segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A RESPEITO DO PROJETO ESDRÚXULO

POR GIL VICENTE TAVARES

O primeiro telefonema que recebi no dia, veio de Cláudio Marques. O projeto abaixo, que para mim era mais uma das fantasias da DITABURRA do Governo do Estado, parece que tem sólidas chances de acontecer.
Enquanto o complexo cultural dos Barris, que compreende o Xisto Bahia, a Sala Walter da Silveira, a Galeria Pierre Verger, a Sala Alexandre Robatto e a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, está abandonado, às moscas, enquanto a cidade carece de espaços, carece de revitalização de antigos cines-teatros, a Secretaria de Turismo pretende construir uma arena com capacidade para algo em torno de 5 mil pessoas, nas imediações da Praça Castro Alves.
O que menos precisamos é de festa. As que temos, já vêm degradando, emporcalhando, barbarizando a cidade em meio aos desmandos e selvageria que tomou conta de Salvador. Salvador precisa de menos festa e mais arte. Outro tipo de cultura, que a Secult-BA insiste em deteriorar, oprimir, ignorar. Com cerca de 25 milhões, o complexo dos Barris poderia ser revitalizado, modernizado, teríamos a possibilidade da Cinemateca tão reivindicada por Claudio Marques, uma sala pública em pleno funcionamento, um teatro vivo e em pleno funcionamento técnico e artístico. Outras ações poderiam ser feitas.
Muito critica-se a reforma do Teatro Castro Alves. Até onde sei, reformar uma estrutura comprometida em termos técnicos, criar uma sala especial para a música sinfônica e a Orquestra Sinfônica da Bahia, com 700 lugares, fazer do espaço todo um ambiente de circulação com café, centro técnico com exposições, uma sala alternativa para eventuais apresentações, um pequeno cinema (já me disseram que é grande e vai custar 5 milhões, aí já é loucura e discordo) para determinados filmes, festivais, etc, tudo isso acho importante: mais importante que a Arena Fonte Nova. 
Insisto que precisamos de outra cultura, e não incentivar a salvagem festa do tudo pode e tudo é permitido e sujo e bárbaro. 
Segue, abaixo, o link do texto de Dimitri Ganzelevitch, sobre o assunto. Claudio Marques disse que ia escrever, também. É hora de fazermos uma petição pública, uma página de repúdio, tudo que for possível. Não vamos deixar que 25 milhões, que se tornarão 50 ou 75 milhões com as propinas, desvios de verba, superfaturamentos, atrasos e incompetências, evaporem assim, para uma arena que só trará transtorno ao Centro Histórico, aos que tentam produzir arte, culinária, comércio por ali. 
É mentira do secretário que será um espaço pra dança e teatro, também. Ele está mentindo. Será um espaço pra grandes eventos que encherão as ruas de latas de cerveja, mijo, engarrafamentos e confusão.
Dizem que para se fazer arte em Salvador, tem-se que matar um leão por dia. Pois só consinto e apoio a construção dessa arena se for pra jogar todo o alto escalão do governo no centro dessa arena, e depois jogarmos os leões para devoraram essa DITABURRA que quer acabar com a cidade.

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