Nunca me indentifiquei com a revista Veja, por ela ser exageradamente partidária. Mas não posso deixar de editar esta denúncia, pelo que ela tem de evidente.
Veja - 22/08/2011
Na semana passada, caiu mais um ministro que integrava o governo de Dilma Rousseff - Wagner Rossi, da Agricultura, abatido em meio a uma colheita de malfeitorias revelada pela sucursal de VEJA em Brasília. Antes dele, foi a vez de o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ser abalroado por denúncias desta revista. Há o caso, ainda, do ministro do Turismo, Pedro Novais, que pode ganhar um bilhete para a porta da rua, por causa de esquemas de corrupção em sua pasta.
Neste número, VEJA também mostra como as coisas andam mal paradas no Ministério das Cidades.
Honestidade é um atributo individual que pode ou não ser cuidado, de acordo com a biografia de cada um, mas a bandalheira nas diferentes esferas governamentais no Brasil tem sua causa principal no sistema de loteamento político que guia as escolhas para cargos-chave da administração publica.
Só no governo federal, são 21.635 funcionários que, em maior ou menor grau, foram escolhidos por critérios exclusivamente partidários. Destes, 1.226 pertencem ao primeiro escalão. Só que, no final das contas, ficam encarregados de gerir o Orçamento da União, que em 2010 ultrapassou 1 trilhão de reais.
A verdade é que ministros e funcionários escolhidos apenas por critérios políticos estão mais interessados em tirar uma lasca dos fundos públicos para beneficiar seu partido - ou desviar dinheiro para os próprios bolsos - do que em empregar os recursos para atender a demandas da população - que sustenta o governo por meio de impostos diretos ou indiretos.
Não se trata, contudo, só de falta de honestidade. Falta também competência. Dos mais de 20000 comissionados, pouquíssimos exibem perfil técnico exigido para as funções que desempenham. 0 resultado desse quadro é a má gestão que continua a emperrar a máquina estatal brasileira.
A solução para esse problema é simples, fossem os políticos brasileiros menos fisiológicos e mais racionais.
O primeiro passo é diminuir dramaticamente o número de funcionários públicos indicados por políticos. Nos Estados Unidos, eles são 2000. No Reino Unido, somente uma centena, aí incluídos os ministros.
O segundo passo é recrutar, dentro dessa estrutura enxuta, gente com currículo impecável - tanto no que diz respeito à ética quanto à habilitação profissional.
O terceiro passo estabelecer critérios de meritocracia que para aqueles que cumprem as metas exigidas, entre os comissionados como entre os concordados.
É exterminando dessa forma a praga do loteamento que se reduz ao mínimo possível o flagelo da corrupção.
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