A historiadora americana Carolin C. Young descreve Paris nos seguintes termos:
“As proporções de Paris são fenomenais graças às dimensões humanas do Sena que corre tranquilamente no coração da cidade. Ao contrário das superfícies imponentes da East River em New York, da Tamise em Londres ou do Tibre em Roma o Sena é estreito. Este fato causou um impacto físico cujas consequências são construções pequenas, equilibradas e agradáveis. Impossível, vivendo em Paris, não mergulhar no passado desta cidade. Mas não se trata de um mausoléu, ela é também viva e contemporânea.”
A revista M do Jornal Le Monde entrevistou Carolin Young e em seguida pediu à estrangeiros famosos residentes aqui que citassem somente um endereço parisiense.
Masaya Kuroki, um dos estilistas da marca Kitsuné citou o jardim do Palais Royal, um lugar íntimo, protegido porque as pessoas não o veem do exterior. Um lugar que o fascina pelo encontro entre as construções de séculos passados e a obra de arte contemporânea chamada Les Colonnes de Buren.
Maurizio Galante, designer italiano, escolheu uma das salas do Museu Carnavalet onde se encontra um quadro pintado por Jean Jacques François Le Barbier que conta a Declaração dos direitos do homem e do cidadão de 1789. 23, rue de Sévigné, Paris 3e.
Yaz Bukey, estilista turca, se lembra de ter frequentado a Biblioteca Forney e seu acervo iconográfico especializado em artes. Um prédio que nos lembra um castelo com uma arquitetura um pouco gótica e um pequeno jardim interno. 1, rue du Figuier, Paris 4e.
Paolo Roversi, fotógrafo italiano considera o Sena a alma de Paris. Nas suas margens sentimos a cidade como em nenhum outro ponto.
Bess Nielsen, estilista da marca Épice, citou o Café Progrès, no Marais. Ela o conhece desde os anos 1970 e ele não mudou em nada. Enquanto outros foram comprados por cadeias, o Progrès ainda é autêntico, com verdadeiros garçons mal humorados. 1, rue de Bretagne, Paris 3e.
Sanjit Manku, arquiteto canadense e um dos responsáveis pela decoração da Residência Nell fala do charme bruto e sofisticado do Museu de Paleontologia do Jardin des Plantes em Paris. Um espaço simples, delicado, antigo e que exala uma mistura de charme e de mistério. 2, rue Buffon, Paris 5e.
Faço parte dos 15% de expatriados de Paris e me identifico palavra por palavra com a turma acima. Os que conhecem o blog sabem que todas as vezes que caminho por Paris, meu passeio termina no Sena. Graças à Caroline Young fica claro porque as margens deste rio são mais vivas, mais integradas na vida da cidade e na circulação dos pedestres. O Sena é pequeno, acolhedor, uma “dimensão humana”.
Fico fascinada também com o secreto Palais Royal, com o Museu Carnavalet impregnado pela história de Paris, com o Museu de Paleontologia e seus mistérios, com o Marais e seus verdadeiros cafés. Morei treze anos no Marais e durante este período frequentei todos os seus cafés – vários citados aqui no blog – e fui uma verdadeira ratinha da biblioteca Forney. Posso dizer que foi lá que começou a aventura do Conexão Paris, nas minhas intermináveis leituras e pesquisas.
E se você não conhece ainda os lugares citados, fica aqui a sugestão.
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