quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MEXENDO NO PROBLEMA ERRADO

Por Carlos Brickman

Não é questão de  nacionalidade: um dos maiores médicos do Brasil foi um ucraniano, Noel  Nutels, que levou a saúde pública às áreas indígenas da Amazônia.  

A questão é outra: é que o Governo criou  uma enorme polêmica por achar que Saúde é Medicina. E não é: Medicina é a última etapa na  luta pela Saúde.

A Saúde começa pela engenharia - saneamento básico. A água potável e os esgotos reduzem o número  de doentes (e derrubam a mortalidade infantil.

Educação é o segundo passo: quem lava as  mãos e cuida da higiene básica, mantém o mosquito da dengue à distância,  assegura a limpeza dos animais domésticos e cuida de seu lixo tem mais  condições de evitar doenças. Condições de vida são importantes: roupas e calçados minimamente adequados, alimentação suficiente e moradia saudável fazem milagres .

Se uma pessoa educada, com acesso a  saneamento básico, alimentação e moradia, devidamente vacinada, mesmo assim  fica doente, então sim cabe à Medicina cumprir seu nobre e insubstituível papel  de cura.


Em resumo,  não adianta trazer grandes especialistas mundiais sem que a população tenha  condições adequadas de vida. Tem? Não, não tem. 

E não falemos de periferias: aqui mesmo, Guarulhos, na Grande São Paulo, segunda maior cidade do Estado e 13ª do país, com 1,2 milhão de habitantes, onde está o maior aeroporto  internacional do país, não trata nem metade dos esgotos que lança no rio  Tietê.

A propósito: sem seringas, termômetro, um  medidor de pressão, um medidor de glicemia, alguns remédios, que é que se  espera de um médico? Milagres?

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