sábado, 30 de junho de 2012

SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES

  Vivemos tempos sombrios no estado da Bahia


É triste lembrar que faço parte diretamente do caos que se encontra o estado da Bahia. Ajudei com o meu voto a eleger um candidato que em campanha política prometia fazer um governo igualitário, um governo pelo povo que primaria pelo diálogo e que traria equilíbrio e concórdia até mesmo com seus adversários políticos. Enfim, conseguindo se eleger, comemorei como muitos a vitória de um membro do PT que como promessa de campanha prometia olhar melhor para o funcionarismo público. Mas como sempre  diz,…”Se você quiser conhecer a verdadeira face do ser humano, dê poder a ele”. Então essa pessoa que ajudamos a eleger se voltou logo no início de mandato contra os funcionários públicos, perseguindo, cortando salários e já com mais de 30 dias de greve nós professores sucumbimos as pressões e voltamos ao trabalho perdendo naquele ano de 2007 até mesmo as nossas férias. Humilhados, voltamos cabisbaixos para o nosso “cativeiro educacional”, ou seja,… nossas unidades de ensino. Foi um ano digno de se esquecer.
Enfim tivemos a chance de mostrar ao Governador que sabíamos quem ele era, e esperei que na eleição de 2009 a resposta por parte do funcionarismo público fosse dada, mas ele foi mais astuto. Recuperou estradas, fez hospitais, ampliou o sistema habitacional não só em Salvador como em todo o estado, coisas que poderiam ter sido feitas antes, ele como uma raposa felpuda deixou tudo para o período que antecedia as eleições e sem concorrente direto, se reelege sem grandes esforços. Não satisfeito, continua a sua pratica de desestimulo a educação, não usando de forma correta o dinheiro do FUNDEB para valorizar o professor dando-lhe um salário digno para exercer suas funções, e até mesmo estruturar melhor as escolas para que as mesmas pudessem ser de fato um reduto do saber. A situação do servidor em educação ficou tão ruim que até para receber vantagens que é de direito do servidor é uma tarefa nada fácil de se conseguir, a começar pela licença prêmio que só é concedida aos docentes com mais de 20 anos de serviço. Menos disso, tantas entradas na documentação que for feita será sempre indeferida. Outra arbitrariedade do governo Jacques Wagner é que se o professor fez um curso, só poderá dar entrada na vantagem em 3 em 3 anos. Ou seja, estudar e receber o incentivo pela sua dedicação aos estudos rumo uma educação de qualidade e consequentemente melhoria do salário do docente é direito do servidor só no papel, pois o que a secretaria de educação puder fazer para atrasar o recebimento de vantagens é feito, e perguntados, as respostas são variadas e quase sempre secas e sempre em favor do estado, ou seja, nunca o servidor tem razão.
Nossa indignação com esse governo veio a se aprofundar quando “o nosso governador” insiste em ignorar o pagamento da URV que muitos estados já pagaram aos seus servidores, onde o mesmo já pagou ao judiciário, saúde, mas aos professores não aceita nem falar no assunto.
Por fim, para evitar greves, criou uma tal de “mesa permanente de negociação” dividida em zonais que segundo a idéia, era pegar as insatisfações e ideias dos docentes, analizá-las e resolvê-las afim de evitar desgastes futuros entre governo e docentes. Na  verdade era uma estratégia política para ganhar tempo e ludibriar a classe docente. Isso foi percebido pelas bases da categoria que advertiu o governo do engano de tentar enganar a classe, não satisfeito o governador que assinou em 2011 o termo de compromisso para acatar o piso nacional do magistério. já em 2012, deu o piso apenas para os professores sem nível superior, 22,22% e para os demais níveis apenas 6,5%, medida essa que achatou o salário da categoria, achatando os interníveis. Ou seja,… para ele não haveria mais diferença entre não licenciados e licenciados, mestres e doutores.
Sendo assim, a decretação da greve se fez inevitável já que o mesmo desde o início dela não senta pra negociar. De início ele dizia desconhecer o acordo firmado em novembro de 2011, dizendo que nunca houve acordo com reajuste de 22,22%. O curioso é que a assinatura no documento que ele tem em seu poder a APLB Sindicato também tem. Incrível que o mesmo passa por cima da lei assinada e aprovada pelo congresso no qual infelizmente somente 3 estados com a Bahia insistem em não cumprir o piso sancionado pela congresso.
Depois, acuado, diz não poder pagar por causa da lei de responsabilidade fiscal que limita o gasto dos governantes, mas o mesmo não mostra e não prova com documentos em que tem gasto os recursos do FUNDEB, recurso esse que foi criado para a melhoria da educação nos estados da união. Quando perguntado, fica irritado e logo desconversa.
Nessa queda de braço entre a truculência e a vontade de ver seus direitos reconhecidos já estamos com 70 dias de greve e 3 meses de salário cortado. O que surpreende é que o governo gasta cerca de R$20.000,00 por cada nota na tv esclarecendo a greve sobre a ótica deles não dando direito de resposta ao Sindicato dos professores, que mesmo pagando as principais emissoras da capital a TV BAHIA, RECORD e TV ARATU se recusam a colocar nossas notas no ar para que a população saiba realmente que tipo de ser humano esse senhor é. Não satisfeito e sentindo que perde terreno dia a dia, aumenta o pacote de “malvadezas”, sequestrando de forma arbitrária as contas do sindicato deixando o mesmo sem recursos. Francamente não vivi a ditadura, mas não pensei que pudesse ser possível dentro de um estado democrático medidas despóticas tão radicais como esse senhor de cabeça branca tem tomado. Sinto uma funesta coincidência cronológica dentro do cenário político baiano. Será que todos pensaram em ACM?... sim, o velho “Toinho Malvadeza” deve estar rolando no túmulo, já que aquele que tanto falou de suas ações no passado, hoje é capaz de colocar ACM nos bancos de escola atuando com tanta vilania e desmandos. Um verdadeiro “senhor feudal”.
Hoje, 19/06 (terça-feira), vivemos mais um momento histórico em nossas carreiras funcionais. Soubemos do sequestro das contas do sindicato por parte do estado, a negação de direito de resposta da TV BAHIA, RECORD e TV ARATU talvez temendo retalhações do governo contra eles ou por concordarem  por conveniência financeira. Mas mesmo sem poder de resposta nas emissoras, a NET, FACEBOOK, ORKUT, TWITTER e rádios são meios poderosos de esclarecimento, além do boca a boca. Não adianta roubar o nosso salário, sequestrar o dinheiro do sindicato e não nos dar direito de resposta na mídia, pois a opinião pública está conosco. Não adianta contratar em regime de urgência os nossos colegas em estado probatório de madrugada como se os mesmos fossem desocupados, contratar professores pelo REDA ou qualquer outra maracutaia, pois os alunos e pais de alunos sabem que 70 dias da greve dos professores ­­e os 12 da greve da polícia militar perfazem 82 dias que mesmo segundo o estado, tendo aulas aos sábados sem férias de julho, entrando por dezembro e janeiro não se cumpriria os 200 dias letivos, nem com aulas magníficas de Jorge Portugal ou outras ideias pirotécnicas será possível ensinar aos alunos do 3º ano conteúdos que deveriam ter sido vistos não só em 2012, mas em anos anteriores. Mas por força da falta de habilidade política do governo que sempre deixou o professorado sem alternativa a não ser resolver suas insatisfações com greve por falta de diálogo, o deft educacional não será resolvido com umas poucas aulas “tapa buraco” só pra dar satisfação a sociedade que já sabe quem é o vilão da história. O melhor era colocar as cartas na mesa e ser sincero pelo menos uma vez nesse segundo mandato e negociar de verdade como um político sério que infelizmente o governador não é. Peço que todos que recebam esse email, mandem para o máximo de pessoas possível, pois assim pode ser que os meios de comunicação do estado, pressionados, nos deixem expor nosso ponto de vista e nossas reinvidicações e não ficar apenas protegendo o governo por $er mai$ intere$$ante financeirante. Vamos mostrar isenção pessoal!!!
A luta continua!!!
 Marlene R. Souza Felicio

E SOBRE AS ESTRANHAS DECISÕES DO GOVERNO ESTADUAL NO QUE DIZ RESPEITO A EDUCAÇÃO

Empresa dirigida por Jorge Portugal fecha contrato milionário com a SEC  Salvador -

Enquanto os professores da rede estadual de ensino penam sem salários há mais de dois meses, a Abaís Conteúdos Educativos e Produção Cultural Ltda acaba de fechar um contrato milionário com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC).A Abaís, dirigida pelo ótimo professor Jorge Portugal, vai receber exatos R$ 1.591.774,80.
O objeto do contrato – com vigência de 180 dias e feito com dispensa de licitação - é a “prestação de serviços educacionais Pré-Enem” (CONT.)

Leia matéria na integra... e prestem atenção nos comentários dos internautas.



Um comentário:

  1. O povão,mais uma vez, paga a conta pela burrice de não saber votar.
    Climerio Andrade

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