segunda-feira, 5 de outubro de 2015

"NÃO DEIXEM A OSBA MORRER"

apela maestro Carlos Prazeres, que revela crise


A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), criada em 1982 e de valor inestimável para o nosso estado, está ameaçada. Apesar de ter o apoio do governo do estado, por meio da Secretaria de Cultura, os recursos não têm sido suficientes para contratação de músicos e viabilização de grandes concertos.  A companhia que integra os corpos artísticos do Teatro Castro Alves já teve a regência de conceituados maestros. Desde 2011, Carlos Prazeres assumiu o posto de regente titular e curador artístico da Osba.
 
Apesar de a orquestra sinfônica ter ganhado notoriedade, é cada vez mais difícil mantê-la. A situação piorou este ano. “A gente passa por um problema grave desde 2011. Apesar de um estudo muito seguro e competente ter sido realizado junto ao governo, ações efetivas não foram tomadas, apenas ações paliativas. Até 2014, conseguimos, de uma forma mambembe, fazer alguns concertos com a verba que recebíamos para a temporada. Através de parcerias inteligentes com o próprio Teatro Castro Alves e a Série TCA, conseguimos trazer pessoas maravilhosas, como Nelson Freire e Hèléne Grimaud. Porém, em 2015, nem essa verba veio mais”, justifica.
 
“Estamos pedindo o mínimo”
 
A Osba já acompanhou grandes nomes da música clássica, como Luciano Pavarotti, e fez apresentações ao lado de ballets como o Kirov, Bolshoi e da Cidade de Nova York, além da participação na montagem de várias óperas. “O que eu quero deixar claro é que nós estamos pedindo o mínimo: a nossa existência. A gente é criativo e vai saber enfrentar essa crise de uma maneira tão brilhante que eu tenho certeza que, mais uma vez, nós vamos ser convidados para falar do enfrentamento de uma crise em Viena ou em outros lugares do mundo, como já estamos fazendo. O que eu quero é existir. Por favor, não deixem a Osba morrer”, pede o maestro.
 
“Não é justo parar nossas atividades por falta de músicos”
 
Desde que assumiu a curadoria artística da Osba, Prazeres vem buscando criar concertos e programas que tragam um novo olhar do público baiano para a música erudita, o que estava dando muito certo até então.
 
“Em nenhum momento, nós recebemos uma negativa governamental. Porém, toda vez que eu for perguntado, eu vou colocar, sim, essa questão. Caso contrário, eu estaria sendo conivente com o fim dessa instituição que tem se mostrado tão importante e parceira da sociedade baiana. Os nossos concertos e saraus estão sempre lotados. Agora vamos apresentar o Cine Concerto, que foi um grande fenômeno de bilheteria, lotando por nove vezes seguidas o Teatro Castro Alves. Não é justo a gente parar nossas atividades por falta de músicos. Seria muito descaso”, argumenta.
 

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