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Construído em 1931 num curioso estilo Art Decô gótico, o atual cinema ostenta um vitral de inegáveis características Art Nouveau, sendo portanto de uns 20 anos mais antigo. Não seria descabido atribuí-lo a algum ateliê francês pelos elementos ainda em evidencia. Quais são as razões que levam partes desta singular obra a, periodicamente, ser agredida? Vandalismo de desocupados, como o resto da decoração? Ação das intempéries? Por enquanto ainda está em condições de ser restaurado. Mas o belo rosto pode vir a desaparecer a qualquer momento.
Dizem que o imóvel pertence a franceses morando no Rio. Numa área tragicamente desvalorizada, já que o comércio da Baixa dos Sapateiros está moribundo, não há nenhum motivo – muito pelo contrário - para o Jandaia não ser desapropriado e restaurado pelo Ipac, como merece. Muitos poderão ser os usos de tão prestigioso espaço. Proponho, por exemplo, que lá seja criada uma “Catedral do Samba” contribuindo assim a preservação de um aspeto da cultura popular da maior importância para a Bahia, ao mesmo tempo memorial e casa de eventos ligados ao samba de raiz. Na terra de Dorival Caymmi e no teatro onde a Carmen Miranda aqui se apresentou pela primeira vez, conforme indicava uma placa de mármore colocada a direita do palco, hoje desaparecida, tal iniciativa seria mais que oportuna.
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