SOBRE DRAUZIO VARELLA
ALEXEI BUENO
Esse tal Drauzio Varella, guindado a “Médico do Brasil” pela Rede Globo, é tão competente que viajou para a Floresta Amazônica sem tomar vacina contra a Febre Amarela – declarou na época que não sabia que era necessária! – e quase morreu, desde então o chamo de Drauzio Amarela. Não morreu, aliás, pois vaso ruim não quebra. Esse texto - exemplo lamentável da pseudo-medicina estatística, tão cara aos anglo-saxões, em conúbio imoral com a auto-ajuda e o politicamente correto - foi escrito por algum gaúcho, ou outro meridional, o uso incessante da segunda pessoa não é coisa de paulista. O que realmente nunca entendi é como um ser humano dotado de um mínimo de espírito consegue se interessar tanto por sua hipotética longevidade, pesando dia e noite os prós e contras de hábitos, bebidas e alimentos, ou o fato de, se comer quatro folhas de alface por dia, poder viver mais duas semanas após chegar aos 98 anos. Isso é baixo, é vil, é ridículo, é covarde, imaginem o que um grego antigo diria disso! Eu tenho 51 anos, e se estourar amanhã, acho que já vou tarde, pelo menos me livro daquilo que os já lembrados helênicos chamavam de “velhice funesta”. Por que esse desespero em viver mais e mais, para quê? Para fazer declaração de Imposto de Renda, para assistir ao espetáculo da política brasileira, para ouvir falar sobre a despoluição da Baía de Guanabara ou sobre a diminuição da maioridade penal, para acompanhar os sunitas, xiitas e alauítas matarem-se uns aos outros, para mirar as moçoilas fazendo biquinho em seus selfies postados e curtidos no Facebook? Estamos vivendo o momento máximo de cretinização, infantilização, e, sobretudo, emasculação da Humanidade, para o qual envio um sonoroso “foda-se”! Haja saco! E após perder tempo escrevendo isso, vou tomar uma cachaça com uns torresminhos, fumando o meu charuto.
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