Entre todos os vídeos que encontrei sobre Matmata, aldeia troglodita da Tunisia, este foi um dos menos ruins. Até as vistas da paisagem ajudam a compreender o porquê destas escavações.
Só é pena o olhar se bater com tantos turistas...
Algumas regiões da Tunísia ficam muitos anos sem receber chuva, e as pequenas trilhas na areia levam a aldeias como Matmata.
Muito dos moradores, berberes na maioria, ainda preservam os hábitos dos antepassados, como a construção de moradias abaixo do nível do solo com os quartos voltados para os pátios.
O que pode parecer um estranho costume tem explicação prática. O calor dos dias e o frio das noites no deserto fazem com que a construção de qualquer outro tipo de habitação mais convencional seja impraticável.
Assim, enquanto a temperatura externa pode chegar a 45º/50ºC no verão, dentro das casas não ultrapassa os 20ºC. Quando faz calor, é fresco e agradável. Quando faz frio, a habitação fica quente e aconchegante.
Quase completamente arabizados, os berberes distinguem-se, sobretudo pelo seu tom claro de pele e pelo cabelo.
Embora seja ainda falada por alguns, a sua língua foi-se perdendo ao longo do tempo, principalmente desde que Bourguiba, o Presidente entre 1956 e 1987, procurou unificar o país promovendo a educação e o ensino do Árabe e do Francês nas zonas mais esconsas. A Tunísia ganhou uma nova unidade nacional, mas perdeu em diversidade cultural.
Sobreviveram, felizmente, uns poucos oásis de História: os ksours (castelos ou fortalezas) e as casas trogloditas, talvez os últimos redutos da cultura berbere e uma resposta engenhosa às características climatéricas, geográficas e sócio-políticas desta zona, permitindo a continuação de todo um estilo de vida.
Quanto a Derinkuyu, na Turquia, que visitei nos anos 60, devo que confessar que foi algo dificil de esquecer, para quem sofre de alguma forma de claustrofobia. Mas vale o esforço.
As fontes escritas mais antigas sobre cidades subterrâneas são os escritos de Xenofonte. Em sua Anábase ele escreve que as pessoas que viviam na Anatólia escavaram suas casas debaixo da terra, vivendo em acomodações suficientemente grandes para toda a família, animais domésticos e armazenagem de alimentos.
A cidade subterrânea de Derinkuyu fornecia refúgio para os habitantes da região como os cristãos através dos tempos; para os primeiros cristãos e, possivelmente, habitantes anteriores; para os gregos se escondendo dos ataques repentinos da árabes omíadas e dos exércitos abássidas. As cidades possuíam lojas de alimentos, cozinhas, estábulos, igrejas, prensas de vinho e azeite, poços de ventilação, poços de água e uma escola religiosa.A cidade subterrânea de Derinkuyu possui, pelo menos, oito níveis e profundidade de 85 metros, e poderia ter abrigado milhares de pessoas.
Mas não pense que somente culturas arcáicas usam o clacário para cavar moradas. Na França, bem perto dos belos castelos do Loire, tambem são freqüentes
Até na Chiuna, o antigo povoado de Guyaju, um dos priucipais pontos de turismo oferece um excepcional conjunto de casas cavadas na rocha.
Informa o Google: "El antiguo Cliff House (Guyaju), "el más grande laberinto de China, haya sido igual un avance importante asociar a la disciplina de la población de edad chinos que ocupó el norte de la nación. Sin embargo, ningún registro exacto de lo que nunca ha sido determinado, para que nadie reconoce sus raíces precisa. Aproximadamente 92 kilometros (57 millas) de Beijing, la mansión fue cortada de la escarpados acantilados que dominan Zhangshanying Ciudad, el Condado de Yanqing. El compuesto fascinante mansión cuenta con más de 110 habitaciones de piedra, y es el mayor acantilado de residencia que se ha encontrado en China. "
O governo chinês teve a inteligencia de oferecer hoteis confortáveis, tambem trogloditas.
Enfim, para quem deseja viver, ma non troppo, o insólito, existem possibilidades de alugar casas confortáveis na Espanha - Andaluzia, Valencia, Navarra - para passar férias diferentes.
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