Na
triste guerra civil que massacra o belo país da Síria, confesso
estar perdido. Se, de um lado, simpatizo, por princípio, com qualquer povo que
se revolte contra um regime opressor, por outro lado, temo bater palmas para
uma situação confusa que possa resultar numa tomada de poder dos
fundamentalistas nos moldes iraniano ou talibã. O Bashar al Assad tem o apoio
dos cristãos sírios, libaneses e até do palestino xiita Hezbolah . Seus
opositores recebem as bênçãos e algumas armas das potências européias, mas
parecem manipulados pela Irmandade Muçulmana, que também está presente no
Iraque, Egito e Líbia. Os excessos, a
violência, os estupros, os roubos e a corrupção são a marca comum aos dois
lados. Não existe santo em nenhuma guerra. Será que o mundo árabe trocará a
Primavera Árabe por um Inverno da Intolerância?
Em
Salvador, mais uma vez a prefeitura foi pega com a mão de
Cláudio Silva onde não devia. O Ministério Público suspendeu uma licitação da
Sucom alegando que esta secretaria nada tinha a ver com o assunto de placas,
totens e sinalizadores de trânsito que, logicamente, são da alçada da Setin.
Quem
tanto se queixa com a corrupção de nossos políticos, pode
sossegar. Nossa vizinha Argentina parece estar em lençóis muito mais furados.
Mas lá existe uma opinião pública muito mais consciente e atuante.
“...
Pelegrino, sujeito mentalmente limitado, incapaz até de vôos
rasteiros.” (Antônio Risério). Pelo visto, Gilberto Gil não pensa assim.
O
comunismo, esta bela utopia... Na China, a corrupção é o
principal perigo para o Partido, admitem os dirigentes chineses. Começando
pelas famílias do vice-presidente e do primeiro-ministro (2.7 bilhões de
dólares) acusadas de enriquecimento ilícito. É sintomático o fato de famosa
escola inglesa de mordomos ter a China como cliente majoritário. E também,
acredite se quiser, a Argentina!
O
centro antigo de Salvador vai receber uma chuva de reais. 700
milhões! O secretário estadual de Planejamento cujo interesse pelo bairro deve
ser tão entusiasta quanto seu colega do Turismo, declara “Serão intervenções de
forte impacte visual...”. Esta opção de
impacte visual já ouvimos durante vinte anos e nada resultou.
Nunca
houve no Nordeste brasileiro seca tão dramática como estes dois
anos sem chuva no sertão. Enquanto isso, a tão polémica transposição do rio São Francisco está
reduzida a mera proposta leviana, com pouco mais de 40% realizada e alguns
bilhões evaporados na insustentável secura do ar.
Pois
é... O Iphan, incomodado com minhas freqüentes observações,
nunca difamatórias, mas com certeza desprovidas de elogios, demonstrou
comichões em me levar para a justiça.
Aceito o desafio. Fácil será provar que o bairro de Santo Antônio está,
sim, abandonado, sem a mínima fiscalização. Vamos brigar?
Novo
projeto imobiliário em Salvador, o condomínio Aquarius lança
agora o Amazon, com o incontornável carimbo da sustentabilidade. 34 andares com
um mínimo de 300 apartamentos e, com certeza, dois ou mais carros por
apartamento. Bela perspectiva de 600 veículos contribuindo, num espaço
restrito, para uma melhor qualidade do ar. Bela sustentabilidade.
A
companhia de aviação colombiana Avianca acaba de comprar a portuguesa
TAP. Será que a qualidade das refeições a bordo vai melhorar? Pior, impossível.
Em 17
de agosto deste ano, uma manifestação dos mineiros sul-africanos
da mina de platina de Marikana, pertencente à empresa britânica Lonmin,
resultou na morte de 34 manifestantes, fuzilados pela polícia. Os grevistas
pretendiam aumento de salário (450 euros). Quem foi inculpado? Os grevistas!
270 deles foram presos. Nada de extraordinário. É só lembrar o discurso da
vice-ministra da Segurança Pública, Suzan Shabangu: “Vocês tem que eliminar
estes sacanas quando eles ameaçam vossa comunidade. Não se preocupem com as
leis. Elas são de minha responsabilidade. Vosso dever é servir e proteger. Eu
posso assegurar aos delegados e aos policiais que vocês têm a autorização de
abater estes criminosos. Nada de tiro de advertência. Você tem direito a um
tiro e este deve ser fatal. Errando, os criminosos não perdoarão. Não podemos
correr este risco.” Pelos vistos a democracia e os Direitos Humanos ainda não chegaram na terra de Mandela!
Ser
homem de negócios em Israel não e fácil. Dois dos pesos pesados
de Tel-Aviv não dão um passo, não firmam um contrato, sem consultar seus
respectivos rabinos. Nem sempre dá certo. Como não se trata de fé, mas sim de
superstição, os erros são freqüentes. Os únicos prejudicados são os empresários
e os eventuais investidores. Já os rabinos nunca perdem nada. Por exemplo, o
rabino Ifergan ocupa, dixit a Forbes, a sexta posição dos mais ricos no
rabinato israelense. Entre 2005 e 2010, o bilionário Dankner teria doado para
as obras sociais de Ifergan a bonita importância de uns dez milhões de
reais. Se Deus é brasileiro, Jeovah
é sem dúvida israelense.
No
Afeganistão, as mulheres são tão desprestigiadas que a maioria
nem sabe sua data de nascimento, portanto nunca festejam aniversário. A maioria
não vai à escola com medo dos talibãs. Para elas, escrever poesia é crime.
Existem pequenos círculos literários femininos na capital, Cabul. Mas as
poetisas do interior devem se esconder para escrever poemas de amor. Estes
podem ser a prova de que elas amam quem não foi escolhido pelos pais. Quando
são descobertas pelos irmãos ou pai, podem ser até mortas.
Em
matéria de movimentos bancários, Salvador não é lá dos mais
dinâmicos. Fica em 8ª posição, bem atrás de Curitiba, Porto Alegre,
Belo-Horizonte e até de Fortaleza. Isto é sem falar de São Paulo, Rio e
Brasília.
Você
sabia que a bandeira nacional tinha sido desenhada pelo francês
Jean-Baptiste Debret em 1822? O azul era a cor dinástica dos Bragança e o
amarelo dos Habsburgo.
Em 1889, a república mudou o significado das cores e
acrescentou a esfera.
JÁ NÃO PODE ser vista a exposição “Modigliani” no Palacete das Artes,
em Salvador. Não apresentava peças muito importantes do artista italiano – a não
ser um belo nu – mas colocava a obra num contexto histórico interessante. Muita
gente ficou decepcionada com a exposição, mais direcionada para os
visitantes familiarizados com a Escola de Paris. Notei dois belos excelentes do
polonês Moise Kisling.
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