domingo, 1 de junho de 2014

CAETITÉ AMEAÇADA

A FERROVIA OESTE – LESTE 
E O PATRIMÔNIO CULTURAL DE CAETITÉ

Dentre as obras faraônicas realizadas pelo Governo Federal, a Ferrovia de Integração Oeste/Leste - FIOL , abençoada pelo PAC, é talvez a de maior relevância.
A FIOL é uma ferrovia com “nascedouro” em Figueirópolis no Tocantins até a cidade de Ilhéus, aqui na Bahia, tendo extensão total de 1527 Km.
Na Bahia, a ferrovia foi dividida em 10 lotes dos 13 totais que possui, estando em plena execução o trajeto entre Ilhéus e Caetité que mede 537 Km.
A dona da obra é a VALEC, empresa pública federal, vinculada ao "famigerado" Ministério dos Transportes.
Muitos fatores contribuíram para o atraso das obras, desde a medida cautelar concedida pelo Tribunal de Contas da União, em razão das medições estarem além do preço de mercado, até a falta de licença do IBAMA para a construção do 5º lote, visto que no projeto original a FIOL perpassa por cavernas nos municípios de Santa Maria da Vitória, São Félix do Coribe, Barreiras e São Desidério.

Exibindo trecho_fiol.jpg

Em que pese tal situação, a que mais preocupa é a do Município Baiano de Caetité. A Cidade é conhecida pelo seu alto valor cultural, sendo considerada pela classificação da SECULT um dos cinco territórios de patrimônio cultural do Estado da Bahia.
A preocupação reside, diferentemente dos municípios do 5º lote que tiveram a readequação do projeto, na passagem da FIOL pelo centro histórico de Caetité.
A cidade de Caetité, além do já citado rico patrimônio edificado, foi um dos centros de luta pela independência da Bahia, tendo eleito, inclusive, o primeiro Governado do Estado, Joaquim Manoel Rodrigues Lima e ex-governador Paulo Souto; filhos da Terra. Além deles, o município produziu outros filhos ilustres, como o educador Anísio Teixeira, o Deputado Haroldo Lima, o Jurista Nestor Duarte, o cantor Waldick Soriano e o comediante Buiú.
Não se pode olvidar ainda que está em Caetité a única mina de urânio da América Latina, que já teria contaminado o lençol freático da cidade, pondo em risco a saúde da população.
O que causa repúdio é que mesmo com tanta riqueza cultural, os órgãos de proteção não estão empreendendo esforços para compelir a VALEC a remodelar seu projeto, salvaguardando o importante centro edificado, diferentemente do que fez o IBAMA.

Decerto é que a passagem da FIOL pelo centro de Caetité ainda não ocorreu, havendo, portanto, tempo para as entidades competentes, realizarem a fiscalização e intermediar políticas que visem tutelar seu conjunto arquitetônico.


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