Pelo
telefone, a senhorita me convidou – não parece samba? - para uma reunião no
Museu Teixeira Leal para falar sobre os inúmeros problemas do centro histórico.
Sem anunciar quem era a instituição anfitriã, na minha deficiente ingenuidade,
deduzi ser o museu. Depois desconvidou – às 19:34 da noite anterior do evento -
os outros 29 participantes, esquecendo o velhinho aqui resmungando, pelo
simples e reprovável fato de não estar no what´s app. Teria, entretanto, a tal
senhorita perdido meu número de telefone? O que me obrigou a uma andança inútil
no calor de abril.
Reclamei da deselegância num texto publicado em maio neste
jornal. Em vez de receber desculpas, fui taxado por alguns, com evidente
despeito, de qualificativos pouco amáveis. Acabei sabendo que a autora do
convite era a Secretaria Municipal de Desenvolvimento. Mas Carla Sanches, então
subcoordenadora nesta secretaria, não o é mais.
Da mesma forma que o então secretário Bernardo Araújo também não é mais
secretário. Epa! Gente irrequieta!
Nada
estranho numa sociedade que sempre tem pressa e não perde tempo para as mais
elementares formas de educação. Passa primeiro pela porta quem tem mais força.
Pede as horas e não agradece, incomoda quem já está sentado no cinema ou no
teatro sem se desculpar. Fala alto durante o concerto e fica sentado nos
assentos de ônibus reservados a idosos, gestantes e deficientes.
Mas voltando
ao tema principal de meu samba. Acabo de fazer a medição, com treina especialmente
emprestada, do espaço que separa a porta de minha casa da porta da tal
Secretaria de Desenvolvimento. São exatos 42 metros e 31 centímetros de
distância. Desprezemos os milímetros. Ou seja: do outro lado da rua. Pois é.
Somos vizinhos! Não teria sido mais simples mandar um dos muitos funcionários
até minha casa com um bilhete?
Mas o que esperar de uma sociedade que precisa
de celular para conversar até com seu parceiro de almoço?
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