Só conheço o senhor Hellmut Contreiras, esporadicamente, pelo jornal. Não sei se é jovem, velho, magro, gordo, rico ou pobre. Mas confesso ter a maior simpatia por ele. Faz parte, como eu e mais meia-dúzia de Dom Quixotes deslocados no tempo, de uma espécie humana em via de extinção: os que ainda se preocupam com a comunidade. Reencontrei neste mesmo jornal, semanas atrás, a assinatura do teimoso cidadão – cidadão mesmo - reclamando do desleixo dos poderes municipais no Largo da Soledade. Denunciava “O mato toma conta dos canteiros, as árvores morreram, o parque infantil foi destruído e há também problemas com a iluminação”. Até lá, nada demais. Está dentro do perfil de abandono geral da capital mundial de não sei mais o quê...
O que me leva hoje a dedicar meu modesto espaço quinzenal ao caso é a atitude ridícula, desrespeitosa e anti-social da Sesp que, sem o mínimo pudor, responde: “É necessário que o morador (...) envie um ofício para formalizar a solicitação. Dessa forma a equipe irá visitar o largo da Soledade etc.” Ou estou totalmente equivocado, ou me parece evidente que a dita equipe deveria ter ido sem mais demora, trabalhar para compensar a culposa omissão de seus serviços, sem esperar surreal burro-cracia nenhuma. Já é ruim para a Sesp levar um puxão de orelha dos moradores do bairro, sem ainda por cima, impor tamanha grosseria.
Nós aqui, no bairro de Santo Antônio, temos um pouco mais de sorte pelo fato de a Igreja do Carmo ser fashion. Assim que, quando um empresário imobiliário, amigão do prefeito, resolve casar sua filha, um regimento de operários aparece da noite para o dia e conserta – mal, mas conserta – a calçada das ruas que terão a honra de receber as carruagens principescas. Revivemos assim o reinado de Catarina da Rússia. Seus obsequiosos ministros costumavam pintar cenários idílicos quando a czarina viajava para evitar a visão dolorosa do povo miserável e esfomeado.
Amigo Hellmut, a única solução é você dar um jeito na igreja da Soledade para torná-la chique. O tal empresário pode ter outras filhas para casar!
Nós aqui, no bairro de Santo Antônio, temos um pouco mais de sorte pelo fato de a Igreja do Carmo ser fashion. Assim que, quando um empresário imobiliário, amigão do prefeito, resolve casar sua filha, um regimento de operários aparece da noite para o dia e conserta – mal, mas conserta – a calçada das ruas que terão a honra de receber as carruagens principescas. Revivemos assim o reinado de Catarina da Rússia. Seus obsequiosos ministros costumavam pintar cenários idílicos quando a czarina viajava para evitar a visão dolorosa do povo miserável e esfomeado.
Amigo Hellmut, a única solução é você dar um jeito na igreja da Soledade para torná-la chique. O tal empresário pode ter outras filhas para casar!
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