Jânio de Freitas
Legais, sim; legítimos, não. Assim serão os governos do Rio e de Minas, e de mais cinco Estados, cujos governadores eleitos passaram seus cargos aos vices, como condição para se candidatarem a outros cargos.
Os que vão governar integraram chapas e tornaram-se vices por indicações originárias de conchavos políticos ou, não propriamente raros, financeiros. Tornam-se, durante nove meses, os mais altos mandatários em seus Estados graças a votos dados a outros, os cabeças de chapa.
A mesma incoerência que gerou os suplentes de senadores, no regime em que a representatividade é concedida ao Executivo e ao Legislativo por eleição direta, vai ainda mais longe no caso dos governadores sem voto. Quem lhes passou os cargos precisou renunciar para concorrer a outra função, mas os governadores sem voto podem candidatar-se, nas mesmas eleições, sem sair do cargo.
Candidato a governador já instalado nos poderes de governador significa, sempre, um desequilíbrio nas condições dos concorrentes. E completa a perda da legitimidade democrática da eleição. A depender do resultado, também a do governo.
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