A Bahia vive um momento muito especial. O que era para ser
democracia é hoje simultaneidade de monarquias absolutas.
Na torre de marfim do
Iphan, Luís XVI não concede audiência a embaixadores. Somente a outras
majestades.
Na Conder, Francisco I, na falta de um Delorme (autor do castelo de
Chambord), se contenta com muito pouco, haja vista a berrante coloração do Pelô
e os projetos de pavimentação da Praça Castro Alves e do Largo Dois de Julho,
mais para burlesco que para Burle Marx.
Na Secretaria Estadual de Cultura, Luis
XV “Aprés moi le déluge” se preocupa muito com a Copa do Mundo e pouco
em afirmar discordâncias com Luís XIV, digo com o teimoso secretário de
Turismo.
Este invade territórios onde nunca foi convidado para impor caras e
inúteis interferências, non obstante
o parecer de arquitetos e urbanistas. Quer porque quer construir uma sauna de
granito chamada de arena para uma programação cultural incerta e um público
mais incerto ainda.
Cada mês, realezas lançam novos projetos para o centro
histórico. Alguns são inaugurados, e, quando o são, feitos nas coxas.
Exemplos?
A requalificação das três praças criadas em 1992 suscitou um concurso nacional
com mega divulgação. O paulista Artur Casas ganhou em março de 2012. Mas até
agora... nada.
Restaurar um imóvel na Rua do Tesouro obrigou (!) a Dra Beatriz
Lima a viajar para Sevilha. Olé! Até hoje não se mexeu em um só tijolo.
A
restauração da Igreja do Rosário dos Pretos foi assunto nacional, mas o gradil,
retorcido por um caminhão, retorcido continua e com portão nada barroco de
madeirite!
Ninguém esqueceu o primeiro surto de estrelismo do outro secretário de Cultura quando inaugurou seu reinado na lama da Rocinha da Rua Alfredo Brito, prometendo uma milagrosa Vila Nova Esperança. Setenta e cinco meses já passaram, a esperança continua.
Ninguém esqueceu o primeiro surto de estrelismo do outro secretário de Cultura quando inaugurou seu reinado na lama da Rocinha da Rua Alfredo Brito, prometendo uma milagrosa Vila Nova Esperança. Setenta e cinco meses já passaram, a esperança continua.
O palco móvel do Pasqualino Magnavita, criativa
solução para evitar o constante monte-desmonte de palcos predadores e onerosos
no Largo do Pelourinho, ainda é um deprimente terreno baldio.
Cada monarca declarando “L´État, c´est moi!”.
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