terça-feira, 5 de agosto de 2014

DE ALBA LIBERATO

Exibindo foto 1.JPG

(...) envio essas fotos para partilhar uma conquista pessoal de intenso e profundo significado: a aceitação do convite do MAM em participar da III Bienal da Bahia, tendo sido coadjuvante no processo das duas primeiras e únicas, quando nasciam nossa primeira e segunda filhas, exatamente 1966 e 1968. Coadjuvante que fui de fato e de direito, exercendo o papel de presente em sendo mãe, e recebendo os ecos de um acontecimento imenso onde Chico tinha um destaque na organização e como artista já atuante e respeitado na época.
Como coadjuvante distante fui tambem memória de uma ruptura benéfica para as artes do nosso estado e do nosso país. O museu, somando a outros depoimentos preciosos, captou o nosso numa manhã memorável com Lia Robatto, Chico e eu ante uma plateia interessada. Conto esta história para dimensionar a conquista pessoal.
Pois bem, aceitei agora lavar a alma do passado doloroso. A II Bienal da Bahia, o mundo ocidental de então só tinha 3 bienais, hoje são centena, fechou com todas as obras confiscadas e destruídas, os artistas e organizadores encontrados, presos e torturados. Escapamos da prisão mas tivemos por 4 anos dois processos militares para provar que nada mais fazíamos que exercer nosso pensamento através da arte. E tivemos que mudar de meio de expressão pra manter a pele e a existência. Migramos pro desenho animado.
Agora, Chico com uma instalação no Palacete das Artes está presente dando seu recado, e eu no MAM, Sala Rubem Valentin, o guerreiro que falava na riscadura brasileira como principio de reconhecimento da nossa arte. Chico se reporta à arte plumária, eu ao cordel.
Os tempos passam, as marés vão e voltam, e a fé é necessária para chegar a momentos como esse. Deus é brasileiro! E o é para todos nós, podem crer! ...
Bom dia, Alba

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