A Cidade, essa que está suja, maltrapilha, com a saúde, a mobilidade e a educação de seus habitantes depauperadas, com a segurança dos seus cidadãos caótica, tem sido obrigada a escutar discursos ufanistas do carlismo, kertismo, lulismo, petismo, e etcismos, como se eles estivessem fora da origem e perpetuação desses problemas e dos muitos outros que lhe assolam nas últimas décadas. O cenário político de Salvador é o mesmo há mais de trinta anos. Os candidatos são coautores dos desvios que estão aí quando passaram, fisicamente, pelas secretarias do poder executivo; ou indiretamente, quando seus partidos os ocuparam. Os vereadores que chegaram ao legislativo para fiscalizar o prefeito, e que nunca o fizeram, são do DEM, do PCdoB, do PMDB, do PR, do PP, do PT, ad caterva, e consumiram cinco milhões de reais mês na vereança para entregar títulos de cidadania soteropolitana! E nem isso fazem bem.
É constrangedor o que a Sociedade brasileira vem suportando dos Poderes que deveriam gerir a coisa pública. A coisa pública líquida, os impostos, é saqueada quase que sistematicamente, e a coisa pública sólida, o patrimônio comum, mais difícil de saquear, está abandonada. Esse é o resultado imediato de oito anos de executivo insano e de legislativo ausente. Mas os estragos estão acumulados há muitas gestões, esses que parecem não pertencer a ninguém. Ninguém parece responsável pela inexistência do transporte de massa de qualidade, pela má educação, pelo péssimo sistema de saúde, pelos buracos, pelo lixo. A Sociedade, que pagou os serviços, está obrigada a conviver com os desserviços como se não os pagasse. Os candidatos mentem, prometem, enganam, inventam fábulas para ocupar as gestões, ocupam, são regiamente pagos, e distribuem títulos de cidadania soteropolitana.
No dia 28 de setembro, a Câmara de Vereadores de Salvador entregará o título de cidadão soteropolitano ao Sr. Malafaia, bispo da Assembléia de Deus. Mala suerte a nossa! Malas sem alça esses vereadores de Salvador! Mal assados, todos nós, no inferno dessa má gestão mal fiscalizada. Não há Sociedade que resista a isso. Com mil demônios. Nem a Baía de Todos os Santos.
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