Quem jamais sofreu em frente de um monitor quando não domina
as armadilhas dos cliques e dos links, a gincana dos modems e hagadés, a fiação
mais complexa que as mãos das Parcas? Cansado de esperar pela abertura da tela,
tentei, no dia 12 de setembro deste ano de graça, me comunicar com o medieval
castelo da GVT para uma alteração do plano.
Musiquinha, a sua chamada é muito importante para nós,
digite 2, digite 4, digite 33... Aguarde, sua chamada é muito...
Às 9:14 de relógio,
falei com a Ellen, a Kelly e o Jonas. Protocolo 120920120051755.
Ficou acertado
que minha linha receberia 10 megas, 100 minutos de telefone fixo local e fixos
GVT ilimitados. Tudo isso pela ninharia de R$124,80.
Tanta generosidade não é
comovente?
Mas outras aventuras
vão começar com outros protocolos.
Por exemplo: o 120920120073258. Prometeram
mandar um novo modem.
Você prefere o protocolo 140920120034441, quando falei,
às 8:56 do dia 14, com a dupla sertaneja Andressa e Andréia?
Sim, a regional de Salvador ligaria para
agendar a entrega do modem.
Longa espera, minha armadura enferrujando frente a um
monitor temperamental.
Falar com a GVT é mais improvável
que eu mergulhar no rio Tejo, em pleno inverno, desde a ponte de Toledo.
Exausto e estressado, lanças e espadas quebradas, em 9 de outubro, passei o
comando para minha amiga Cecília, um anjo de paciência tipo Sancho Pança. De
seu celular, ela conseguiu falar às 8:29 com Fernanda.
Mais um protocolo! Agora
é o 091020120027345.
Nada tinha sido feito. Pior: os termos haviam mudado.
Teríamos que pagar R$49,80 de inscrição. Lá fomos subindo nas nossas mulas a
reclamar da confusa operadora que inventava diabólicas taxas.
Do lado da GVT, a
coitada da Dulcineia... digo Fernanda, afirmando que não podia tirar a taxa de
adesão; ficou tão nervosa que desligou o telefone sem o mínimo adiós.
Até hoje estou aguardando. Apesar
de ter falado durante horas com João e Edinardo, nada foi resolvido.
Eu, Sancho
Pança e Rocinante pensamos retirar-nos num manicômio onde a sociedade é mais
coerente que este mundo de irresponsáveis...
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