A FERROVIA OESTE – LESTE
E O PATRIMÔNIO
CULTURAL DE CAETITÉ
Dentre as obras faraônicas realizadas pelo
Governo Federal, a Ferrovia de Integração Oeste/Leste - FIOL , abençoada pelo
PAC, é talvez a de maior relevância.
A FIOL é uma ferrovia com “nascedouro” em
Figueirópolis no Tocantins até a cidade de Ilhéus, aqui na Bahia, tendo
extensão total de 1527 Km.
Na Bahia, a ferrovia foi dividida em 10 lotes
dos 13 totais que possui, estando em plena execução o trajeto entre Ilhéus e
Caetité que mede 537 Km.
A dona da obra é a VALEC, empresa pública
federal, vinculada ao "famigerado" Ministério dos Transportes.
Muitos fatores contribuíram para o atraso das
obras, desde a medida cautelar concedida pelo Tribunal de Contas da União, em
razão das medições estarem além do preço de mercado, até a falta de licença do
IBAMA para a construção do 5º lote, visto que no projeto original a FIOL
perpassa por cavernas nos municípios de Santa Maria da Vitória, São Félix do
Coribe, Barreiras e São Desidério.
Em que pese tal situação, a que mais preocupa
é a do Município Baiano de Caetité. A Cidade é conhecida pelo seu alto valor
cultural, sendo considerada pela classificação da SECULT um dos cinco
territórios de patrimônio cultural do Estado da Bahia.
A preocupação reside, diferentemente dos
municípios do 5º lote que tiveram a readequação do projeto, na passagem da FIOL
pelo centro histórico de Caetité.
A cidade de Caetité, além do já citado rico
patrimônio edificado, foi um dos centros de luta pela independência da Bahia,
tendo eleito, inclusive, o primeiro Governado do Estado, Joaquim Manoel
Rodrigues Lima e ex-governador Paulo Souto; filhos da Terra. Além deles, o
município produziu outros filhos ilustres, como o educador Anísio Teixeira, o
Deputado Haroldo Lima, o Jurista Nestor Duarte, o cantor Waldick Soriano e o
comediante Buiú.
Não se pode olvidar ainda que está em Caetité
a única mina de urânio da América Latina, que já teria contaminado o lençol
freático da cidade, pondo em risco a saúde da população.
O que causa repúdio é que mesmo com tanta
riqueza cultural, os órgãos de proteção não estão empreendendo esforços para
compelir a VALEC a remodelar seu projeto, salvaguardando o importante centro
edificado, diferentemente do que fez o IBAMA.
Decerto é que a passagem da FIOL pelo centro
de Caetité ainda não ocorreu, havendo, portanto, tempo para as entidades
competentes, realizarem a fiscalização e intermediar políticas que visem tutelar
seu conjunto arquitetônico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário