Na quinta-feira passada, recebi uma curiosa chamada de
telefone.
- É da Associação Viva
Salvador?
-... É.
Na realidade, a dita associação está desativada há pelo
menos dois anos.
- Sou Fulana,
jornalista. Vi na revista da TAM que vocês promoveram concursos de carros de
cafezinhos.
- Bem, desde 1987, já
organizei doze concursos. O último foi na gestão do Paulo Costa Lima quando
presidente da Fundação Gregório de Mattos, que nós deu o patrocínio
indispensável. Porque um evento deste porte precisa de panfletagem, divulgação,
premiação para todos os concorrentes ...Imagine: para uns cem participantes são
dúzias de garrafas térmicas, quilos de café, açúcar, leite em pó, copos de
plástico, mocôs, chocolate...
- Mas como poderíamos
reunir os vendedores?
- Como assim? Reunir
para qué? Eles trabalham, não têm tempo para se deslocar só para conversar com
uma jornalista...
- É que achei
interessante vossa proposta para o Domingão do Faustão, da Globo...
- Bem... Então a
solução seria a Globo financiar um novo concurso.
Na verdade, com meus atuais problemas de saúde, não estou
muito entusiasta desta nova empreitada que requer muito trabalho, além de
abominar este falastrão e seu programa popularesco e medíocre. Mas, para evidenciar
a cultura popular baiana, tão desprestigiada a não ser quando interesses
econômicos ou políticos estão em jogo, até que faria um esforço...
- Mas o programa não
patrocina eventos... Entenda que isso daria uma grande visibilidade a seu
trabalho!
Ai minha paciência, engavetada há muito tempo, explode!
- De divulgação não
preciso, moça. O concurso de carros de cafezinhos já passou no Fantástico, em
todos os canais nacionais, mais nas televisões francesa, uruguaia e até
japonesa. O Faustão não tem dinheiro para patrocínios?! Mas quando o tal
programa coloca propaganda nos intervalos, suponho que esta é paga e muito bem
paga! Não? Vocês costumam se aproveitar do trabalho dos outros sem qualquer ónus Pois para eu organizar um novo concurso, preciso de dez mil reais. Sem
contar, neste caso, com meu pró-labore. Passar bem.
Fim da conversa...
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