domingo, 27 de outubro de 2013

SARAJANE... MÚSICA OU BARULHO?

Salvador é considerada uma das cidades mais sujas e mais barulhentas da América Latina. Quem sou eu para provar o contrário?
Acabo de levantar, a uma hora da manhã deste sábado, 26 de novembro, por que uma casa vizinha a minha deu a louca, mais uma vez. Trata-se de um belo casarão, restaurado com capricho  no embalo do Pelourinho dos anos 90. Há mais de vinte anos que esta casa é atribuída a cantora Sarajane, não se sabe a título de quê. O motivo deve ser alguma forma de nepotismo político, já que artístico com certeza não é. Ela pretendia fazer um estúdio de gravação, mas, a pesar de muitas exigências, nunca funcionou.
Uma placa na fachada anuncia “A Casa”, promessa de trabalho social que se limita a eventuais e esporádicas aulas de dança ou música, mas na realidade vive durante semanas seguidas sem qualquer atividade. Quem paga pela manutenção do espaço?
De forma também irregular, tem embalo nos sábados. Nunca a mesma música. Com toda evidência, a responsável se contenta em alugar a casa. A renda será revertida para as suas obras sociais? Hoje, por exemplo, fui obrigado a sair de minha cama a meia-noite para bater a porta da discoteca improvisava, pedindo que parem com este absurdo bate-estaca. Uma moça de improvável vestido vermelho me assegurou que a barulheira “já vai parar”.
Mas tudo continuou como dantes. Só lá pela 1:30. Viro e viro e fico irritado na cama até resolver que será melhor desabafar no meu computador já que dormir é impossível.  E amanhã a rua acordará com o lixo da festa espalhado pela rua. É como a Limpurb não passa aos domingos, teremos que conviver com a porcaria até segunda-feira de noite, pela alegria dos ratos. Alegria, alegria.
Afinal o que deu a uma moça de pouco talento tanta prerrogativa para usufruir, de graça, de uma ampla casa com vista para a baia, especialmente adaptada a suas exigências? O talento?  Com certeza não foi. Senão Maria Betânia teria um quarteirão inteiro. Então?
Telefonar para a Sucom é empreitada totalmente inútil. Nem respondem ao telefone durante a semana, imaginem ao sábado! E por falar em Sucom, seria bom nosso dinâmico e jovem prefeito fazer uma boa varredura no órgão mais lento do município (um ano e meio para um simples alvará de reforma de apartamento). Resta, para proteger meu direito ao sono, recorrer ao o Ministério Público.
Mais um fardo a carregar para começar a semana...



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