O morto não morre,
não há colo nem cruz
onde repouse o que palpita cego
e lancinante pervaga.
Sei que me olha de uma fenda quântica,
mas eu o queria aqui junto comigo,
delirante, fraco, mas comigo, junto comigo, o meu querido irmão.
Numa carta longínqua me escreveu
"Somos de Deus", irmã.
Uma bela antífona ao choro desta noite
até que chegue o amanhã.
ADÉLIA PRADO
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