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sábado, 20 de setembro de 2014

ALEGRIA PRECISA DE AMPLIFICADOR?


Às 9 horas do sábado 6 de setembro, o jovem espanhol foi barbaramente assaltado na Cruz do Pascoal, centro histórico de Salvador. Teve o braço esquerdo profundamente esfaqueado de alto a baixo e, com uma forte pancada no olho direito, quase perdeu a visão. A rua estava deserta, sem o mínimo policiamento. Refugiado numa pousada próxima, repetia: “Brasil nunca más! Brasil nunca más!”. 
No dia seguinte foi a vez de um casal de franceses.

Fins de semana e feriados a polícia descansa, permitindo que os assaltantes trabalhem dobrado na maior alegria. Cadê as câmaras que antigamente vigiavam as áreas ditas sensíveis? Os postos móveis que enfeitam, nem sempre, alguns pontos estratégicos, desempenham papel meramente psicológico, já que os plantonistas não têm a mínima condição física de correr atrás dos marginais.

Enquanto isso, nossos vereadores optam pela barulheira desenfreada para - dizem eles e um punhado de empresários - seduzir turistas loucos para curtir nossas fabulosas e inesquecíveis festas de pagode e axé music. 
Violência incluída?

O que os eleitores gostariam de saber é o endereço de quem apóia a farra de decibéis. Moram perto da Fonte Nova, do Farol da Barra, do Terreiro de Jesus? Duvido. Na verdade - fora os costumeiros play-boys alienados – quem vem de Roma, de Lima ou de Chicago O-DE-I-A nosso barulho. 
O que o turista quer é segurança. Simplesmente, segurança. Seu maior e único desejo é poder passear despreocupado, saboreando o que a Bahia tem de melhor. Um museu, uma moqueca, um sambinha, uma igreja barroca, um pôr-do-sol, uma caipirinha. Não, com certeza não, a mediocridade efêmera das musicas impostas pelas gravadoras.

Salvador é a cidade mais barulhenta do Brasil, campeã da América Latina. 

Esqueçam os números inventados: nosso turismo é pífio. 
E que ninguém acredite no poder aquisitivo dos visitantes que conseguem agüentar 110 decibéis.

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