Um pequeno barco azul e branco passeia a uns dez metros da praia.
Da popa, um jovem negro, torso nu, o conduz a remos.
Na proa, outro jovem, também negro, colar prateado no pescoço, bebe uma caipirinha; deitada languidamente sobre seu peito, uma adolescente de biquíni e cabelos crespos, esvoaçantes; olhos fechados.
O barco vai e vem, indolentemente; aproxima-se da areia, até quase encalhar.
O remador interrompe sua atividade; contempla o infinito.
Os jovens têm um ar blasé; parecem envoltos numa nuvem de tédio voluptuoso.
O braço da jovem movimenta-se ritmicamente; os olhos do namorado vão ficando esgazeados.
Marcos A. P. Ribeiro
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