terça-feira, 20 de setembro de 2011

RETALHOS 52

Se privatizar fosse solução para o Elevador Lacerda e os planos inclinados, a travessia São Joaquim/Bom Despacho não seria a vergonha que é.
Um deputado federal, socialista e baiano, de passado heróico, portanto acima de qualquer suspeita (como José Dirceu), foi beliscar com dois amigos num café cultural para curtir o luar. Quando chegou a conta de R$180,00, os amigos pagaram R$40,00 cada e ele, generosamente, os outros R$100,00. Só que pediu nota fiscal para ser ressarcido. Por quem? Por você, seu otário!

Você sabe quanto ganha um deputado federal?

·          Salário Mensal: R$ 16.512,09;
·          13º,+ 14º e 15º Salários;
·          Auxílio Moradia: R$ 3.000,00;
·          Cota Telefônica: R$ 4.000,00;
·          Passagens: R$ 9.000,00;
·          Assinaturas Mensais de Revistas: R$ 1.000,00;
·          Assistência Médica: R$ 8.000,00;
·          Verba Indenizatória: R$ 15.000,00;
·          Verba de Gabinete: R$ 60.000,00.


Que bom saber que este blog tem vários leitores na Letônia! Dá vontade de conhecer Riga. Pelo menos!

Deveria ser manchete de primeira página: O Ministério Público Federal denunciou o “bispo” Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus por estelionato, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Mas ninguém esquente a cabeça. O santo homem tem grana o suficiente para pagar bons advogados e também tem um monte de compadres em todas as matizes políticas. Alguém quer apostar que, daqui umas semanas, ninguém falará mais no assunto? Olhe o casal Hernandez da “Renascer”, preso em Miami com uma bíblia recheada de dólares. Continua lindo, forte e mais rico que nunca. Só Jesus, que começou com um jegue e acabou se dando mal...

Carro para cafajeste (ou para Edir Macedo): A indiana Tata Motors apresenta em Mumbai a versão "jóia" do Nano, considerado o carro mais barato do mundo; o veículo foi enfeitado com 80 quilos de ouro 22 quilates, 15 quilos de prata e várias pedras preciosas

Boatos e notícias desencontradas correm pelas colunas sociais e a internet tupiniquim. A loira Luciana Rique, sempre muda, estaria desistindo do shopping do Santo Antônio. Parece que o maridão não gostou do estúdio na Rua Direita e convenceu a patroa a comprar apartamento na Contorno. Mas um sócio desmente o abandono. Outra notícia: o restaurante Trapiche Adelaide deve abrir no casarão de oitão do largo de Santo Antônio, aquele que ia ser Museu da Música Africana e abrigou uma ambígua exposição sobre armas. Resta uma pergunta: o sofisticado restaurante vai manter o mesmo nome? Os moradores estão com insônia de tanta curiosidade!

Os resultados do Enem provam o desastre do ensino público. Entre as mil escolas com piores médias, 995 são públicas e apenas cinco, privadas. E não venham com essa da herança maldita, porque a ideologia atual está no poder há quase 9 anos. E na Saúde, o desastre é idêntico. Com a variante de que as vítimas do sistema morrem no corredor, apesar de o Lula ter afirmado que ela era “quase perfeita”. Algo está podre no reino da Dinamarca. E duvido que nova CPMF vá resolver o problema.


Como todo gourmet, me dá prazer pesquisar as diferentes formas de preparar a mesma receita. Em Paris dos anos 60, costumava percorrer, com a persistente cumplicidade de Claudine, de uma pastelaria a outra somente para comparar os “babas au rhum”. Muito mais tarde, chegamos ambos à conclusão de que nenhuma casa supera o babá (Sfogliatella) no minúsculo balcão de Mary, na entrada da galeria Umberto I em Nápoles. Mais tarde pularíamos de metrô em ônibus na louca esperança de resolver a difícil tarefa de eleger a melhor sorveteria da capital francesa. É assim que fomos entre os primeiros a adotar Bertillon, na ponta da île Saint-Louis, outro modesto balcão que deixava uma longa fila de fregueses abrigados debaixo dos guarda-chuvas. Hoje, acho que os sorvetes de Laporte, junto à igreja de São Francisco, em Salvador, são superiores.Tudo isso para confessar que tenho, ultimamente, pesquisado o bem brasileiro hábito de preparar empadas. Na verdade, é neste país-continente que foi levado ao clímax a arte de fazer massa podre. A partir deste terreno comum, não é qualquer cozinheiro que consegue colocar o recheio ideal. Uma amiga digna de crédito indicou-me dois endereços em Salvador. Na antiga lanchonete Savoy, no Relógio de São Pedro, quase me engasguei com algo que mais parecia gesso, mas a preço de caviar. Dias depois, ao sair do laboratório onde mando revelar minhas fotos no Comércio, resolvi adentrar a “Empada Carioca” mesmo sabendo que se trata de comida industrializada. Para minha surpresa, me deliciei com uma empada de camarão e queijo para uns modestos R$2,60.
Mas é na Praia do Forte, pelas artes de mãos argentinas no Café Tango que encontrei a sublimação desta receita.

Com a coroação de uma angolana como Miss Universo, todo mundo ficou satisfeito. Eu tinha também notado a beleza das representantes de Kossovo e do Egito.

PROCON nelas! Lojas de informática em Salvador – como a Casa do Cartucho – dão 90 dias de garantia para peças de computador. No entanto, os fornecedores destas lojas dão um ano de garantia. Verdade ou mentira? É só verificar na internet o Mercado Livre para confirmar o abuso.

O Mário Kertész, quando prefeito, muito falou do Centro Histórico, mas pouco fez, a não ser a Casa do Benim que acabou se transformando em elefante branco (!).
Também prometeu a Casa do Senegal e a Casa Fernando Pessoa. Cadê? Como herança maldita nos repassou o sucessor Fernando José, quase tão ruim quanto o atual João Henrique. Agora, através de sua publicação Metrópole, resolve investir no bairro de Santo Antônio com trágica desinformação, não hesita em usar fotografias do Pelourinho, portanto erradas. A metralha não poupa ninguém. Curioso trampolim para tentar se eleger. Talvez assim, se conseguir, termine os gigantescos cogumelos de concreto que espalhou pela cidade. Este jornalista, sem dúvida culto e sensível, faz parte desse pessoal que afirma adorar o centro histórico, mas não pensaria, nunca, em vir morar aqui. Como, aliás, quase todos os que dizem trabalhar para este bairro.

Não tendo a mínima base para tanto, não vou agora dar uma de crítico musical. Mas de tanto freqüentar concertos, acabei criando uma modesta sensibilidade auditiva. Tudo isso para falar da apresentação do famosíssimo compositor Philip Glass no Teatro Castro Alves de Salvador. Como de costume, a bela sala poderia ter ficado mais cheia. Mas fazer o quê, se a classe média é também de cultura média e até média baixa? Quanto à elite, ela só sabe falar de Louis Vuitton e Versace. Bem... Esperava mais do Glass. As peças para solo (piano ou violino) me pareceram muito longas e repetitivas. “Too many notes!” como diria Shirley Mac Laine. Preferi, de longe, as composições para piano e violino, principalmente quando destinadas ao cinema. Mas concisas e mais densas. E confesso ter ficado seduzido pelo Tim Fain, jovem violinista de grande talento. E rosto parecendo Beethoven retratado por Modigliani. O público saiu encantado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails