quinta-feira, 26 de junho de 2014

RELIGIÃO E JUSTIÇA SOCIAL

Países menos religiosos têm mais justiça social, diz estudioso

Phil Zuckerman
O sociólogo norte-americano Phil Zuckerman (foto) diz ser  balela o conceito segundo o qual a  sociedade que não cultua Deus está condenada a atrocidades de toda ordem. 

Ele constatou que os países menos religiosos são os que tendem a ser mais saudáveis, morais, igualitários, livres. Já  onde há forte presença de Deus, das religiões, há mais corrupção, pobreza e crimes. 

Zuckerman chegou a essa conclusão após ter comparado a Dinamarca e a Suécia, os dois países mais irreligiosos do mundo, com nações cuja população tem forte fé em Deus. 

Em recente entrevista ao site do Instituto Humanitas Unisinos, mantido por uma universidade jesuíta brasileira, Zuckerman disse que esses dois países, onde morou por mais de um ano para estudá-los, apresentam o menor índice de crença na vida após a morte, na ressurreição de Jesus, no céu e no inferno etc. E não entanto são as sociedades mais prósperas e igualitárias. 

Dinamarca e Suécia estão no topo da civilização, diz. É onde mais se respeita as crianças, os velhos, a natureza, é onde mais se cuida da saúde, da democracia e do combate à criminalidade.

O sociólogo disse que nos países onde é forte a influência das religiões existe o conformismo de que tudo afinal “está nas mãos de Deus”.

Em países seculares, a população sabe que tudo depende dela e apenas dela. “Os dinamarqueses e os suecos contam apenas com seu próprio esforço – não com orações a Deus. E eles têm um respeito muito forte pela dignidade humana e, para isso, não precisam de Deus.”

Ele citou o Brasil como exemplo de país injusto socialmente, embora seja forte em religiosidade. 

“Vocês [brasileiros] têm taxas de pobreza e de criminalidade elevadas, níveis muito altos de desigualdade, de corrupção política, um sistema de saúde pobre, centenas de milhares de pessoas vivendo nas ruas, milhares de crianças pedindo comida.”

Zuckerman deixa claro que Dinamarca e Suécia, onde poucos levam Deus a sério, são mais humanos que o Brasil.

Afirma não ser contra as religiões e que, como estudioso, apenas faz constatações.


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