito (isso há anos!) e as
autoridadesda época não notaram(não?!):fica ao lado do Gran Hotel Stella Maris Resort que aproveitou para
acompanhar o alinhamento avançado.
Bairro mal asfaltado, sem drenagem, rara e pessimamente iluminado.
Terrenos baldios abertos, cheios de lixo e entulho. Quando a Embasa faz suas
crateras ninguém exige o reparo da rua. Apesar da cobrança da taxa de
iluminação pública - que os
moradores e comerciantes pagam compulsoriamente na fatura da Coelba - há ruas onde postes estão prestes a
cair, as lâmpadas (sempre inadequadas) estão queimadas há meses e, mais absurdo ainda,pelo menos uma rua, perpendicular à via principal do bairro (Rua Capitão Melo), a despeito de abrigar um mini
shopping e residências, não possui nenhum
poste instalado (Rua Carlos Ott). No
cruzamento da Rua Capitão Melo com Monsenhor Francisco Paiva Marques há um
poste (apagado, é claro!) que também
há anos está cravado no meio da pista, fora da calçada.
Porém a rua que mais sofre (e a mais abandonada) é a Rua
Lídia Borja (antiga Rua A): a mais
baixa do bairro, que recebe todo o lixo das enchentes (e das obras) e em cujo
final, uma canalização mal feita e sem projeto ambiental, fez com que um
pequeno curso d’água que deságua no mar se transformasse em um terrível e mal
cheiroso esgoto que está poluindo gravemente a,até então, não poluída
praia de Stella Maris. (Ao longo da Rua Carlos Ott).
E o IPTU é um dos mais altos da cidade!
Assim o bairro vai degradando. Por total falta de atenção,
interesse, controleefiscalização por parte das autoridades às muitas
irregularidades existentes – nem todas aqui citadas –que são transgressões às leis
cíveis e mais especificamente às leis que protegem a costa marítima, o meio
ambiente e à Lei Orgânica Municipal.
Todavia, antes fossem essas as piores mazelas de Stella
Maris!O mais grave é a questão da segurança.
Próximo de comunidades onde o crime, especialmente o
tráfico de drogas domina, os moradores de Stella Maris vivem aterrorizados; dia e noite, não tem hora, com os constantes
assaltos e roubos: de residências e
de automóveis (principalmente).A
integridade física e patrimonialde cidadãos de bem, mulheres, homens, jovens,
crianças e os muitos idosos que moram no bairro vive ameaçada.
Os moradores da chamada Alameda da Praia,área densamente habitada,
sofrem com os sequentes ataques de criminosos (vez por outra o local também
serve para desova de cadáveres) por conta da facilidade de acesso e fuga, de
motocicletas que facilmente atravessam a larga passarela que liga Stella Maris
à perigosa comunidade apelidada de Planeta dos Macacos.
Aliás, Stella Maris oferece uma excelente rota de fuga
para marginais, quer pela via Paralela quer pela praia, já que o bairro fica
comprimido entre essas duas e ainda conta com bons esconderijos nas dunas e nos
terrenos baldios.Em alguns pontos da praia moram sem-teto e os guardadores das
tendas que substituíram as barracas, em mal arranjados barracos.
A
Companhia da PM (15º Batalhão),que
fica na altura da Pedra do Sal, em
frente ao Hotel De Ville, e que
deveria fazer o policiamento preventivo e repressivo tem um contingente humano
ridículo e não possuem veículos suficientes para a extensão da área que devem
proteger (de Patamares a Ipitanga, que
fica em Lauro de Freitas;e da orla
até o outro lado da via Paralela,
onde estão as comunidades mais violentas). Fato que seopõe
à razão e ao bom senso,que é
destituído de sentido, de racionalidade e de respeito com a vida dos cidadãos.
Estima-se que no bairro(incluindo o
conjunto Petromar, Pedra do Sal e Flamengo) residam mais de 70 mil pessoas. Fora
os flutuantes que trabalham no comércio e nas muitas escolas para crianças e
jovens do bairro.
Recentemente
(junho 2014) os moradores de Stella Marisse uniram para reivindicar melhorias
no bairro. E com mais de 04 mil
assinaturas, através de uma comissão,reuniram-se com Lícia Maria F. Cardoso - Chefe de Gabinete da FMLF -
Fundação Mário Leal Ferreira que informou, por e-mail, após a reunião, o que
segue:
“Com referência à correspondência da comissão
de Moradores de Stella Mares, encaminhada a esta Fundação em 05 de junho
último, esclarecemos:
· 1. Os serviços
de topografia da área já foram concluídos;
· 2. A
elaboração da proposta de requalificação será executada por empresa a ser contratada
por esta Fundação, através de licitação pública, prevista para o próximo mês de
julho – já se encontram em fase de conclusão os estudos iniciais que darão
suporte ao procedimento licitatório;
· 3. Agradecemos
a disponibilização do espaço e entraremos em contato para agendamento tão logo
tenhamos formalizada a contratação da empresa vencedora da licitação;
· 4. Reafirmamos
que a discussão com a comunidade local é uma das exigências contidas no edital
de licitação tendo em vista o nosso entendimento de que tal projeto seja
desenvolvido a partir de ampla discussão.”
Estamos no aguardo, já que o mês de
julho já findou.
A demanda mais delicada,
e urgente urgentíssima, a questão da segurança, também foi levada ao
conhecimento do Comandante Geral da PM, em audiência com representantes de
comerciantes e moradores de Stella Maris, no dia 06 de agosto. Naquela ocasião
foram-lhe entregues 6.534 (seis mil quinhentas e trinta e quatro) nomes de uma
petição assinada pelos que vivem e/ou trabalham no bairro.
O pedido versa sobre a
criação de um Batalhão da PM no bairro de Stella Maris que cubra as áreas do
Farol de Itapuã, Pedra do Sal, especialmente Stella Maris (a mais violenta e
desamparada), Praias do Flamengo e Ipitanga (em Lauro de Freitas).
O Comandante prometeu
inspecionar pessoalmente a região entre os dias 11 e 12 de agostoe agendar outra
reunião para “APRESENTAR ALTERNATIVAS DE IMEDIATO EM UMA
SEGUNDA AUDIÊNCIA, AINDA ESTE MÊS”.
Por enquanto (hoje é dia
15 de agosto) essa vistoria ainda não aconteceu e a criminalidade,
trágica coincidência, se tornou acirrada nos últimos dez dias, a saber:
1- No dia 30 de julho, bandidos invadiram um Village na Rua Gilberto Freire
e depenaram três casas (o Jornal A Tarde deu minúscula notinha).
2- A casa
do editor e proprietário do jornal de bairro Encontre Aqui, teve sua casa
assaltada e todo o dinheiro para pagar funcionários e fornecedores, notebooks
celulares etc foram roubados.
3- Na semana de 04 a 08 de agosto, três
carros foram roubados à luz do dia em frente ao movimentado Shopping Stella
Market na rua principal de Stella. 4- Na terça-feira, dia 12, um
marginal que esteve parado observando o movimento em frente ao mesmo shopping
assaltou uma senhora e roubou seu automóvel.
O crime foi presenciado por lojistas
que, no ato, telefonaram para o nº 190 para interceptarem a tempo
o ladrão. A resposta foi que a dona do carro procurasse a delegacia de roubos e
furtos (inacreditável!).
Outros – um carro preto, não se conseguiu ver
placa, cercou o carro de um comerciante (com seus filhos dentro) na esquina da
Rua Capitão Melo com Monsenhor Francisco Paiva Marques (onde tem o poste no
meio da rua) e o assaltou. Dias antes, sua filha, a pé, também foi roubada.
Esses são apenas alguns dos eventos
criminosos dos últimos 10 dias, e que ficamos sabendo. Como não há um meio de
comunicação tempestivo entre o bairro todo, talvez –e muito provavelmente –
nesse período e em outros perímetros tenha havido mais ações criminosas.
Como a criação de
batalhões depende de vontade política porque os comandantes das polícias são os
governadores (e com o atual ainda não conseguimos acesso), só nos resta apelar
para a mídia.
( NÃO FOI POSSÍVEL REPRODUZIR A FOTO ANEXA)
ALOISIO MELO FILHO (Restaurante do LORO)
LUIZ CAYRES TUNES (Advogado)
PAULO CÉZAR BARROS (representante do Petromar)
Em nome de todos, agradeço o apoio.
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