Às 9 horas do
sábado 6 de setembro, o jovem espanhol foi barbaramente assaltado na Cruz do Pascoal,
centro histórico de Salvador. Teve o braço esquerdo profundamente esfaqueado de
alto a baixo e, com uma forte pancada no olho direito, quase perdeu a visão. A
rua estava deserta, sem o mínimo policiamento. Refugiado numa pousada próxima,
repetia: “Brasil nunca más! Brasil nunca más!”.
No dia seguinte foi a vez de um
casal de franceses.
Fins de
semana e feriados a polícia descansa, permitindo que os assaltantes trabalhem
dobrado na maior alegria. Cadê as câmaras que antigamente vigiavam as áreas
ditas sensíveis? Os postos móveis que enfeitam, nem sempre, alguns pontos
estratégicos, desempenham papel meramente psicológico, já que os plantonistas
não têm a mínima condição física de correr atrás dos marginais.
Enquanto
isso, nossos vereadores optam pela barulheira desenfreada para - dizem eles e
um punhado de empresários - seduzir turistas loucos para curtir nossas
fabulosas e inesquecíveis festas de pagode e axé music.
Violência incluída?
O que os
eleitores gostariam de saber é o endereço de quem apóia a farra de decibéis.
Moram perto da Fonte Nova, do Farol da Barra, do Terreiro de Jesus? Duvido. Na
verdade - fora os costumeiros play-boys alienados – quem vem de Roma, de Lima
ou de Chicago O-DE-I-A nosso barulho.
O que o turista quer é segurança.
Simplesmente, segurança. Seu maior e único desejo é poder passear
despreocupado, saboreando o que a Bahia tem de melhor. Um museu, uma moqueca,
um sambinha, uma igreja barroca, um pôr-do-sol, uma caipirinha. Não, com
certeza não, a mediocridade efêmera das musicas impostas pelas gravadoras.
Salvador é a
cidade mais barulhenta do Brasil, campeã da América Latina.
Esqueçam os números
inventados: nosso turismo é pífio.
E que ninguém acredite no poder aquisitivo dos
visitantes que conseguem agüentar 110 decibéis.
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