sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Santas Engrácias I

Igreja de Santa Engrácia: Panteão Nacional - Clique para ampliar
A igreja de Santa Engrácia em Lisboa, perto do mosteiro de São Vicente de Fora, panteão dos Braganças, no alto de Alfama, levou 284 anos para ser terminada. Hoje abriga o túmulo da fadista Amália Rodrigues. Se, na Bahia, não temos fadista para venerar, em contrapartida podemos nos vangloriar por um monte de Santas Engrácias, em particular na área da Memória e da Cultura. Mergulhemos, pois, no Baú da Infeliz-Cidade! Logo aqui, na entrada turística do Centro Histórico, eis a tão cantada e decantada Faculdade-de-Medicinia-a-Primeira-do-Brasil. Abriga um museu de Arqueologia que bem poderia ser mais prestigiado, e o poeirento Museu Afro-Brasileiro. Só abre de tarde apesar de pertencer à Universidade Federal da Bahia, que, obviamente, não parece ter compromisso com a divulgação da cultura. Há quantos anos o belo edifício está em reforma? Quinze? Vinte?  Descendo uma ladeira e subindo outra, lá está a Igreja do Passo. Parece ilustrar um filme de terror. Conforme o Inventário do Ipac (1975): Dois painéis de José Antônio da Cunha Costa, imagens de São José, N.S. da Conceição, N.S.  Mãe dos Homens. E também não faltavam castiçais, coroas de prata, toalhas bordadas, bancos e confessionais.

Vinte anos depois, nada desse acervo sobrava. Nada! A Igreja não bate a culpa, o Iphan, o Ipac e a prefeitura também não. Da mesma forma que ninguém é culpado pelas mortes da Fonte Nova. Os inúmeros turistas que tiram fotos na escadaria do Pagador de Promessas perguntam o porquê de tanto desleixo.  Qual resposta você daria? Pois é... Melhor continuar a caminhada, mais para penoso calvário. Chegamos à Cruz do Pascoal. Linda, né? Muito mais bela seria se o Ipac não estivesse seqüestrando a imagem há uns vinte anos, desde a gestão da finada e incompetente Adriana Castro. A comunidade reclama pelo menos uma cópia e uma boa restauração dos azulejos e do gradil. A licitação foi publicada, o contrato firmado, conforme manda a lei, mas até hoje nada foi feito. E não pense que o rosário das Santas Desgrácias parou por aqui. Ainda tem muito para vir. E da pesada. (segue)

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