sábado, 2 de julho de 2016

JUDEUS NIGERIANOS


Os Ibos (Igbo) são um dos maiores grupos étnicos na África, tendo a maioria da população concentrada na Nigéria, dominando parte do sul e o oeste desta com cerca de 25 milhões de pessoas. Encontram-se também em Camarões, Guiné Equatorial (Ilha de Fernando Po), Gana, Serra Leoa, Costa do Marfim, Gabão, Libéria e Senegal e atualmente milhares nos USA.
A tradição oral mais antiga afirma que sua presença, no que é chamada de Terra dos Igbo, decorre de mais de 1500 anos.



Face feita em bronze. Os Igbos foram os primeiros a desenvolver a metarlugia com grandes técnicas.
Os Igbos envolveram-se no conflito mais sangrento da história do continente africano no século XX, a guerra de Biafra (1966-1970), que resultou em cerca de um milhão de mortes, Igbos em sua grande maioria.
De 1995 a 1997 o Primeiro Ministro de Israel Yitzhak Rabin, de origem Askenazi - população caucasiana européia convertida à religião dos hebreus a cerca de 1000 anos atrás, originários da região da Geórgia, no antigo reino da Kazaria, e que hoje se auto-determinam Benei-Yisrael (Linhagem de Sangue dos Hebreus) - enviou uma equipe para a Nigéria em busca das tribos perdidas de Israel, objetivando constatar a história do povo Igbo que guardam as tradições hebréias bem antes dos Askenazis.
No momento, existem 26 sinagogas em toda a Nigéria e a comunidade de Hebreus Igbo está estimada em cerca de 40000 pessoas, em uma população total de 140.000.000 de igbos, yorubás e outros grupos étnicos. Algumas das maiores comunidades incluem o Instituto Gihon em Abuja, assim como as comunidades do sul, como Port Harcourt. A Ibo Benei Yisrael atualmente é liderada pelo conservador / Masorti Rabino Howard Gorin.
Algumas fontes afirmam que havia a presença de hebreus na Nigéria a partir de 638 a.C. Acredita-se que os Hebreus retornaram para a África após a destruição do Primeiro e Segundo Templo, em Jerusalém, e estabeleceram comunidades em todo o continente Africano.



Hebreus cativos na Babilônia
Outras fontes sugerem que descendentes de hebreus também poderiam ter surgido a partir de migrantes de Djerba, na Tunísia, que tinham fugido para o Norte de África após a destruição dos templos.
Na história recente há provas incontestes de outros grupos de hebreus estabelecendo-se no sul da África subsaariana e a oeste em toda a África do Norte, possivelmente seguindo o caminho da conquista árabe.
Através da mais antiga tradição oral, os Igbos afirmam ser de ascendência Israelita e descendentes diretos de três tribos de Israel: Gade, Zebulom, e Manassés. Alguns sustentam que, entre as famílias da comunidade estão os descendentes de Cohanim (descendente masculino de Arão, irmão de Moises) e Levitas, sacerdotes hebreus e seus assistentes, que cuidavam do Templo de Jerusalém. A comunidade nigeriana hebraica é composta quase exclusivamente de descendentes de Cohanim.

LINHAGENS
Os Igbos apresentam três linhagens que definem sua ascendência:
Benei Gath: Os Igbos afirmam que descendem da Tribo de Gath ben-Ya `aqov (Gade), que foi o 8 º filho do patriarca Israelita Ya` aqov (Jacó). Este grupo tem vestígios da sua linhagem através de Eri ben-Gath, filho de Gade. Os clãs a partir desta linhagem são compostos pelos Aguleri, Umuleri, Oreri, Enugwu Ikwu, Ogbunike, Awkuzu, Nteje, e Igbariam. 
Benei Zevulun: Os Igbos afirmam serem descendentes da tribo de Zevulun ben-Ya `aqov (Zebulom), que foi o 5 º filho de Ya` aqov (Jacó). Esta linhagem compreende os Ubulu Okiti e Ubulu Ukwu, no Estado Delta, que se fixaram na Ubulu Ihejiofor. Segundo a tradição oral, é dito que um descendente da Tribo de Zevulun chamado Zevulunu, aconselhado por certo Levita, a casar-se com uma mulher de origem Oji, que era descendente da tribo de Judá, e a partir desta união nasceu Ozubulu ben-Zebulunu. Diz-se que Ozubulu teve quatro filhos que se fixaram em outras regiões. Esses filhos foram: Amakwa, entre os quais um clã no Neni, o descendente do estado de Anambra, e Egbema, de quem o clã está em Egbema Ugwuta, no estado de Imo e no clã Ohaji Egbema, descendentes no estado dos Rios.
Benei Menashe: Igbos também são descendentes da Tribo de Menasheh ben-Yoseph (Manassés). Menasheh foi um dos netos de Ya `aqov (Jacó) através do seu 11 º filho Yoseph (José). De acordo com a Torá, Jacó reivindicou tanto Manassés e quanto seu irmão Efraim como seus próprios filhos. Sua linhagem é descrita como os Amichi, Ichi e Loures-Ichi.


Ibo Benei-Yisrael: Família do Clã Ozubulu na Nigéria.


É bem possível que certamente os Ibo Benei-Yisrael descendem da família dos sacerdotes levitas, migrantes de Jerban (Tunísia), já que estes afirmaram ter saído de Judá e fixaram-se no Norte da África antes e depois do 1º e 2º templo, em Jerusalém. O cenário mais provável é que os antepassados dos Ibo Benei-Yisrael foram constituídos de clãs familiares de israelitas que, por diversas razões, deixaram Israel antes e durante o exílio assírio e babilônico. Isso explicaria como sua tradição oral contém as tribos originarias desses clãs especificados.
No século IX o judeu-viajante Eldad ben-Mahli (Eldad, o Danita), afirmou que o Ibo Benei-Yisrael pode ser descendente de vários membros das "Tribos Perdidas de Israel." Ele argumentou que os judeus da África vieram das tribos de Dan, Naftali, Gade e Aser, os quais tinham fugido da Terra de Israel, de modo a não participar da guerra civil entre Israel e Judá durante o tempo de Jereboão, adversário de Roboão (Filho de Salomão) (922-901AC ou 931-910 AC). Eldad sustentou que esses judeus inicialmente estiveram em Havilá, além dos rios da Etiópia. Possuíam uma cópia do Tanach, menos os livros de Ester e Lamentações. Esses judeus não tinham conhecimento da Mishna ou Talmude babilônico, mas possuíam sua própria tradição Talmúdica em que todas as leis foram creditadas aos Yehoshua bin Nun, que as recebeu de Moisés.
O Primeiro Testamento relata fatos que ocorreram principalmente na Afro – Ásia, e como sempre tenho escrito, era um só continente antes da criação do canal de Suez pelos europeus, é de mister importância estudar as relações comercias dos hebreus; entre elas, cito um dos períodos mais prósperos de Israel, o reinado de Salomão e as viagens mercantes:
I Reis 10:22 - Porque o rei tinha no mar uma frota de Társis, com a de Hirão; de três em três anos a frota de Társis voltava, trazendo ouro e prata, marfim, bugios e pavões.
Eze 27:12 - Társis negociava contigo, por causa da abundância de toda a casta de riquezas; com prata, ferro, estanho e chumbo, negociavam em tuas feiras.
Nas escavações em sítios arqueológicos na Nigéria e especialmente na terra dos Igbos encontram-se centenas objetos feitos em bronze e chumbo representando navios, demonstrando que essa civilização realizou viagens longínquas e foram exímios marinheiros e comerciantes.
Teólogos e historiadores brancos que tentam negar o conhecimento africano chegam ao cúmulo do ridículo e afirmam que Társis foi a região da Bretanha ou da Península Ibérica, que na época possuía marfim, ouro, pavões, prata, ferro, bronze... Sem comentários.

PRÁTICAS RELIGIOSAS
Os Igbos praticam diversas religiões sendo o cristianismo seguido pela maioria da população. Nas religiões tradicionais chamam a Deus pelo nome de Chukwu "Chi" (ser espiritual) e "Figueira da Foz", sem distinção de gênero, sendo impossível descrevê-lo. É Onipotente e Onipresente, o ser humano, a terra e o céu estão sobre o seu controle e a sua vontade. É o que gera todas as coisas, em algumas comunidades Igbo o significado pode ser também olisa (orisa). O Mundo espiritual é a morada do criador também dos orixás, dos desincorporados e espíritos malignos e do espírito ancestral. É a futura morada do ser vivo após a morte. . O mundo dos mortos é cheio de atividades sobrenaturais. Entre o homem e Deus estão os espíritos dos antepassados do homem que viveu de acordo com as leis e costumes comunitários e que tenha praticado a sua sabedoria para aqueles que vivem na terra.
Muitas práticas religiosas Igbo apresentam marcantes semelhanças com costumes judaicos mencionado no Torá e mesmo nos dias de hoje. Esses costumes incluem: circuncisão com oito dias após o nascimento de uma criança do sexo masculino, a proibição de comer animais impuros, separação das mulheres durante o ciclo menstrual, a colocação de Tallit e Kippah, e as comemorações de feriados como o Yom Kippur e Rosh Hashaná. Nos últimos tempos, as comunidades têm adotado feriados, como Hannukah e Purim, que só começaram a ser observados depois de muitas das tribos de Israel já terem se dispersado.
Um fato interessante é o relacionado à Figueira no Primeiro Testamento que representa o povo hebreu (Israel).

Rabino Howshua Amariel apresenta Rabino Ben Oi Daniel, o chefe da Comunidade Judaica Igbo com uma placa.
Quando os primeiros missionários fizeram a sua invasão na África Ocidental, o clã Ozubulu do Ibo Benei-Yisrael resistiu à cristianização e nunca se converteu. Nos últimos anos, os descendentes de Ozubulu estão modernizando muito a antiga forma de fé que os seus antepassados praticavam. 
Há também entres os Igbos uma forte presença cristã católica. Tanto assim que o Cardeal Francis Arinze é de origem Igbo, nigeriano, líder da Igreja na África e foi amigo próximo do Papa João Paulo II. Arinze é considerado um conservador, mas um interlocutor crucial para melhorar o diálogo do Vaticano com grupos muçulmanos, budistas e hindus, principalmente nos países empobrecidos, filho de um chefe Igbo, nasceu em 1º de novembro de 1932 e foi um dos cardeais cotados para ser escolhido como Papa.
Os Igbos têm como a sua principal alimentação o inhame e realizam festivais anuais de agradecimento pela colheita, sendo usado também na medicina e rituais religiosos oferecidos às divindades e aos ancestrais.
Com o tráfico de africanos durante a escravidão, milhares de Igbos foram seqüestrados paras as Américas e dispersos para colônias como a Jamaica, Cuba, Haiti, Estados Unidos, Brasil, Belize, Trinidad e Tobago, entre outros. Elementos da cultura Igbos ainda podem ser encontrados nestes locais.


Universitárias Igbo na Nigéria.
É uma minoria da população Igbo que continua resistindo e seguindo a religião dos seus antepassados hebreus, após sofrerem a invasão dos países brancos cristãos e de pretos islamizados.
Além dos Igbos serem de origem Hebraica, estudos têm demonstrado que outros grupos de pretos africanos também a possui. Há indícios de que os Yorubás, um dos principais grupos étnicos da Nigéria, importante referencial das pretas e pretos no Brasil, também possui origem hebraica, sendo tema de um futuro artigo.

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