Amigas, amigos e outros leitores.
Estive fora do país durante umas cinco semanas. Bom para a cuca, bom para a saúde – frio de rachar na França e calor brabo em Marrakesh – ótimo para a gula e ruim para o bolso.
Mas como acredito piamente que o paraíso é aqui e agora...
Confesso que nos últimos dias estava louco para voltar para casa. Afinal é na Bahia que passei quase metade de minha vida, por livre e espontânea escolha.
37 anos não são um fim de semana.
Não vou mentir: durante esta temporada, por várias vezes fiquei furioso com nossos governantes que viajam a qualquer pretexto e custo, mas não aproveitam soluções óbvias que poderiam melhorar nosso dia a dia.
E não me venham com eurocentrismo ou xenomania. O que se faz bem no Brasil não demora a ser copiado lá fora. Alguém reclama?
Não pretendo listar erros e acertos, mas três coisas me chamaram a atenção: Em Paris e Toulouse como em Lisboa e Évora muitos passeios são cobertos por elegantes mosaicos de pedras formando desenhos geométricos ou figurativos. Algo parecido pode ser observado nos antigos palácios, mesquitas e jardins de Marrocos.
No calçadão do moderníssimo Oceanário da Feira Universal de Lisboa
Todo o esplendor dos jacarandás nas ruas de Marrakesh
Esta é a terceira coisa que me irritou: durante a viagem cansei de ver jardins em todas as cidades. Os municípios rivalizam de criatividade. Arranjos de tulipas, rosas, gerânios, buganvíleas, lírios, buxos e gramados alegram a entrada das cidades e vilarejos, humanizam câmaras e prefeituras, acolhem os turistas a saída dos aeroportos e ferroviárias.
O que é que “eles” fazem aqui senão leiloar qualquer parcela de terra para se construir mais um monstrengo ou um centro comercial (sem esquecer polpudas gorjetas). E a Bahia pretende virar pólo turístico incontornável? Dentro de quais parâmetros? Cancun? Miami? Já existem e são com certeza mais bem resolvidos – na sua abismal mediocridade - que os mirabolantes projetos futuristas de meia-dúzia de espertalhões tupiniquins.
O que é que “eles” fazem aqui senão leiloar qualquer parcela de terra para se construir mais um monstrengo ou um centro comercial (sem esquecer polpudas gorjetas). E a Bahia pretende virar pólo turístico incontornável? Dentro de quais parâmetros? Cancun? Miami? Já existem e são com certeza mais bem resolvidos – na sua abismal mediocridade - que os mirabolantes projetos futuristas de meia-dúzia de espertalhões tupiniquins.
Salvador é uma linda mulher, mas por causa “deles” suja, desdentada e maltrapilha. Entrar nesta cama é conviver com fedores, ratos e moscas. Qual paixão resistiria?
Chegou o momento de varrer esta gentalha longe das decisões predatórias.
Precisamos de rostos novos e de atitudes novas. Os velhacos que já passaram pelo trono não podem voltar.
Bem vindo ao lar!
ResponderExcluirCaro Dimitri. Bemvindo a nossa ¨¨velha¨¨ e sofrida Salvador.
ResponderExcluirTbem estive fora por mais de um mes, navegando por mares do Atlantico Norte,partindo de Amsterdam , até St. Petersburg,curtindo
Talim- Estônia (lindissima e florida ),Suécia, Dinamraka ,Hamburgo
Alemanha, Holanda e finalmente a querida Lisboa. Teci comento,em A TARDE, do quanto ainda temos que aprender sobre a conservação dos nossos sítios históricos, turismo receptivo etc.
A diferença é monumental. Um forte e afetuoso abraços,Climerio Andrade.
benvindo. Estamos atrapados por esta ciudad, caótica, dificil pero con el quizás mejor clima del mundo.
ResponderExcluirCuidate y adelante
Dimitri, esse trecho da sua reflexão me deixa pensativa,"Confesso que nos últimos dias estava louco para voltar para casa. Afinal é na Bahia que passei quase metade de minha vida, por livre e espontânea escolha." O que será que faz com que o ser humano estabeleça um vínculo tão forte com pessoas e lugares, mesmo quando estes deixam a desejar?
ResponderExcluirOI DIMITRI,
ResponderExcluirREALMENTE PRECISAMOS FAZER ALGUMA COISA POR SALVADOR, ANTES QUE SEJA TARDE.VAMOS NOS UNIR.
ABRAÇOS,
RITA