quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um presente de Márcio Meirelles

Seria bomba-relógio?

Recebo encomenda pesada que nunca encomendei.
Remetente? Ninguém menos que Márcio Meireles, o próprio, porém não terei direito a autógrafo...
Vai ver que é uma bomba-relógio, penso eu, por ter repetidamente criticado o deslumbrado barbudo. Na minha última crônica publicada no jornal A Tarde, pedia prestação de contas destes quatro anos de reinado, suspeitando que o resultado não seria nenhuma Braskem. Sabendo dos chiliques de Marylin Monroe, pego, cheio de dedos, o embrulho e, antes de abrir, agarro o escutador pulmonar Diga 33 que tentará ouvir o tique-taque anunciador de algum Nagasaki´s gift. Silêncio absoluto. Bomba-relógio não deve ser. Talvez uma granada? Abro com cuidado, cortando os trinta metros de durex, até aparecer um monte de lembrancinhas variadas. Aqui está a lista exaustiva:
5 CDs de artistas por mim desconhecidos, mas com certeza talentosos
1 fascículo de literatura de cordel, única publicação da Fundação Pedro Calmon
10 outros de literatura infantil, admito meu nível de QI.
2 catálogos da mesma exposição da fotógrafa Valéria Simões (Mamba)
1 DVD da cantora Sylvia Patrícia
1 caixa com 6 horas de produção de curtas
1 catálogo de 2 salões regionais (?)
1 livro-objeto de Sonia Rangel, boa artista a moça.
1 livro sobre a Bahia de Jorge Amado (mais um, por um tal de Jacques Salah).
Tudo isso parecendo produção da capital.

Agora, do interior, o famoso xodó do barbudo:
1 catálogo de exposição do Hansen-Bahia em Cachoeira e
1 sobre a cerâmica de Rio Real.
Só e mais nada. Que bela política de descentralização!
Como interpretar este envio? Provar que a Secult fez um Himalaia de apoios à produção cultural baiana? Ou, mais provável, esvaziar prateleiras e gavetas para a nova gestão? Mais uma forma de desrespeito para quem lutou pela cultura baiana durante 35 anos...
Na verdade as despesas decorrentes deste elefante são mais uma prova da inconseqüência de uma administração cultural desastrada, egocêntrica e demagoga que, sob pretexto de reverter ideologias, não conseguiu nada mais que provar sua mediocridade.

Um comentário:

  1. Dimitri, mestre, V Mercê n teria sido duro demais ???
    lembremos, nobre gastronomo, q o poder oblige,
    e o secretariado ainda mais...
    abç
    alf

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