domingo, 6 de abril de 2014

O PODER DE PRESENTE

Jânio de Freitas
Legais, sim; legítimos, não. Assim serão os governos do Rio e de Minas, e de mais cinco Estados, cujos governadores eleitos passaram seus cargos aos vices, como condição para se candidatarem a outros cargos.

Os que vão governar integraram chapas e tornaram-se vices por indicações originárias de conchavos políticos ou, não propriamente raros, financeiros. Tornam-se, durante nove meses, os mais altos mandatários em seus Estados graças a votos dados a outros, os cabeças de chapa.

A mesma incoerência que gerou os suplentes de senadores, no regime em que a representatividade é concedida ao Executivo e ao Legislativo por eleição direta, vai ainda mais longe no caso dos governadores sem voto. Quem lhes passou os cargos precisou renunciar para concorrer a outra função, mas os governadores sem voto podem candidatar-se, nas mesmas eleições, sem sair do cargo.

Candidato a governador já instalado nos poderes de governador significa, sempre, um desequilíbrio nas condições dos concorrentes. E completa a perda da legitimidade d
emocrática da eleição. A depender do resultado, também a do governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails