Rica produção este “Lixo Extraordinário”, com diretora inglesa, belos carros com motorista, grandioso galpão e parafernália audiovisual última geração. Durante uma hora mostrará como ele, branco de olhos claros, que já foi classe média baixa, é bom com os catadores cariocas. Destes, a produção escolheu os mais fotogênicos, aqueles que não irão agredir vernissage nenhum. Todos, homens e mulheres, são lindos e choram no momento oportuno. Me deu um nó na barriga ao ouvir o artista declarar ao belo catador negro “Eu sou o artista brasileiro que mais vende no exterior”. No cavernoso mercado internacional de arte contemporânea, Vik soube, é verdade, remar nas águas certas. Hoje, pula ostensivamente do português para o inglês e o leiloeiro suíço Simon de Pury, alma da Phillips, é uma star entre NY e Londres. Mesmo assim, conseguir R$100 mil para a foto do Marat com lixo está longe dos U$250 mil que pode alcançar uma obra de Beatriz Milhazes.
Mas o ditatorial triunvirato Feiras de arte/Museus/Leilões faz e desfaz reputações e cotações com uma facilidade que está mais perto da Bolsa de Valores de Wall Street do que da essência da Arte.
É provável que muita obra retorne ao Jardim Gramacho.
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