terça-feira, 30 de abril de 2013

OH! FARAO!... OH! FARAO!

FLORESTA E CUSTÓDIA (PE) - Alvo de muita polêmica, idealizada nos tempos do Império (o primeiro projeto data de 1847), a transposição do Rio São Francisco, em implantação desde 2007, lembra hoje uma quilométrica passarela de retalhos na qual faltam costura e pedaços de tecido. Aguardada por quatro estados do Nordeste que amargam a maior seca dos últimos 40 anos, aquela que seria a rendição de 12 milhões de sertanejos não passa de um conjunto de canais desconectados, dutos enferrujados com ferros retorcidos e estação elevatória que parece um fantasma de concreto. Às margens da BR-316, no município de Floresta, a 439 quilômetros de Recife, duas colunas gigantescas servem de suporte para nada.


Em Floresta (PE), a Transposição do Rio São Francisco está parada, e a estrutura não tem qualquer utilidade
Foto: Hans von Manteuffel
Em Floresta (PE), a Transposição do Rio São Francisco está parada, e a estrutura não tem qualquer utilidade Hans von Manteuffel





A obra ainda não conseguiu levar uma gota de água a lugar algum, o que vem despertando revolta da população e apreensão nos estados que seriam beneficiados. Com um custo inicialmente estimado em R$ 4,5 bilhões, a transposição agora está orçada em R$ 8,2 bilhões. A previsão de entrar em funcionamento em 2010 não pôde ser concretizada, e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, promete entregá-la em 2015. O empreendimento tem só 43% concluídos, o mesmo índice observado em 2012.
Na última semana, O GLOBO percorreu três de seus canteiros de obras, onde foram vistos apenas quatro trabalhadores. Em Custódia, a 340 quilômetros de Recife, havia um amontoado de britas e rochas dinamitadas. Em Floresta, onde funcionará um dos pontos de captação, há gigantescas estruturas sem utilidade. Há canais incompletos ou interrompidos, cujas placas, sem água, começam a apresentar rachaduras devido ao sol. Os canteiros de obras estão abandonados. Só dois caminhões foram vistos operando.
Obra já teve 9 mil operários
O projeto chegou a ter 57 contratos, cerca de 90 empresas operando e 9 mil operários em ação. Um bom termômetro da paralisação é a comerciante Eliane Maria da Silva, de 39 anos, ex-trabalhadora rural que montou um restaurante e vendia 400 refeições diárias a operários em Floresta.
— Foram dez meses de muita luta, mas entrava dinheiro. Agora, tem dia que só aparecem três clientes — lamenta Eliane, que entregou o cartão do Bolsa Família quando viu o negócio prosperar e tem vergonha de se cadastrar de novo.
O Ministério da Integração Nacional diz que, para cada real investido na transposição, dois são colocados em outras obras hídricas no Nordeste. Mas Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará começam a rever seus planos porque têm adutoras erguidas nos eixos da transposição que nunca funcionaram: o Eixo Norte do projeto de transposição deverá captar água em Pernambuco e levá-la por um canal de 400 quilômetros até Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste, com 222 quilômetros, deverá abastecer Pernambuco e parte da Paraíba.
De olho na água da transposição, os estados começaram a implantar adutoras com ajuda da União. Mas enfrentam problemas graves, como o Rio Grande do Norte, que está com a adutora do Alto Oeste praticamente concluída, mas correndo o risco de ficar sem função. A obra consumiu R$ 35 milhões. Já deveria estar captando água no Eixo Norte, que desaguaria em um outro açude, o Pau dos Ferros. Sem a transposição, o reservatório está à beira do colapso. Semana passada, só acumulava 16% de sua capacidade. No estado, 144 municípios estão em estado de emergência devido à seca.
Em Pernambuco, foi licitada a construção da adutora do agreste, que deveria captar água no Eixo Leste e levá-la para uma das regiões mais castigadas pela seca. Com investimento previsto de R$ 2,3 bilhões, a obra deverá ter 1.200 quilômetros de extensão e beneficiar cerca de 60 municípios
— As licitações estão sendo realizadas, e as estações de tratamento já existem. Será uma obra grande, que deverá ficar pronta em um ano e meio, antes da conclusão da transposição — reclama o governador Eduardo Campos (PSB).
Para que a adutora não vire um elefante branco, o governo estadual estuda perfurar 26 poços em outra bacia para captar água, diz o secretário de Recursos Hídricos de Pernambuco, José Almir Cirilo:
— O maior problema da transposição é no coração do sistema. A desistência de empreiteiras atingiu duas estações elevatórias.
— Os canais da transposição não possuem emendas e ninguém pode usá-los. A obra se transformou em uma bagaceira, e, do jeito que vem sendo executada, não serve para nada — resume o secretário de governo de uma das cidades prejudicadas em Pernambuco. Ele prefere o anonimato.
Enquanto isso, uma lâmina de meio centímetro de água no canal próximo à casa de Eliane, servia só para matar a sede de pássaros e cabritos.

TANGO EM NOVA IORQUE

DIZEM QUE, NA ORIGEM, ERA DANÇADO UNICAMENTE PR MARINHEIROS, POIS NENHUMA MULHER OUSAVA DANÇAR O TANGO, CONSIDERADO EXAGERADAMENTE ERÓTICO.


MULHERES ÁRABES


A foto que está chacoalhando as mulheres do mundo árabe



Por Paulo Nogueira, 

Uma imagem de mulher jovem está provocando uma formidável controvérsia mundial no Facebook.
É uma foto banal e ao mesmo tempo extremamente provocativa.
Banal porque não há nudez nem completa e nem parcial, a não ser que você considere braços de fora alguma coisa no gênero.

Provocativa porque a foto é de uma síria de 21 anos, Dana Bakdounis. Dana postou há poucas semanas uma foto sem véu num grupo criado no Facebook por mulheres árabes em busca de igualdade de direitos.
Nela, segura sua identidade e um bilhete manuscrito que é um pequeno manifesto, intitulado “A primeira coisa que senti quando tirei meu véu”. Nele afirma: “Estou com o Movimento de Liberação da Mulher Árabe porque, ao longo de 20 anos, não me permitiram sentir o vento em meu cabelo e em meu corpo”.

siria

A foto, ninguém sabe explicar por que, foi uma sensação instantânea. Em pouco tempo, atraiu 1 600 likes, foi compartilhada 600 vezes e foi objeto de 250 comentários.

Com isso, o grupo ganhou uma visibilidade que ainda não tinha. Os debates se acirrariam ainda mais pouco depois, quando o Facebook simplesmente tirou a foto do ar, sem explicações, e também bloqueou a conta pessoal de Dana.
Censura? Um ataque à liberdade de expressão? Os protestos tomaram a página do grupo no Facebook, hoje com 70 000 integrantes e transformado num fórum vivo de debates de jovens mulheres ávidas insatisfeitas com sua situação. Uma delas disse: “Se vocês fazem este tipo de censura então não podem reivindicar os méritos pela Primavera Árabe.”

O Facebook acabaria, depois de idas e vindas, liberando a foto, e também a conta de Dana. “Minha vida mudou depois que tirei o véu”, diz ela. “Recebi muitas manifestações de solidariedade de outras mulheres com véu. Elas diziam ter vontade de fazer a mesma coisa, mas acrescentavam que faltava a audácia que tive.”
Meses atrás, quando o então presidente da França Nicolas Sarkozy iniciou na França uma cínica e eleitoreira caça às burcas sob o argumento de que estava ajudando as mulheres árabes, escrevi que era uma falácia.

Todos os movimentos históricos de conquista de direitos nasceram das próprias vítimas de injustiça, e não de tutores.
Sempre foi assim, das sufragettes, as mulheres inglesas que lutaram pelo direito ao voto no começo do século passado, aos negros americanos que combateram por sua inclusão social, para ficar em apenas dois casos.

A foto de Dana pode ser um sinal de que as mulheres árabes estão efetivamente decididas a batalhar, elas também, por sua própria Primavera. Se for isso, a imagem entrará para a história da humanidade.

O PERIGO DA COCA-COLA


Para a sua informação o ingrediente ativo da Coca-cola é o ácido fosfórico. Seu PH é 2.8. 
Para você ter uma ideia ele dissolve uma unha em cerca de 4 dias. O ácido fosfórico também “rouba” cálcio dos ossos e é o maior contribuinte para o aumento da osteoporose. 
Há alguns anos fizeram uma pesquisa na Alemanha para detectar o porquê do aparecimento de osteoporose...

RUA DAS FLORES

POIS É, ENQUANTO EM BONN, ALEMANHA, 
RUAS CANTAM E ENCANTAM NA PRIMAVERA, 
NOS AQUI, EM SALVADOR.
 NÃO TEMOS NENHUMA ÁRVORE QUE DÊ FLORES...

POEMA

ENTRE ESTUPROS E CHACINAS...


...O BRASIL QUER FICAR BEM NA FITA


POR MALU FONTES*


A violência do Brasil estampou-se nas manchetes do mundo há poucas semanas, quando uma turista americana entrou em uma van em um dos principais cartões-postais do país, o bairro de Copacabana, acreditando estar em segurança usando o transporte público do Rio de Janeiro. O percurso foi desviado, os demais passageiros foram obrigados a descer e a moça foi estuprada coletivamente por um bando de bárbaros que comandavam o veículo, clandestino. Bastou que, diante do caso, a imprensa internacional lembrasse que este era o país que sediaria a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas para que a polícia do Rio se virasse nos 30 e desse conta de apresentar os criminosos em dois tempos. 
 
Que a imprensa internacional esbugalhe os olhos diante de fatos dessa natureza, qual a surpresa? A barbárie nas grandes cidades brasileiras assombra aqui e lá fora. Chacinas, gente queimada viva, ondas de explosão de caixas de banco, saidinhas bancárias, sequestros relâmpago e taxas de homicídio que parecem genocídio. Diante da violência de qualquer grande metrópole brasileira, Bagdá e a Faixa de Gaza são dúplex no reino da paz. 
 
No entanto, o que se torna quase tão inacreditável quanto a perpetração dessa violência em si é  a reação de boa parte da população brasileira e de lideranças políticas diante da repercussão internacional. Quem já não leu nos jornais ou ouviu na TV declarações do tipo: “Ah, isso é péssimo para a imagem do Brasil lá fora, na véspera da Copa”. Como? A violência é um horror 
é para os brasileiros, que, sem estarem em uma guerra, vivem num país onde não podem sair às ruas certos de que voltarão vivos. 
 
Os subtextos que se escondem sob crimes como o estupro da van são inúmeros e costumam passar em branco em termos de repercussão. A imprensa noticiou, após o episódio da americana, que uma brasileira moradora na periferia do Rio já havia sido estuprada na mesma van, na mesma rota e pelo mesmo bando. Dera queixa e nada foi feito. E a propósito, por que raios é mais importante que a imagem do Brasil fique bem na fita “lá fora” do que garantir a quem vive aqui e sustenta essa bodega o direito de poder sair às ruas sem medo de estupro, assalto e bala perdida?
 
O brasileiro espanta-se diante da grisalhice bela de William Bonner ou dos cachos de graúna de Patrícia Poeta noticiando com pesar mais um estupro na Índia. Esquece, no entanto, que os casos no Brasil aumentaram cerca de 170% em cinco anos, de 15.351 para 41.294 (2005-2010), sem contar que boa parte das mulheres não registra o fato por falta de estrutura nos lugares onde vivem ou por trauma e vergonha. Há uma semana uma garota de apenas 14 anos foi estuprada na Praia do Leblon, reduto da classe média alta do Rio de Janeiro. O barulho que se fez foi quase nulo se comparado ao episódio da americana. Não é nada, não é nada, mas a menina é moradora do Morro do Vidigal. As questões domésticas podem esperar um poquito más. Tudo fica mais fácil com panos quentes, alguma lentidão e uma dose de descaso. Para que barulho se isso vai estragar, aos olhos dos estrangeiros, a imagem de Brasil cordial onde  vive um povo tão feliz e sorridente que, por pouco, a nossa caricatura oficial ainda não se transformou numa bunda sob uma ampla dentadura sorridente?
 
* Malu Fontes é jornalista e professora de Jornalismo da Ufba

PARA QUEM GOSTA DE ANTIGUIDADES...

... E PARA QUEM GOSTA DE MECÂNICA!

7 tecnologias dos povos antigos que você não sabia que existiam

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RONDA, VANZOLINI E JAMELÃO

Nascido em abril de 1924, Paulo Vanzolini é autor de composições clássicas como “Volta por cima”, “Ronda”, "Praça Clóvis" e "Na boca da noite". Suas canções foram interpretadas por grandes nomes da MPB, como Miúcha, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Inezita Barroso.
O autor também tem carreira acadêmica renomada. Formado em Medicina no Brasil e com doutorado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, foi diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), onde trabalhou por mais de 40 anos. Em 2008, doou o acervo de sua biblioteca, com mais de 25 mil itens – incluindo obras raras, periódicos e mapas – ao museu. Segundo o governo de São Paulo, o valor do acervo é estimado em US$ 300 mil.


Nasceu no bairro de São Cristóvão e passou a maior parte da juventude no Engenho Novo, para onde se mudou com seus pais. Lá, começou a trabalhar, para ajudar no sustento da família - seu pai havia se separado de sua mãe. Levado por um amigo músico, conheceu a Estação Primeira de Mangueira e se apaixonou pela escola de samba.
Ganhou o apelido de Jamelão na época em que se apresentava em gafieiras da capital fluminense. Começou ainda jovem, tocando tamborim na bateria da Mangueira e depois se tornou um dos principais intérpretes da escola.
Passou para o cavaquinho e depois conseguiu trabalhos no rádio e em boates. Foi "corista" do cantor Francisco Alves e, numa noite, assumiu o lugar dele para cantar uma música de Herivelto Martins.
A consagração veio como cantor de samba. Sua primeira gravadora foi a Odeon. Depois, trabalhou para a Companhia Brasileira de DiscosPhilips e mais tarde para a Continental, onde gravou a maioria de seus álbuns, para a RGE e depois para a Som Livre. Entre seus sucessos, estão "Fechei a Porta" (Sebastião Motta/ Ferreira dos Santos), "Leviana" (Zé Kéti), "Folha Morta" (Ary Barroso), "Não Põe a Mão" (P.S. Mutt/ A. Canegal/ B. Moreira), "Matriz ou Filial" (Lúcio Cardim), "Exaltação à Mangueira" (Enéas Brites/ Aluisio da Costa), "Eu Agora Sou Feliz" (com Mestre Gato), "O Samba É Bom Assim" (Norival Reis/ Helio Nascimento) e "Quem Samba Fica" (com Tião Motorista).
De 1949 até 2006, Jamelão foi intérprete de samba-enredo na Mangueira, sendo voz principal a partir de 1952, quando sucedeuXangô da Mangueira.1 Em janeiro de 2001, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo então presidenteFernando Henrique Cardoso.
Diabético e hipertenso, Jamelão teve problemas pulmonares e, desde 2006, sofreu dois derrames. Afastado da Mangueira, declarou em entrevista: "Não sei quando volto, mas não estou triste."
Morreu às 4hs do dia 14 de junho de 2008, aos 95 anos, na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em sua cidade natal, por falência múltipla dos órgãos. O enterro foi no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.

A CHUVA CHEGOU EM SALVADOR

FIM DE DIA SOBRE A BAIA

LUAR NA MINHA RUA

DESPEDIDA



Alguns leitores do jornal A Tarde talvez estranhem, a partir deste sábado, a ausência de minha coluna quinzenal. Alívio para uns, decepção para outros. Indiferença para a maioria.
Durante três anos tive como objetivo, dentro de limitado alcance, alertar a opinião pública sobre omissões e falhas que prejudicam a evolução da sociedade. Falei de drogas e racismo, de festas populares e situação carcerária, língua portuguesa e educação, arte contemporânea e primitiva,  restaurantes e botecos, samba e dança de salão, turismo e cultura, coleções e colecionadores, vizinhos e viagens. Mas o epicentro de minhas preocupações foi sem dúvida a defesa da memória da Bahia e do centro histórico de Salvador. Nunca hesitei em apontar omissões dos órgãos responsáveis. Enfrentei até ameaças de personalidades infinitamente mais poderosas que este simples colunista.
Durante estes três anos recebi inúmeras provas de apoio, seja através da internet, seja na fila do cinema, na bilheteria do teatro ou no acaso das ruas. Escritores me mandaram seus livros, alguns acompanhados de exagerados elogios.
A partir de julho do ano passado, problemas de saúde mais sérios me levaram a questionar procedimentos de meu plano de saúde Bradesco.  Não é de hoje que o noticiário dos canais de televisão – até o programa da comportada Fátima Bernardes - coloca em evidência as falhas, a escancarada má vontade das empresas que cobram altas mensalidades, pagam mal os médicos conveniados e desrespeitam seus clientes no momento exato da maior necessidade.
Escrevi um artigo expondo meu caso como emblemático. Afinal não se trata somente de minha vida, mas também da vida de todos vocês, leitores.
Para minha surpresa e profunda decepção, a redação de tão respeitável jornal postergou por mais de um mês a publicação de meu escrito sob vários pretextos. O último destes foi que eu precisava comunicar ao Bradesco a extensa lista das consultas relacionadas com meu problema.
Como se o Bradesco, neste princípio de século XXI, continuasse trabalhando com fichários metálicos, telegramas e máquinas taquigráficas! Não bastava procurar meu nome no banco de dados da empresa para saber, detalhadamente, quando, como e com quem eu me consultara desde 1997?
Após exagerada insistência, entendendo a inutilidade desta, resolvi entrar com queixa no Ministério Público e abandonar minha colaboração com o jornal, pois acho que omitir tão essencial informação é ser conivente com uma empresa que não tem a vida como maior bem de seus clientes.
Sei perfeitamente das contingências que limitam a liberdade de expressão da imprensa. No mundo inteiro, esta é refém do poder econômico.  Afinal o banco Bradesco é um dos maiores das duas Américas. Imaginar que a censura não existe seria pura infantilidade.
Ela acaba de colocar seu dedo nojento na minha ferida.
Não será difícil a redação de A Tarde encontrar quem preencha o espaço com até muito maior competência. Ninguém é insubstituível.
Para aqueles que se acostumaram a ler meus protestos e irritações, informo que continuarei a defender minhas idéias através de meu blog. Hoje a internet veicula notícias e opiniões pelo mundo afora em questão de segundos. Não que o bom, velho amigo, o jornal de papel, esteja moribundo. Mas, para um futuro risonho, terá que se adequar a uma nova realidade.
Decepcionado, magoado? Sim, claro. Rancoroso, nunca.
Fiz, neste centenário jornal, vários grandes amigos.
Foi uma ótima parceria.
Dimitri Ganzelevitch

segunda-feira, 29 de abril de 2013

FIM DO MUNDO

QUEM INVENTOU?

O POPÓ NUNCA ME ENGANOU

CACHOEIRA NÃO É UM LAGO TRANQUILO


Preso com sinais de embriaguez


Cachoeira é preso com sinais de embriaguez

Quais segredos protegem este bandido?


O contraventor Carlinhos Cachoeira foi detido na madrugada de ontem por dirigir embriagado na BR-060, entre Anápolis (GO) e Brasília. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Cachoeira se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas, como apresentava sinais claros de embriaguez, foi autuado e encaminhado para o 6.º Distrito Policial de Anápolis.
De acordo com relatos dos agentes, Cachoeira não resistiu à prisão e parecia até "conformado" com a situação. No DP, ele pagou fiança de R$ 22 mil para ser liberado.
Cachoeira foi parado na blitz da PRF quando voltava de um show do cantor sertanejo Gustavo Lima com a mulher, Andressa, e um casal de amigos.
Em fevereiro de 2012, o contraventor foi preso na operação Monte Carlo, acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, mas conseguiu um habeas corpus e hoje responde ao processo em liberdade, apesar de estar proibido de viajar para o exterior.
Como o primeiro desdobramento da operação, foi condenado a quase 40 anos de prisão. A investigação revelou ainda que ele mantinha relações suspeitas com diversos políticos importantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PRECISAMOS DA COPA DO MUNDO?





PLANEJANDO DE PONTA CABEÇA


                                                                                                                                                                             Paulo Ormindo de Azevedo

Em 1996 participei de um seminário em San Antonio, Texas. Aquela cidade estava planejando um novo aeroporto. A Seplan local havia identificado três possíveis localizações e mandado fazer estudos de impacto ambiental e viabilidade econômica das três alternativas. Em todos os espaços públicos havia, democraticamente, resumos dos estudos, a agenda das audiências e urnas para os cidadãos se manifestarem.

Na Bahia, se está realizando portos, ferrovias e a transposição das aguas do São Francisco, com enormes impactos ambientais e sociais sem discussão com a cidadania. Vou me ater apenas àquelas que afetam a RMS e a Baia de Todos os Santos. Cito a ligação Salvador-Itaparica, a estação de regaseificação, o metro de Salvador e a transferência da rodoviária para Pirajá. Estas são obras projetadas pelas construtoras-imobiliárias, concessionarias e interessados e encampadas acriticamente por um estado tecnicamente desaparelhado que não dispõe senão de 300 engenheiros.

As comunidades técnica e acadêmica e as lideranças sociais não são contra essas obras, senão que querem discutir alternativas e evitar o desperdício de recursos públicos com obras mal planejadas, técnica e financeiramente, que acabam paralisadas por falta de sustentabilidade, como a Linha 1 do Metrô, a Via Náutica, o Parque do Aeroclube, o bonde-moderno e o complexo hoteleiro de Sauipe. Esses projetos carimbados vêm com estudos de viabilidade e de impacto ambiental, mas de escassa credibilidade, porque as empresas consultoras fazem o que manda o cliente e as agencias governamentais as licenciam sob pressão politica.

Ao decidir despejar até 140 mil veículos diários na área central de uma cidade que não tem um anel rodoviário (A Tarde, 2/4/13) ou transferir a estação de ônibus para os confins do município, o Estado está afetando a vida de três milhões de cidadãos sem que eles possam opinar, senão pagar a conta de seu próprio suplício diário. Quando a pressão da sociedade é grande, o Estado simula estar planejando, como no caso do Sistema Viário do Oeste, mas está apenas tentando respaldar uma decisão adotada aprioristicamente sem maiores critérios.

Em reunião recente no fórum a Cidade Também é Nossa, o coordenador do projeto, Paulo Henrique Almeida, afirmou que poderia discutir tudo, menos o ponto de partida e chegada da ponte e sua trajetória. Curiosamente este é o projeto proposto, há mais de vinte anos, por uma construtora/imobiliária baiana e que virou caricatura, ainda hoje provocando risos na internet. Declaração corroborada pelo Secretario Gabrielli, que afirma que a ponte já está em construção. De fato está sendo contratada a sondagem de seus pilares e a modelagem econômica e financeira da obra, embora seu orçamento só será conhecido em janeiro de 2014 quando terminar o projeto de engenharia (A Tarde, 9/4/13).

Ainda vão ser licitados os estudos de impactos ambientais e urbanísticos, que deveriam embasar ou não a decisão. Só depois do projeto fechado, que custará R$ 90,5 milhões, serão feitas audiências públicas como manda a lei (Bahia Negócios, jan/13). Esta é uma metodologia do planejamento ao revés, de ponta cabeça, primeiro se decide e depois se transforma o plano improvisado no “discurso competente”, no dizer de Marilena Chaui, para cooptar o povão pouco informado.

Pergunta-se, porque gastar quase R$ 100 milhões se a obra já está em execução? Não é preciso muito estudo para se concluir que esta obra polêmica, estimada entre R$ 7 a R$15 bilhões, não será paga pelo pedágio, que mal dá para sua operação e manutenção, por Certificados de Potencial Adicional de Construção num subúrbio pobre, nem tampouco pelas “Cidade de Deus” da Caixa. Ela será custeada unicamente por nós e nossos descendentes, durante décadas, Quando bate à porta a recessão, a seca e a inflação, nossas autoridades deveriam ser mais sóbrias e cautelosas. Se não quisermos pagar essa conta, comecemos a protestar para que não venhamos a  nos indignar e chorar como os espanhóis, portugueses, gregos e cretenses pela prodigalidade de seus governantes.

domingo, 28 de abril de 2013

GRAFITE

ANGOLA FOI MAIS PERSPICAZ






O governo de Angola baniu a maioria das igrejas evangélicas brasileiras do país e acusa as entidades de praticar "propaganda enganosa" e "se aproveitam das fragilidades do povo angolano"

A ARTE DE VIVER


“Um antropólogo fez uma brincadeira com crianças de uma tribo africana. Ele colocou um cesto cheio de frutas junto a uma árvore e disse para as crianças que o primeiro que chegasse junto a árvore ganharia todas as frutas. Dado o sinal, todas as crianças saíram ao mesmo tempo e de mãos dadas! Então sentaram-se juntas para aproveitar da recompensa. Quando o antropólogo perguntou porquê elas haviam agido dessa forma, sabendo que um entre eles poderia ter todos os frutos para si, eles responderam: Ubuntu, como um de nós pode ser feliz se todos os outros estiverem tristes?
UBUNTU na cultura Xhosa significa: “Eu sou porque nós somos”

A MÃO QUE EMBALA O MAL


 por Mary Zaidan

Se o Ministério Público desagrada, reduza-se o poder do MP. Se o STF causa dissabores, cortem-se as asas do Supremo.
Se a imprensa critica e denuncia, controle-a. Essa é a lógica que impera no PT, partido que não se satisfaz com a maioria, nem mesmo acachapante.
Quer tanto a hegemonia plena que golpeia qualquer um que ouse discordar da ordem unida, cassando a palavra e o voto.
Que o digam os senadores Jorge Viana (AC) e Wellington Dias (PI), este último líder do PT, impedidos de discordar do prazo de vigência para as novas regras ditadas pelo governo para a criação de novos partidos.
Direta ou indiretamente, a mão e a mente do PT estão em todos os atos que castram os poderes daqueles que o perturbam.
Chegou ao cúmulo de fazer aprovar na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara um revide ao Supremo, que impôs reveses irrecuperáveis à imagem do PT.
Com votos dos mensaleiros José Genoíno e João Paulo Cunha, ambos do PT-SP, o projeto do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) retira prerrogativas constitucionais pétreas do STF, transferindo-as para o Parlamento.

Wellington Dias e Jorge Viana. Foto: André Corrêa

A afronta foi tão assustadora que o aliado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Casa, antecipou-se em suspender a tramitação da matéria.
Pôs panos quentes, mas não conseguiu evitar o acirramento da crise com o STF, que o PT não se cansa de atiçar desde o julgamento do mensalão.
Na outra ponta, por meio do aliado Fernando Collor (PTB-AL), o PT tentou intimidar o procurador-geral da República Roberto Gurgel, inimigo número 1 do partido, com a ameaça de uma CPI.
A ideia não prosperou, mas o partido estimula o projeto que limita as possibilidades de investigação do MP. Ainda que o PT tergiverse e diga que nada tem com isso, a PEC de autoria do ex-delegado Lourival Mendes (PT do B-BA) dificilmente chegaria onde chegou sem o aval do partido.
Quanto à imprensa, repete sempre que pode: não vai abandonar o projeto de controle, que, sem pudor algum, chama de democratização.
O PT tem poder legítimo e popularidade recorde. Mas parece invejar o conforto totalitário do governo da Venezuela, nação com democracia de mentirinha, que acaba de receber, assim como a derrapante Argentina de Cristina Kirchner, mais afagos da presidente Dilma Rousseff.
Não se chegou ao absurdo da ditadura bolivariana que quer encarcerar o líder oposicionista e mandou cortar salários e vozes de parlamentares que não reconhecem a vitória de Nicolás Maduro, arremedo mal acabado de Hugo Chávez.
Mas o PT está se empenhando em aproximar-se de tais descalabros. Move-se para sufocar a oposição, anular o Judiciário e pôr rédeas na imprensa.

Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'. Escreve aqui aos domingos. @maryzaidan

UM BOM PASSA-TEMPO

VALE A PENA CURTIR ESTES JOGOS


UM TEXTO DE ARIANO SUASSUNA...

...NUNCA SE DEVE PERDER.


Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

NÃO HÁ COMO SE CONFORMAR!

EM POUCAS PALAVRAS E POUCAS IMAGENS...



sábado, 27 de abril de 2013

PRECONCEITOS

RUI BARBOSA E O LADRÃO





Rui Barbosa, ao chegar em sua casa, ouviu um barulho esquisito vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou que havia um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo, surpreendendo-o tentando pular o muro com seus amados patos. Batendo nas costas do tal invasor, disse-lhe:

- Ô bucéfalo, não é pelo valor intrínseco dos bípedes palmíferes e sim pelo ato vil e sorrateiro de galgares as profanas de minha residência. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares de minha alta prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica no alto de tua sinagoga que reduzir-te-á à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, disse:

- Ô moço, eu levo ou deixo os patos?


NEW YORK TIMES

O AVESSO DO RÓTULO NESTLÉ


" o que for feito à Terra, será feito aos filhos da Terra."

Na Hungria havia uma fábrica de chocolates, que vendia para o mercado interno e exportava para os países vizinhos e todo o Leste Europeu.
A Nestlé comprou a fábrica, botou todos os funcionários no olho da rua, demoliu as instalações e saiu do país.
A Nestlé não quer concorrência. Se houver...


 Nestlé mata Água Mineral São Lourenço  (As águas turvas da Nestlé)
 


Há alguns anos a Nestlé vem utilizando os poços de água mineral de São Lourenço para fabricar a água marca Pure Life.
 

Diversas organizações da cidade vêm combatendo a prática, por muitas razões.
As águas minerais, de propriedades medicinais e baixo custo, eram um eficiente e barato tratamento médico para diversas doenças, que entrou em desuso, a partir dos anos 50, pela maciça campanha dos laboratórios farmacêuticos para vender suas fórmulas químicas através dos médicos. Mas o poder dessas águas permanece. Médicos da região, por exemplo, curam a anemia das crianças de baixa renda apenas com água ferruginosa.
 
Para fabricar a PureLife, a Nestlé, sem estudos sérios de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta sais minerais de sua patente. A desmineralização de água é proibida pela Constituição. 
Cientistas europeus afirmam que nesse processo a Nestlé desestabiliza a água e acrescenta sais minerais para fechar a reação. Em outras palavras, a PureLife é uma água química. A Nestlé está faturando em cima de um bem comum, a água, além de o estar esgotando, por não obedecer às normas de restrição de impacto ambiental, expondo a saúde da população a riscos desconhecidos. O ritmo de bombeamento da Nestlé está acima do permitido. 

Troca de dutos na presença de fiscais é rotina. O terreno do Parque das Águas de São Lourenço está afundando devido ao comprometimento dos lençóis subterrâneos. A extração em níveis além do aceito está comprometendo os poços minerais, cujas águas têm um lento processo de formação. Dois poços já secaram. Toda a região do sul de Minas está sendo afetada, inclusive estâncias minerais de outras localidades. 

 
Durante anos a Nestlé vinha operando, sem licença estadual. E finalmente obteve essa licença no início de 2004.
 
Um dos brasileiros atuantes no movimento de defesa das águas de São Lourenço, Franklin Frederick, após anos de tentativas frustradas junto ao governo e à imprensa para combater o problema, conseguiu apoio, na Suíça, para interpelar a empresa criminosa. A Igreja Reformista, a Igreja Católica, Grupos Socialistas e a ONG verde ATTAC uniram esforços contra a Nestlé, que já havia tentado a mesma prática na Suíça. 
Em janeiro deste ano, graças ao apoio desses grupos, Franklin conseguiu interpelar pessoalmente, e em público, o presidente mundial do Grupo Nestlé. Este, irritado, respondeu que mandaria fechar imediatamente a fábrica da Nestlé em São Lourenço. No dia seguinte, no entanto, o governo de Minas (PSDB), baixou portaria regulamentando a atividade da Nestlé. Ao invés de aplicar multas, deu-lhe uma autorização, mesmo ferindo a legislação federal. Sem aproveitar o apoio internacional para o caso, apoiou uma corporação privada de histórico duvidoso.

Sea grande imprensa brasileira, misteriosa e sistematicamente vem ignorando o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o assunto foi publicado em jornais de vários países, além de duas matérias de meia hora na televisão. Em uma dessas matérias, o vereador Cássio Mendes, do PT de São Lourenço, envolvido na batalha contra a criminosa Nestlé, reclama que sofreu pressões do Governo Federal (PT), para calar a boca. Teria sido avisado de que o pessoal da Nestlé apoia o Programa Fome Zero e não está gostando do barulho em São Lourenço.
 

 
Diga-se também que a relação espúria da Nestlé com o Fome Zero é outro caso sinistro. A empresa, como estratégia de marketing, incentiva os consumidores a comprar seus produtos, alegando que reverte lucros para o Fome Zero. E qual é a real participação da Nestlé no programa? A contratação de agentes e, parece, também fornecendo o treinamento.
 
Sim, é a mesma famosa Nestlé, que tem sido há décadas alvo internacional de denúncias de propaganda mentirosa, enganando mães pobres e educadores, para  substituir leite materno por produtos Nestlé, em um dos maiores crimes contra a humanidade.
 
A vendedora de leites e papinhas "substitutos" estaria envolvida com o treinamento dos agentes brasileiros do Fome Zero, recolhendo informações e gerando lucros e publicidade nas duas pontas do programa: compradores desejosos de colaborar e famintos carentes de comida e informação. Mais preocupante: o Governo Federal anuncia que irá alterar a legislação, permitindo a desmineralização "parcial" das águas. O que é isso? Como será regulamentado?
 
Se a Nestlé vinha bombeando água além do permitido e a fiscalização nada fez, como irão fiscalizar agora a tal desmineralização "parcial"? Além do que, "parcial" ou "integral", a desmineralização é combatida por cientistas e pesquisadores de todo o mundo. E por que alterar a legislação em um item que apenas interessa à Nestlé? O que nós, cidadãos, ganhamos com isso? 
É simples. Sabemos que outras empresas, como a Coca-Cola, estão no mesmo caminho da Nestlé, adquirindo terrenos em importantes áreas de fontes de água. É para essas empresas que o governo governa? Uma vergonha !!!


Mais informações sobre o caso Nestlé emhttp://www.circuitodasaguas.org/ ( curiosamente esse site não está  mais disponível, eu não consegui entrar)
 

O MAIS FAMOSO QUADRO DE REMBRANDT


LONDRES - A pintura de Rembrandt, “A Ronda Noturna”, ganhou movimento em flash mob feito em um shopping da Holanda para celebrar o retorno da obra ao Rijksmuseum, em Amsterdã.

 
O museu deve ser reaberto em 13 de abril, após 10 anos de reforma.

A pintura, uma das mais famosas do pintor holandês, foi concluída em
1642. Retrata o capitão Frans Banning Cocq dando ordens ao tenente Willem van Ruytenburch para marchar. No segundo plano, aparecem os 18 integrantes da Corporação de Arcabuzeiros de Amsterdã que encomendaram o quadro para decorar a Kloveniersdoelen, sede da
milícia.

CARTÃO DE CRÉDITO

QUANDO A IMPRENSA MANIPULA A OPINIÃO PÚBLICA

NÃO FUI ADMIRADOR DO LEONEL BRIZOLA. 
NÃO FAÇO PARTE DO FÃ CLUBE DA TV GLOBO.
 MAS CONSIDERO ESTE TRECHO COMO UM MARCO, UMA REFERÊNCIA 
PARA TENTAR COMPREENDER AS RELAÇÕES,
 COM FREQUÊNCIA INCESTUOSAS,
 DA IMPRENSA COM O PODER POLÍTICO, 
QUANDO NÃO DO PODER ECONÓMICO. 

Cid Moreira. s/d. Cedoc/ TV Globo.

DOMÉSTICAS NA FRANÇA


Na França, famílias abatem do IR até metade de gastos com domésticas

Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil
Atualizado em 5 de abril, 2013 - 07:47 (Brasília) 10:47 GMT 
Adriana Brandão abate no IR parte do salário que paga à babá Angelina

O governo francês oferece um incentivo de peso para famílias que desejam empregar trabalhadores domésticos: um abatimento no Imposto de Renda (IR) que cobre a metade dos salários e encargos sociais pagos anualmente.
Até mesmo as pessoas físicas isentas do imposto de renda (IR) podem ter benefícios com a contratação de um trabalhador doméstico. Elas recebem um crédito fiscal por meio de um cheque enviado pelo Tesouro, também correspondente à metade das quantias pagas.
É o que garante o chamado "Cheque Emprego Serviço Universal" (CESU), sistema criado pelo governo para estimular a redução do trabalho doméstico informal e também permitir a criação de empregos no país.
Na prática, é o governo francês que financia parte da contratação de faxineiras, babás, jardineiros, auxiliares que prestam serviços a pessoas idosas e até mesmo profissionais que dão apoio escolar a domicílio, entre várias outras atividades.
O teto do gasto anual com salários e encargos contemplado com abatimento do IR ou crédito fiscal é de 12 mil euros (R$ 31,2 mil) por ano - o empregador pode ter uma restituição da metade dessa soma.
Mas o total em salários e encargos trabalhistas pagos pode atingir até 20 mil euros por ano (redução fiscal de 10 mil euros anuais) no caso de o empregador ter filhos ou idosos com mais de 65 anos na casa ou ainda pessoas com deficiência.

Praticidade

O sistema francês tem outra vantagem: sua praticidade. Após se inscrever no site do CESU, o empregador pode declarar mensalmente pela internet o número de horas efetuadas pelo trabalhador doméstico.
O CESU também envia pelo correio holerites ao empregado que comprovam que ele foi efetivamente declarado no Seguro Social.
A jornalista mineira Adriana Brandão utiliza o sistema há anos. Quatro trabalhadores domésticos prestam atualmente serviços para ela e sua família.
Em seu apartamento em Paris, trabalham uma faxineira filipina (quatro horas semanais a 13 euros por hora, quase R$ 34), e a babá brasileira Angelina Jacob, também quatro horas por semana, a 11 euros por hora ( R$ 28,60).
Na França, assim como em outros países europeus, o pagamento dos empregados domésticos é normalmente calculado por hora.
Brandão, casada com um escritor suíço e mãe de um garoto, também emprega regularmente um jardineiro em sua casa de veraneio no sul da França e, esporadicamente, uma faxineira.
"Além de garantir os direitos desses trabalhadores, sempre quis declarar as pessoas que trabalham em casa para ter cobertura em caso de acidente", disse Brandão à BBC Brasil.
"Isso tem um custo porque o pagamento das contribuições sociais praticamente dobra o montante do salário. Mas a redução fiscal também é, claro, um incentivo para declarar os trabalhadores", diz ela.
No ano passado, ela gastou cerca de 5,6 mil euros (R$ 14,6 mil) em salários e encargos trabalhistas e pôde abater a metade desse montante de seu IR.

Benefícios

Na França, ter uma funcionária em casa que trabalhe o mês completo é algo reservado à classe alta.
"É bem diferente do Brasil. Na França, mesmo com faxineira, temos de colocar a mão na massa e lavar roupa, tirar o pó e arrumar a casa diariamente", conta Brandão.
"Talvez com a nova PEC das domésticas, muitas brasileiras passem a arrumar a casa como fazem as europeias", diz ela.
De acordo com dados do governo francês, 4 milhões de lares franceses (17% do total) utilizaram os serviços de trabalhadores domésticos em 2011 (último dado disponível).
Existem 2 milhões de trabalhadores domésticos declarados na França. A atividade movimentou 17,4 bilhões de euros no país (1% do PIB) em 2011, segundo o governo.
"Os benefícios fiscais concedidos aos empregadores contribuíram para reduzir o trabalho informal no setor", afirma Laurent Hénart, presidente da Agência Nacional de Serviços Prestados à Pessoa, que centraliza o sistema do CESU.
Segundo ele, 320 mil empregos domésticos foram criados na França desde que o sistema de cheques entrou em vigor, em 2006.
O sistema simplificado francês para declarar os trabalhadores domésticos é elogiado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"A redução fiscal para os empregadores tem um custo para o Estado, mas no final ele também sai ganhando com o aumento do número de trabalhadores formais", disse à BBC Brasil o jurista Martin Oelz, especialista da OIT sobre condições de trabalho.

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