Salvador é considerada uma das cidades mais sujas e mais
barulhentas da América Latina. Quem sou eu para provar o contrário?
Acabo de levantar, a uma hora da manhã deste sábado, 26 de
novembro, por que uma casa vizinha a minha deu a louca, mais uma vez. Trata-se
de um belo casarão, restaurado com capricho no embalo do Pelourinho dos anos 90. Há mais
de vinte anos que esta casa é atribuída a cantora Sarajane, não se sabe a
título de quê. O motivo deve ser alguma forma de nepotismo político, já que
artístico com certeza não é. Ela pretendia fazer um estúdio de gravação, mas, a
pesar de muitas exigências, nunca funcionou.
Uma placa na fachada anuncia “A Casa”, promessa de trabalho
social que se limita a eventuais e esporádicas aulas de dança ou música, mas na
realidade vive durante semanas seguidas sem qualquer atividade. Quem paga pela
manutenção do espaço?
De forma também irregular, tem embalo nos sábados. Nunca a
mesma música. Com toda evidência, a responsável se contenta em alugar a casa. A
renda será revertida para as suas obras sociais? Hoje, por exemplo, fui
obrigado a sair de minha cama a meia-noite para bater a porta da discoteca
improvisava, pedindo que parem com este absurdo bate-estaca. Uma moça de
improvável vestido vermelho me assegurou que a barulheira “já vai parar”.
Mas tudo continuou como dantes. Só lá pela 1:30. Viro e viro
e fico irritado na cama até resolver que será melhor desabafar no meu
computador já que dormir é impossível. E
amanhã a rua acordará com o lixo da festa espalhado pela rua. É como a Limpurb
não passa aos domingos, teremos que conviver com a porcaria até segunda-feira
de noite, pela alegria dos ratos. Alegria, alegria.
Afinal o que deu a uma moça de pouco talento tanta
prerrogativa para usufruir, de graça, de uma ampla casa com vista para a baia, especialmente
adaptada a suas exigências? O talento? Com
certeza não foi. Senão Maria Betânia teria um quarteirão inteiro. Então?
Telefonar para a Sucom é empreitada totalmente inútil. Nem
respondem ao telefone durante a semana, imaginem ao sábado! E por falar em
Sucom, seria bom nosso dinâmico e jovem prefeito fazer uma boa varredura no
órgão mais lento do município (um ano e meio para um simples alvará de reforma de apartamento). Resta, para proteger meu direito ao sono,
recorrer ao o Ministério Público.
Mais um fardo a carregar para começar a semana...
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