quinta-feira, 15 de novembro de 2012

RETALHOS 80



Na triste guerra civil que massacra o belo país da Síria, confesso estar perdido. Se, de um lado, simpatizo, por princípio, com qualquer povo que se revolte contra um regime opressor, por outro lado, temo bater palmas para uma situação confusa que possa resultar numa tomada de poder dos fundamentalistas nos moldes iraniano ou talibã. O Bashar al Assad tem o apoio dos cristãos sírios, libaneses e até do palestino xiita Hezbolah . Seus opositores recebem as bênçãos e algumas armas das potências européias, mas parecem manipulados pela Irmandade Muçulmana, que também está presente no Iraque, Egito e Líbia.  Os excessos, a violência, os estupros, os roubos e a corrupção são a marca comum aos dois lados. Não existe santo em nenhuma guerra. Será que o mundo árabe trocará a Primavera Árabe por um Inverno da Intolerância?

Em Salvador, mais uma vez a prefeitura foi pega com a mão de Cláudio Silva onde não devia. O Ministério Público suspendeu uma licitação da Sucom alegando que esta secretaria nada tinha a ver com o assunto de placas, totens e sinalizadores de trânsito que, logicamente, são da alçada da Setin.

Quem tanto se queixa com a corrupção de nossos políticos, pode sossegar. Nossa vizinha Argentina parece estar em lençóis muito mais furados. Mas lá existe uma opinião pública muito mais consciente e atuante. 

“... Pelegrino, sujeito mentalmente limitado, incapaz até de vôos rasteiros.” (Antônio Risério). Pelo visto, Gilberto Gil não pensa assim.

O comunismo, esta bela utopia... Na China, a corrupção é o principal perigo para o Partido, admitem os dirigentes chineses. Começando pelas famílias do vice-presidente e do primeiro-ministro (2.7 bilhões de dólares) acusadas de enriquecimento ilícito. É sintomático o fato de famosa escola inglesa de mordomos ter a China como cliente majoritário. E também, acredite se quiser, a Argentina!

O centro antigo de Salvador vai receber uma chuva de reais. 700 milhões! O secretário estadual de Planejamento cujo interesse pelo bairro deve ser tão entusiasta quanto seu colega do Turismo, declara “Serão intervenções de forte impacte visual...”.  Esta opção de impacte visual já ouvimos durante vinte anos e nada resultou.

Nunca houve no Nordeste brasileiro seca tão dramática como estes dois anos sem chuva no sertão. Enquanto isso, a tão polémica transposição do rio São Francisco está reduzida a mera proposta leviana, com pouco mais de 40% realizada e alguns bilhões evaporados na insustentável secura do ar.

Pois é... O Iphan, incomodado com minhas freqüentes observações, nunca difamatórias, mas com certeza desprovidas de elogios, demonstrou comichões em me levar para a justiça.  Aceito o desafio. Fácil será provar que o bairro de Santo Antônio está, sim, abandonado, sem a mínima fiscalização. Vamos brigar?

Novo projeto imobiliário em Salvador, o condomínio Aquarius lança agora o Amazon, com o incontornável carimbo da sustentabilidade. 34 andares com um mínimo de 300 apartamentos e, com certeza, dois ou mais carros por apartamento. Bela perspectiva de 600 veículos contribuindo, num espaço restrito, para uma melhor qualidade do ar. Bela sustentabilidade.

A companhia de aviação colombiana Avianca acaba de comprar a portuguesa TAP. Será que a qualidade das refeições a bordo vai melhorar? Pior, impossível.

Em 17 de agosto deste ano, uma manifestação dos mineiros sul-africanos da mina de platina de Marikana, pertencente à empresa britânica Lonmin, resultou na morte de 34 manifestantes, fuzilados pela polícia. Os grevistas pretendiam aumento de salário (450 euros). Quem foi inculpado? Os grevistas! 270 deles foram presos. Nada de extraordinário. É só lembrar o discurso da vice-ministra da Segurança Pública, Suzan Shabangu: “Vocês tem que eliminar estes sacanas quando eles ameaçam vossa comunidade. Não se preocupem com as leis. Elas são de minha responsabilidade. Vosso dever é servir e proteger. Eu posso assegurar aos delegados e aos policiais que vocês têm a autorização de abater estes criminosos. Nada de tiro de advertência. Você tem direito a um tiro e este deve ser fatal. Errando, os criminosos não perdoarão. Não podemos correr este risco.” Pelos vistos a democracia e os Direitos Humanos ainda não chegaram na terra de Mandela!



Ser homem de negócios em Israel não e fácil. Dois dos pesos pesados de Tel-Aviv não dão um passo, não firmam um contrato, sem consultar seus respectivos rabinos. Nem sempre dá certo. Como não se trata de fé, mas sim de superstição, os erros são freqüentes. Os únicos prejudicados são os empresários e os eventuais investidores. Já os rabinos nunca perdem nada. Por exemplo, o rabino Ifergan ocupa, dixit a Forbes, a sexta posição dos mais ricos no rabinato israelense. Entre 2005 e 2010, o bilionário Dankner teria doado para as obras sociais de Ifergan a bonita importância de uns dez milhões de reais.  Se Deus é brasileiro, Jeovah é sem dúvida israelense.

No Afeganistão, as mulheres são tão desprestigiadas que a maioria nem sabe sua data de nascimento, portanto nunca festejam aniversário. A maioria não vai à escola com medo dos talibãs. Para elas, escrever poesia é crime. Existem pequenos círculos literários femininos na capital, Cabul. Mas as poetisas do interior devem se esconder para escrever poemas de amor. Estes podem ser a prova de que elas amam quem não foi escolhido pelos pais. Quando são descobertas pelos irmãos ou pai, podem ser até mortas.

Em matéria de movimentos bancários, Salvador não é lá dos mais dinâmicos. Fica em 8ª posição, bem atrás de Curitiba, Porto Alegre, Belo-Horizonte e até de Fortaleza. Isto é sem falar de São Paulo, Rio e Brasília.

Você sabia que a bandeira nacional tinha sido desenhada pelo francês Jean-Baptiste Debret em 1822? O azul era a cor dinástica dos Bragança e o amarelo dos Habsburgo.
Em 1889, a república mudou o significado das cores e acrescentou a esfera.

JÁ NÃO PODE  ser vista a exposição “Modigliani” no Palacete das Artes, em Salvador. Não apresentava peças muito importantes do artista italiano – a não ser um belo nu – mas colocava a obra num contexto histórico interessante. Muita gente ficou decepcionada com a exposição, mais direcionada para os visitantes familiarizados com a Escola de Paris. Notei dois belos excelentes do polonês Moise Kisling.
  

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