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quinta-feira, 30 de junho de 2011
LA PALOMA
ESTA BELA CANÇÃO, ÍCONE DA MÚSICA LATINO-AMERICANA, FOI COMPOSTA EM CUBA, HA 145 ANOS !
ORAÇÃO
Pelo Marcos Valério e o Banco Rural
Pela casa de praia do Sérgio Cabral
Pelo dia em que Lula usará o plural
Senhor, tende piedade de nós!
Pela casa de praia do Sérgio Cabral
Pelo dia em que Lula usará o plural
Senhor, tende piedade de nós!
Pelo nosso Delúbio e Valdomiro Diniz
Pelo "nunca antes nesse país"
Pelo povo brasileiro que acabou pedindo bis
Senhor, tende piedade de nós!
Pelo "nunca antes nesse país"
Pelo povo brasileiro que acabou pedindo bis
Senhor, tende piedade de nós!
Pela Cicarelli na praia namorando sem vergonha
Pela Dilma Rousseff sempre tão risonha
Pelo Gabeira que jurou que não fuma mais maconha
Senhor, tende piedade de nós!
Pela Dilma Rousseff sempre tão risonha
Pelo Gabeira que jurou que não fuma mais maconha
Senhor, tende piedade de nós!
Pelo casal Garotinho e sua cria
Pelos pijamas de seda do "nosso guia"
Pela desculpa de que "o presidente não sabia"
Senhor, tende piedade de nós!
Pelos pijamas de seda do "nosso guia"
Pela desculpa de que "o presidente não sabia"
Senhor, tende piedade de nós!
Pela jogada milionária do Lulinha com a Telemar
Pelo espírito pacato e conciliador do Itamar
Pelo dia em que finalmente Dona Marisa vai falar
Senhor, tende piedade de nós!
Pelo espírito pacato e conciliador do Itamar
Pelo dia em que finalmente Dona Marisa vai falar
Senhor, tende piedade de nós!
Ricardo Noblat
MAPA MUNDI atualizado
Recentemente o IBGE lançou um mapa-mundi digital, com síntese, histórico, indicadores sociais, economia, redes, meio ambiente, entre outras curiosidades, vale a pena conferir!
terça-feira, 28 de junho de 2011
O MARLIM
Durante as suas férias o nosso engenheiro mecânico encontrou um colega de faculdade, que trabalha na Petrobrás. Ele contou-lhe a absurda estória de que, ao descerem a principal estrutura de válvulas de abertura e fechamento de um poço de petróleo, que na gíria chamam de árvore de Natal”(imensa e caríssima), na descida, a(muitos) metros de profundidade, perceberam uma grande instabilidade. Pararam a descida e redirecionaram um submarino robot para observar por vídeo, afinal, o que estava acontecendo. Deram de cara com um imenso Marlim, calculam por volta de uns 250 kg, preso” na estrutura que, mesmo tão pesada, estava totalmente instabilizada em função do tamanho do marlin que se debatia. Como parece uma boa estória de pescador, nosso engenheiro pediu a ele a filmagem. Assista.
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A ESTRATEGIA DA ARANHA
Alguma vez você tentou entender como uma aranha construisu teia?....É realmente fantástico...agora você terá a oportunidade de comprovar.... http://www.espace-sciences. |
Um amigo... diferente!
Com este video, o Blog do Dimitri inicia uma nova página "BICHOS". Muita surpresa vem ai. Muita emooção tambem
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segunda-feira, 27 de junho de 2011
Fernando de Noronha: Paraiso ou inferno? I
A república de Noronha
Longe das praia e dos golfinhos, a Noronha que o turista não vê esconde favelas, hospital sucateado, ensino de faz de conta e uma liberdade vigiada
O paraíso às avessas. Em texturas, retratos e flagrantes que se distanciam dos dias ensolarados, do azul cristalino do oceano, da beleza exuberante de uma Fernando de Noronha que o mundo acostumou-se a enxergar ou a imaginar. Aqui o cartão-postal emoldura uma outra ilha: a República de Noronha. O turista vai e não vê. Ninguém vê. Ninguém sabe dos meninos de pés de plásticos que desafiam a lama para chegar à escola, num ritual tão humilhante quanto cotidiano. O pacote turístico não prevê visitas ao Carandiru, como é chamado o prédio público ocupado por famílias que vivem espremidas em quartinhos, disputando varal e banheiro coletivos. Tampouco passeia pela favela de iglus, que se esconde no quintal do Projeto Tamar. Este, sim, visitado e festejado. Coisa de Primeiro Mundo. Mas quem se arrisca a olhar por trás das maquetes de tartarugas gigantes que enfeitam o local vai descobrir moradores vivendo em casas de zinco, com ratos, mosquitos e paredes que dão choque quando chove.
Foi do exercício incômodo de olhar para muito além do alumbramento que emergiram as imagens deste especial. Nessa outra ilha, aqui desvendada, o dinheiro público destinado à escola é desperdiçado em equipamentos que envelhecem em caixas fechadas; professor morto figura em lista para receber gratificação; salas de hospital viram depósitos; médicos dão diagnósticos errados; livros se estragam para beneficiar interesses privados. As leis na República de Noronha se ajustam às conveniências políticas. São códigos próprios. Estabelecidos em função de práticas nem sempre republicanas. O que é proibido a muitos vira autorização para poucos. Pelo ato milagroso de uma simples canetada.
O que se viu e ouviu quebra o silêncio. Escancara o absurdo. A reportagem espia lá dentro. Entra nas casas, na escola, no hospital, na usina de lixo. E em todos esses lugares descobre flagrantes de irregularidades, má gestão, descaso, abandono, tráfico de influência e desrespeito ambiental. Ao mudar o foco, a paisagem se desloca de lugar. Deixa de ser as praias deslumbrantes, os simpáticos golfinhos, os morros e picos, o fundo do mar. Passa ser a gente da ilha. Não a que passa, tira fotos, gasta milhares de reais, se encanta e vai embora. Mas a que dorme e acorda, com suas crianças e adultos vivendo amontoados por não ter onde morar. É gente que não pode, mas precisa pagar, no mercado negro, R$ 60 mil por uma folha de papel apenas para ter o direito de comprar um carro ou uma moto (o preço do carro e da moto é por fora). Ou que espera meses, anos até, por uma autorização para consertar o telhado de casa ou comprar um vaso sanitário.
Pela primeira vez na imprensa nacional, a ilha paradisíaca fincada no meio do Atlântico ganha as páginas de um jornal para ser descrita e esmiuçada de uma outra forma. Sob uma nova e desconcertante perspectiva. É o antipostal, com as margens pretas, em vez de brancas. Contar o outro lado dessa história trouxe revelações surpreendentes. No esforço de dar voz a quem nunca ousou falar, descobriu-se uma Noronha que respira uma liberdade velada, inimaginável nos atuais dias de democracia brasileira. Uma falta de liberdade que lembra o ar vigiado de uma outra ilha, no Caribe, a ilha do ditador Fidel Castro. Realidades diferentes, mas com similitudes no sentimento de quem vive como se tivesse a alma aprisionada.
Não se descobre a Cuba que Noronha esconde no primeiro momento, no imediato contato. Ela vai se impregnando aos poucos, se revelando em pequenos gestos e preciosos detalhes. Quanto mais se conhece essa outra Noronha, mais parecida com Cuba ela vai ficando. E nada é mais Cuba em Noronha do que a impossibilidade da livre expressão. Não de uma forma escancarada, com sanções publicadas em diário oficial e tanques nas ruas, como ocorre nas ditaduras personificadas por generais autoritários. O regime aqui é outro. A opressão é disfarçada. Acontece da porta de casa para dentro. Justamente por ser camuflada torna-se ainda mais difícil de ser combatida. Não se derruba o que não se vê. Apenas se sente.
É de sentimentos, abafados e escondidos, que é feita esta reportagem. A coragem de trazê-los à tona por moradores cansados de um isolamento geográfico, político e cultural lançou interrogações intrigantes no ar. Como uma ilha com apenas quatro mil habitantes e 17 quilômetros quadrados convive com tantas mazelas sociais e vícios de gestão pública típicos de grandes metrópoles ou de sertões esquecidos? E por que esse outro arquipélago, até então sinônimo de paraíso, demorou tanto para ser descoberto? Nas páginas deste especial, Fernando de Noronha como nunca se viu. Como sequer se supunha existir.
A FAVELA DE ZINCO
Favela em Fernando de Noronha tem nome de presídio. Chama-se Carandiru. É um prédio público, escondido no fim de uma rua enlamaçada e ocupado por famílias que não têm onde morar. São nove adultos e sete crianças disputando o mesmo banheiro, o mesmo varal. Brigando por eles até. Pai, mãe e filhos espremidos em quartinhos sem nenhuma privacidade. Quando chove, tem que colocar prego no forro, porque senão o teto cai na cabeça das crianças. Já ocorreu outras vezes. Toda noite, o medo é que aconteça de novo.
Favela em Fernando de Noronha não é de taipa. É de zinco. O lugar mais parece um ferro-velho, com casas de metal retorcido e queimado. São os iglus. Herança dos soldados americanos. Do tempo da Segunda Guerra Mundial. Lá também ninguém dorme quando chove. É que as paredes dão choque. Vez ou outra um iglu pega fogo. A última vez foi no Carnaval deste ano. Quando viram, o ferro já tinha sido devorado pelas chamas. O local é condenado pelo Corpo de Bombeiros e pela Vigilância Sanitária. Lá vivem 11 pessoas que não têm para onde ir. Por causa dos riscos, a qualquer hora elas temem que uma medida judicial mande o trator colocar tudo abaixo. Até lá, esperam por uma casa de tijolo que nunca chega.
“A gente vai falar com o administrador e ele enrola: ‘Daqui a um mês eu dou a resposta’. Isso é o que ele diz para todo mundo. Mas eu não posso mais esperar. Quem vai responder pela minha morte, do meu neto, do meu filho? Eu vivo aguardando o choque fatal”, desabafa Maria das Graças Caldas, que há seis anos vive na favela de zinco. Nascida em Noronha, ela ganha a vida como guia turística. E se envergonha do lugar onde mora. “Quando os turistas insistem em me deixar em casa, eles se assustam com o que vêem. Ficam surpresos que exista favela em Fernando de Noronha. Não me orgulho de trazê-los aqui. Mas não posso viver como fantasma.”
Descobrir as favelas que se escondem no paraíso exige esticar o olhar para além da paisagem. Os iglus condenados ficam por trás do Projeto Tamar, que monitora espécies de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção. Dia e noite dezenas de turistas visitam o local para assistir a palestras, comprar suvenires, ver e admirar a Noronha ecologicamente correta que cuida e preserva a natureza. Saem de lá encantados, sem saber que no quintal das famosas tartarugas dona Graça passa a noite acordada com ratos dentro de casa e medo de choque elétrico.
O Carandiru é ainda mais invisível. Só passa pela rua de lama, na Vila do Trinta, onde as famílias se amontoam no prédio invadido, quem vive o dia a dia da ilha. E como é viver num lugar com nome de presídio? Quem responde é Airon Pereira, 28 anos, nascido no arquipélago. “Eu nunca fui preso, mas é um sentimento muito ruim. Pesa na gente. Tento não lembrar desse nome, já que não tenho outra saída”, resigna-se. Ouvir a sua história é acompanhar como a ilha dos ilhéus, de muitos anos atrás, foi se transformando na ilha dos turistas, dos dias de hoje. “As casas onde antes a gente comia e tomava banho viraram quartos de aluguel, pousadas. As famílias vivem espremidas num quartinho no quintal porque a casa foi adaptada para virar hospedaria”, diz.
A fala de Airon sintetiza uma parte da realidade da ilha na questão habitacional. Como o custo de vida em Fernando de Noronha é altíssimo, só ganha dinheiro quem trabalha com turismo. E, para muitos moradores, a única forma de fazer dinheiro é abrindo mão da própria casa para transformar em quartos para turistas. O problema é ainda mais grave porque as famílias se reproduzem, os filhos crescem, casam, separam e não há para onde ir. Ficam todos espremidos no mesmo quartinho nos fundos de casa.
A outra ponta do problema é mais complexa. Diz respeito aos que nem sequer têm casa ou um terreno para morar. Um quartinho em Fernando de Noronha chega a custar R$ 1.000, o aluguel. Para quem ganha R$ 1.200 de salário, como Airon, só resta o Carandiru. Existe hoje uma lista com mais de 300 moradores em Fernando de Noronha esperando casas do governo. Airon diz que tem vergonha de ir na administração e mostrar seu rosto lá. Porque toda vez que ele vai escuta a mesma coisa: “Você é só mais um morador que passa pelo mesmo problema”. Ele é só mais um sem-teto na ilha paradisíaca.
Jornal do Commércio - Recife
Jornal do Commércio - Recife
RETALHOS 44
O jornal A Tarde divulgou uma notícia alarmante a respeito do Hotel Convento do Carmo, no centro histórico de Salvador que acumula desde 2005 um prejuízo de R$10,7 milhões. Vamos enfrentar a realidade? A decoração é de um mau gosto constrangedor. A comida do restaurante é um insulto à gastronomia portuguesa, os apartamentos não têm a mínima identidade com o belo monumento e os banheiros têm o charme discreto de uma sauna decadente. Os clientes reclamam do cheiro a mofo e os porteiros barram a entrada de qualquer um que não seja hospedado. Foi assim que um jornalista francês do Le Monde, que veio em 2009 entrevistar Lula em Brasília, teve negado o acesso ao bar, sob o pretexto de que estavam preparando um evento. E, apesar do preço ostensivo de R$2600, 00 a diária, praticamente ninguém, fora a recepção, fala inglês ou qualquer outra língua. Se fechar será um desastre para todo o centro histórico.
Muito bonita a decoração junina do Pelourinho. Conservando os temas tradicionais, o projeto teve o cuidado de não interferir na visibilidade dos monumentos. Pela primeira vez, não houve agressão à perspectiva do cruzeiro de São Francisco. Infelizmente, o que não muda nunca é o excesso de decibéis. As vibrações são tão fortes que os vidros das casas tremem, prontos para cair na rua. A fábrica de surdos continua a todo vapor. Que pena!
O artigo de Mary Weinstein sobre o solar do barão de Rio Real em Nazaré colocou mais uma vez o dedo na ferida que nunca cicatriza: a inoperância do Iphan. Excesso de burocracia e carência de pessoal competente não justificam o desrespeito à memória material e imaterial. A total falta de fiscais atuantes e, provavelmente, o fraco poder de intervenção, são algumas das características desse obsoleto órgão. Permite a adulteração dos imóveis do Comércio (Hotel Hilton, um escândalo), a mudança de volumetria (em pleno Largo do Carmo) e de fachadas no bairro de Santo Antônio, a impermeabilização da encosta, o abuso de cores acrílicas e o excesso de decibéis gerando vibrações que desestabilizam casarios e monumentos. Mas ai de quem ousa transformar seu quintal em jardim! Terá que agüentar uma comissão de indignados fiscais exigindo projeto paisagístico e até lista das plantinhas! Em compensação os mesmos deixam colocar uma cajazeira junto à igreja barroca do Boqueirão, com evidente perigo para as construções vizinhas. Desde a Semana de Arte Moderna e o pensamento de Mário de Andrade já se passaram uns noventa anos. Que tal repensar o Iphan? Por enquanto não passa de um cabide de empregos.
Será que em outros bairros é melhor? A prefeitura pede para os moradores colocarem seu lixo na calçada antes das 19:00, mas, no bairro de Santo Antônio, a caçamba nunca passa antes das 7:00 do dia seguinte, deixando ratos e bactérias fazerem a festa noite adentro.
Grandes mudanças no centro histórico: No Escritório de Referências, a Beatriz Lima cedeu a poltrona. Do Pelourinho Cultura, a Ivanna Soutto sumiu – finalmente - e da prefeitura nos livramos do barbudinho espertinho Leal. Ninguém sabe o porquê da nomeação destas três figuras que, ao longo dos anos, em nada mudaram a decadência do bairro.
E nós queremos saber onde estão os dois leões que ornamentavam a fachada azulejada da casa de oitão da ladeira dos Aflitos. Já nos anos 90 um morador inconformado tinha denunciado o sumiço destas peças de cerâmica do Porto, vendidas, ao que parece, pelas freiras que lá mantinham uma casa de repouso. Os leões foram recuperados. E agora, não é que eles sumiram de novo?! Lembramos que este edifício foi tombado pelo Ipac em 1979. Vai tombar mesmo, em breve...
A Perini nunca foi nenhuma Fauchon. Mas, quando vendida a uma empresa chilena, a qualidade começou a cair de forma abismal. Desde o atendimento desmotivado até os chocolates para lá de ruins. Assim não dá! Já passou hora de outros concorrentes aparecerem.
Todos sabem que, quanto mais sangue no jornal, mais ele vende. Mas é tão gostoso poder ler alguma notícia positiva! Como, por exemplo, o título “Comunidade celebra vitória ambiental”. Em Tabua, a 658 km de Salvador, os moradores se uniram contra a instalação de carvoarias, foram todos juntos derrubá-las e desta forma preservaram a mata local e as nascentes do riacho Tabua. Com a benção do bispo de Barreiras, dom Josafá Menezes. Esta é a igreja e a sociedade que todos nós queremos: engajadas.
A China, que tem sobre o resto do mundo um estranho olhar - mas o resto do mundo não tem também uma visão altamente subjetiva desta milenar cultura? - resolveu copiar casa por casa o vilarejo austríaco de Hallstatt, considerado patrimônio mundial pela Unesco. Será que algum dia os chineses irão se lembrar de reproduzir o Pelourinho? Talvez esta seja a salvação de nosso centro histórico.
Foi preciso a queda de um helicóptero e a conseqüente morte de sete pessoas, para levantar um cantinho da cortina de fumaça que envolve as ligações, perigosas e proveitosas, entre o poder financeiro e a política. Quais são exatamente os laços entre Sérgio Cabral, Eike Batista, as Forças Armadas e Fernando Cavendish, dono de um resort para poucos eleitos? A única que nada tinha a ver com a valsa dos bilhões era a humilde babá, já enterrada e esquecida. É provável que toda suspeita seja também enterrada, ou até cremada, ainda mais depressa.
Nada contra as espadas de Cruz das Almas. Cada um tem todo direito de se queimar e até mesmo de ter uma mão amputada. Mas acho que não pode ser às custas do erário público. As vítimas voluntárias que paguem os gastos em hospitais particulares. Eu não mereço ver meus sofridos impostos irem para o ralo da deficiente saúde pública, para pagarem os gastos desses suicidas.
A novela Coração Insensato está ficando do tipo “Mais água no feijão”. Não existe um só personagem com caráter. A Norma (Gloria Pires) tinha começado como uma coitada que pretendia se vingar de um cafajeste. Está virando uma banal assassina e os outros não valem mais. Cada dia traz alguma sujeira inventada nas coxas só para conseguir manter a audiência durante longos meses. Assim não dá. Desisto.
domingo, 26 de junho de 2011
Barbara - Dis, quand reviendras-tu ?
Barbara é com certeza a cantora francesa que mais me emociona. Talvez porque minha juventude está associada a sua imagem. Grande cantora, compositora sutil e sofisticada, excelente pianista. Quando estudante em Paris, em 1958, eu costumava ir ao cabaret "L´Écluse", perto da fonte Saiint-Michel. Barbara era ainda toitalmente desconhecida, mas me fascinava...
JORNAIS DO MUNDO INTEIRO
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sábado, 25 de junho de 2011
DA TRAGÉDIA AO ESCÂNDALO
por Malu Fontes
O que era apenas uma tragédia (o que já não seria pouco) na noite da sexta-feira 17 no mar de Porto Seguro, foi se transformando, ao longo da semana, em um escândalo político com direito à multiplicação de especulações, versões e pautas nas grades dos telejornais e nas páginas jornais do país. No início da noite da fatídica sexta, um helicóptero transportando seis pessoas e pilotado pelo empresário Marcelo Mattoso de Almeida, dono de um hotel resort em Trancoso, caiu no mar, matando todos. Provavelmente a tragédia permaneceria enquadrada tão somente como tal se, entre os mortos, não estivessem um piloto com habilitação vencida há seis anos, usando o nome de outro para voar, a mulher de um dos maiores empreiteiros de obras públicas do país e a namorada de um dos filhos do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O diabo, como se sabe, mora nos detalhes e adora brechas para urdir tramas. Imediatamente após o anúncio de que a namorada do filho do governador estava no vôo, telejornais anunciaram que Cabral viajara a Porto Seguro para acompanhar as buscas. Ah, tá. A mentira e suas pernas curtas deveriam ter respeitado a circunstância fúnebre. Só essa informação falsa da viagem posterior à tragédia já seria capaz de causar uma calça justa. Mas, descobriu-se em seguida, que ele não apenas já estava em Porto Seguro como seria um dos próximos a embarcar na aeronave nas próximas viagens que a aeronave ainda faria naquela noite entre Porto Seguro e Trancoso, onde a família do governador ficaria hospedada no resort do piloto-empresário morto.
FAXINAÇO - Por que a mentira da assessoria do governador? Por duas razões, ambas nem um pouquinho republicanas, para usar o verbete da modinha entre a classe política: primeiro, Cabral havia viajado no super jato Legacy, emprestado por ninguém menos que o multibilionário Eike Batista (que além de ter trocentos contratos com o governo do Rio revelou-se, justamente no meio das tramas descobertas após a tragédia, beneficiário de outros trocentos incentivos fiscais no RJ); depois porque o governador havia viajado para a festa de aniversário de Fernando Cavendish, o dono da Delta Construções, a construtora com maior poder de fogo em contratos e obras sem licitação no Rio, coisa de milhões e milhões, incluindo irregularidades nas obras de reforma do Maracanã.
Por fim, Cabral iria hospedar-se na fazenda resort de Mattoso, um ex-doleiro acusado de fraude cambial e crime ambiental por sua empresa no Rio, a First Class. Portanto, amizades, circunstâncias e freqüências perigosíssimas, sobretudo para um governador que sai de casa às escondidas num fim de semana, de carona e bancado por empresários com contratos sob suspeita em sua gestão, deixando para trás o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, incumbido da nada leve tarefa de fazer mais um faxinaço de traficantes, com ampla cobertura midiática, claro, no morro da Mangueira. Enquanto as câmeras mostravam a Mangueira, a privacidade e os laços íntimos entre o governador e os empreiteiros estariam protegidos num paraíso na Bahia. Uma fatalidade pôs tudo escancarado.
QUEM MANDOU – Depois de ter saído do enquadramento de notícia trágica, migrado para as hostes dos escândalos políticos, chegado às editorias de economia (por conta das benesses fiscais de Eike Batista e do pulo do gato no volume de contratos da Delta nos últimos anos sob a gestão de Sérgio Cabral, o assunto ganhou na quinta-feira contornos judiciais. O Ministério Público da Bahia decidiu que quer porque quer saber como e porque os corpos da seis vítimas financeiramente empoderadas do acidente (a exceção foi uma babá, enterrada na Bahia) foram trasladadas para o Rio em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Por que o custeio da missão foi feito pelos cofres públicos e não pelas famílias das vítimas, como é o padrão. O Ministério Público quer saber do Comando Aéreo Regional de onde partiram as ordens.
Diante de um folhetim desses, com contornos trágicos, policiais, econômicos, políticos e jurídicos, que seja longa a vida do jornalismo impresso. Os telespectadores de notícias não ficaram sabendo dessa missa a metade. Resta o questionamento nem um pouco impertinente: se a TV não aborda um fato como este sob todas as variáveis contidas nele, não o faz porque sua própria natureza informativa dificulta a tradução para o público médio ou por que os laços de Cabral não são fortes apenas com os Cavendishes e os Eikes da vida?
Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 26 de junho de 2011, no jornal A Tarde, Salvador/BA. maluzes@gmail.com
O que era apenas uma tragédia (o que já não seria pouco) na noite da sexta-feira 17 no mar de Porto Seguro, foi se transformando, ao longo da semana, em um escândalo político com direito à multiplicação de especulações, versões e pautas nas grades dos telejornais e nas páginas jornais do país. No início da noite da fatídica sexta, um helicóptero transportando seis pessoas e pilotado pelo empresário Marcelo Mattoso de Almeida, dono de um hotel resort em Trancoso, caiu no mar, matando todos. Provavelmente a tragédia permaneceria enquadrada tão somente como tal se, entre os mortos, não estivessem um piloto com habilitação vencida há seis anos, usando o nome de outro para voar, a mulher de um dos maiores empreiteiros de obras públicas do país e a namorada de um dos filhos do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O diabo, como se sabe, mora nos detalhes e adora brechas para urdir tramas. Imediatamente após o anúncio de que a namorada do filho do governador estava no vôo, telejornais anunciaram que Cabral viajara a Porto Seguro para acompanhar as buscas. Ah, tá. A mentira e suas pernas curtas deveriam ter respeitado a circunstância fúnebre. Só essa informação falsa da viagem posterior à tragédia já seria capaz de causar uma calça justa. Mas, descobriu-se em seguida, que ele não apenas já estava em Porto Seguro como seria um dos próximos a embarcar na aeronave nas próximas viagens que a aeronave ainda faria naquela noite entre Porto Seguro e Trancoso, onde a família do governador ficaria hospedada no resort do piloto-empresário morto.
FAXINAÇO - Por que a mentira da assessoria do governador? Por duas razões, ambas nem um pouquinho republicanas, para usar o verbete da modinha entre a classe política: primeiro, Cabral havia viajado no super jato Legacy, emprestado por ninguém menos que o multibilionário Eike Batista (que além de ter trocentos contratos com o governo do Rio revelou-se, justamente no meio das tramas descobertas após a tragédia, beneficiário de outros trocentos incentivos fiscais no RJ); depois porque o governador havia viajado para a festa de aniversário de Fernando Cavendish, o dono da Delta Construções, a construtora com maior poder de fogo em contratos e obras sem licitação no Rio, coisa de milhões e milhões, incluindo irregularidades nas obras de reforma do Maracanã.
Por fim, Cabral iria hospedar-se na fazenda resort de Mattoso, um ex-doleiro acusado de fraude cambial e crime ambiental por sua empresa no Rio, a First Class. Portanto, amizades, circunstâncias e freqüências perigosíssimas, sobretudo para um governador que sai de casa às escondidas num fim de semana, de carona e bancado por empresários com contratos sob suspeita em sua gestão, deixando para trás o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, incumbido da nada leve tarefa de fazer mais um faxinaço de traficantes, com ampla cobertura midiática, claro, no morro da Mangueira. Enquanto as câmeras mostravam a Mangueira, a privacidade e os laços íntimos entre o governador e os empreiteiros estariam protegidos num paraíso na Bahia. Uma fatalidade pôs tudo escancarado.
QUEM MANDOU – Depois de ter saído do enquadramento de notícia trágica, migrado para as hostes dos escândalos políticos, chegado às editorias de economia (por conta das benesses fiscais de Eike Batista e do pulo do gato no volume de contratos da Delta nos últimos anos sob a gestão de Sérgio Cabral, o assunto ganhou na quinta-feira contornos judiciais. O Ministério Público da Bahia decidiu que quer porque quer saber como e porque os corpos da seis vítimas financeiramente empoderadas do acidente (a exceção foi uma babá, enterrada na Bahia) foram trasladadas para o Rio em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Por que o custeio da missão foi feito pelos cofres públicos e não pelas famílias das vítimas, como é o padrão. O Ministério Público quer saber do Comando Aéreo Regional de onde partiram as ordens.
Diante de um folhetim desses, com contornos trágicos, policiais, econômicos, políticos e jurídicos, que seja longa a vida do jornalismo impresso. Os telespectadores de notícias não ficaram sabendo dessa missa a metade. Resta o questionamento nem um pouco impertinente: se a TV não aborda um fato como este sob todas as variáveis contidas nele, não o faz porque sua própria natureza informativa dificulta a tradução para o público médio ou por que os laços de Cabral não são fortes apenas com os Cavendishes e os Eikes da vida?
Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 26 de junho de 2011, no jornal A Tarde, Salvador/BA. maluzes@gmail.com
sirtaki
Descoberto por acaso, este pedaço de filme sem grande qualidade, tem pelo menos a vantagem de mostrar como os gregos dançam o sirtaki, sem fundo musical de Zorba o Grego! Podem acreditar que evitar esta música foi dificil. Até parece o hino nacional grego...
Bye Bye Brasil
Filme dirigido por Cacá Diegues, de 1979 mostra a Caravana Rolidei, uma Companhia de Artistas Circenses que viaja pelo norte e nordeste brasileiros, percebendo o desenvolvimento da região. Mostra as fronteiras culturais e o advento da televisão.
Silvana Mangano (el negro zumbon) from ANNA movie of 1951
Este momento do filme "Arroz amargo" foi durante muitos anos considerado o cúmulo do erotismo no cinema. E Silvana Mangano foi con certeza uma das mais belas atrizes do cinema. Até seus últimos momentos. Talvez você se lembre dela em "Morte em Veneza"...
quinta-feira, 23 de junho de 2011
DEUS JOGA NO MEU TIME
Já passava da metade do segundo tempo quando Deus resolveu jogar no meu time.
Não sei por que fez isso, já que, embora a disputa fosse renhida, nosso time vencia de um a zero – não que Sua ajuda seja, em quaisquer circunstâncias, dispensável – mas, acreditávamos; eu, pessoalmente; que seria possível manter o placar até o fim. Seu precioso auxílio poderia muito bem ser reservado para partidas mais difíceis, nas quais estivéssemos perdendo, sem chances de virar o jogo.
Claro que Ele não pediu autorização ao juiz, à Confederação Sul-Americana de Futebol nem à FIFA.
Simplesmente entrou em campo.
Só eu O via. Suas jogadas eram todas dirigidas a mim. Conseqüentemente, a bola me chegava sempre limpa, meus dribles eram perfeitos, meus chutes certeiros; em cinco minutos, fiz dois gols. Os companheiros me soterraram numa pirâmide de abraços; a torcida ululou selvagemente, gritando meu nome.
Olhei para Ele, interrogativamente; Deus simplesmente fez um gesto com a mão, piscou os olhos, como se dissesse: deixa Comigo; está tudo certo.
Deixei com Ele. O resultado foi que logo invadi a área ignorando os zagueiros, que ficaram no chão, humilhados, incapazes até de cometerem pênaltis, apliquei um chapéu no goleiro, parei alguns segundos antes da linha do gol e empurrei lentamente a bola para dentro.
Meus companheiros me perseguiram pelo campo, como energúmenos, olhares vidrados, totalmente possessos, para me abraçar; a torcida se ergueu em uníssono, vociferando meu nome como o de um ídolo sagrado que tivesse poder divino sobre ela, pedindo: Olé! Olé!
Nunca fui tão amado. Acho que naquele momento nada me seria proibido. Deve ter sido assim que Pelé e Garrincha se sentiam durante os jogos.
Então uma nuvem de preocupação toldou rapidamente meu céu: como faria, se nos próximos jogos Ele não estivesse presente? Voltaria a ser um jogador comum. E isso, ninguém, muito menos a torcida, perdoaria.
Mas o jogo logo acabou, com nossa retumbante vitória. Os repórteres correram, se digladiaram, para me entrevistar. A torcida continuava a ecoar meu nome. Era o herói; fora eleito o melhor jogador em campo.
Em meio ao burburinho, procurei por Ele com os olhos; mas, claro, havia desaparecido.
No vestiário, perguntei-me por que fizera aquilo; sem que ao menos o tivesse evocado. Na verdade, nem Nele acredito.
Naturalmente não me é dado questionar Suas ações nem Seus propósitos. Isso, certamente, deve ser considerado à conta de Sua proverbial magnanimidade.
Estaria preocupado em dar provas de Sua existência? Mas, logo a mim, um reles e anônimo mortal, sem qualquer papel proeminente no mundo? Não faz sentido. Demonstrar que Sua presença independe olimpicamente de minha crença ou descrença. Mas por que a mim, se há tanta gente mais importante: o Livro dos Recordes, por exemplo, está repleto de recordistas mundiais – pessoas que cuspiram sementes de melancia a uma maior distância; aqueles que formaram a maior pirâmide humana sobre uma motocicleta; os que comeram mais gafanhotos em menos tempo.
O fato é que Ele me escolheu. Não me compete questionar Suas escolhas.
Agora que fui agraciado com Sua presença, espero que me acompanhe até o final do campeonato; pelo menos, da arquibancada, me escoltando com os olhos, pronto a intervir, caso seja necessário.
Marcos A. P. Ribeiro
Não sei por que fez isso, já que, embora a disputa fosse renhida, nosso time vencia de um a zero – não que Sua ajuda seja, em quaisquer circunstâncias, dispensável – mas, acreditávamos; eu, pessoalmente; que seria possível manter o placar até o fim. Seu precioso auxílio poderia muito bem ser reservado para partidas mais difíceis, nas quais estivéssemos perdendo, sem chances de virar o jogo.
Claro que Ele não pediu autorização ao juiz, à Confederação Sul-Americana de Futebol nem à FIFA.
Simplesmente entrou em campo.
Só eu O via. Suas jogadas eram todas dirigidas a mim. Conseqüentemente, a bola me chegava sempre limpa, meus dribles eram perfeitos, meus chutes certeiros; em cinco minutos, fiz dois gols. Os companheiros me soterraram numa pirâmide de abraços; a torcida ululou selvagemente, gritando meu nome.
Olhei para Ele, interrogativamente; Deus simplesmente fez um gesto com a mão, piscou os olhos, como se dissesse: deixa Comigo; está tudo certo.
Deixei com Ele. O resultado foi que logo invadi a área ignorando os zagueiros, que ficaram no chão, humilhados, incapazes até de cometerem pênaltis, apliquei um chapéu no goleiro, parei alguns segundos antes da linha do gol e empurrei lentamente a bola para dentro.
Meus companheiros me perseguiram pelo campo, como energúmenos, olhares vidrados, totalmente possessos, para me abraçar; a torcida se ergueu em uníssono, vociferando meu nome como o de um ídolo sagrado que tivesse poder divino sobre ela, pedindo: Olé! Olé!
Nunca fui tão amado. Acho que naquele momento nada me seria proibido. Deve ter sido assim que Pelé e Garrincha se sentiam durante os jogos.
Então uma nuvem de preocupação toldou rapidamente meu céu: como faria, se nos próximos jogos Ele não estivesse presente? Voltaria a ser um jogador comum. E isso, ninguém, muito menos a torcida, perdoaria.
Mas o jogo logo acabou, com nossa retumbante vitória. Os repórteres correram, se digladiaram, para me entrevistar. A torcida continuava a ecoar meu nome. Era o herói; fora eleito o melhor jogador em campo.
Em meio ao burburinho, procurei por Ele com os olhos; mas, claro, havia desaparecido.
No vestiário, perguntei-me por que fizera aquilo; sem que ao menos o tivesse evocado. Na verdade, nem Nele acredito.
Naturalmente não me é dado questionar Suas ações nem Seus propósitos. Isso, certamente, deve ser considerado à conta de Sua proverbial magnanimidade.
Estaria preocupado em dar provas de Sua existência? Mas, logo a mim, um reles e anônimo mortal, sem qualquer papel proeminente no mundo? Não faz sentido. Demonstrar que Sua presença independe olimpicamente de minha crença ou descrença. Mas por que a mim, se há tanta gente mais importante: o Livro dos Recordes, por exemplo, está repleto de recordistas mundiais – pessoas que cuspiram sementes de melancia a uma maior distância; aqueles que formaram a maior pirâmide humana sobre uma motocicleta; os que comeram mais gafanhotos em menos tempo.
O fato é que Ele me escolheu. Não me compete questionar Suas escolhas.
Agora que fui agraciado com Sua presença, espero que me acompanhe até o final do campeonato; pelo menos, da arquibancada, me escoltando com os olhos, pronto a intervir, caso seja necessário.
Marcos A. P. Ribeiro
Cigognes
La voiture glisse entre de sages collines semées de blé, ponctuées d´oliviers. Lumière de printemps, dorée, transparente. Souligne chaque angle, précise chaque détail. L´Alentejo est sans doute la partie du Portugal que je préfère. Piero della Francesca n´est pas loin. Aprés Estremoz, oú j´ai écumé toutes les boutiques de souvenirs á la recherche d´une de ces crêches qui faisaient mon enchantement de jeune citadin lassé par les chefs-d´oeuvres obligatoires des grands musées, nous passons la frontière.
Insensiblement, le paysage se fait moins intimiste. Les espaces se sont agrandis. Même sans le taureau Domecq, ça sent bien, ça sent bon l´Espagne. Les routes ont changé, depuis mon adolescence! Fini les pistes poussiéreuses, les nids-de-poules, les renversants virages, les infinis oú nous naviguions, perdus sous un soleil de plomb, sans la moindre indication. Sans doute aussi, balayés les tascas chaulées, vin blanc et jamon serrano, silencieux paysans aux ongles noirs. Postes á essence. Le Coca rêgne sur fond rouge et néon. Je suppose, á l´intérieur, des frites et hamburguers surgelés. C´est, nous le constaterons bientôt, encore un préjugé qui ne coûte rien et ne résistera pas au premier arrêt-pipi.
Suivons les pilônes de métal et leurs guirlandes de fils. Évitons les lieux communs oú il est question de portées musicales. Je somnole pendant que mes compagnons bavardent dans la chaleur sèche de cette fin d´aprés-midi. Ma copine a une fixation sur les cigognes. C´est d´ailleurs un peu ce qui nous a rapprochés, au siècle dernier, en Kabylie. C´est aujourd´hui ce qui va peut-être nous valoir un accident, car sur presque tous les pilônes trônent d´immenses nids et Claudine gesticule en lâchant le volant. Non seulement maizencore le gouvernement espagnol a décidé de planter le long de la route de bizarres portes-nids métalliques de science-fiction, rapidement adoptés par ces longs oiseaux frileux. Je pense á mon enfance, aux minarets du Maroc, aux vieux emparts du Chellah. Je pense á ma vie ponctuée de cigognes, mais aussi de plages, de palmiers, de jasmin, de gãteaux trop sucrés. Je re-somnole.
Tout á coup, exclamations !
Au-delá du grand et aristocratique portail blanc fignolé de rehauts rouge sang d´une finca, portail que nous osons pousser discrètement, des dizaines de vieux oliviers tourmentés par les siècles sont autant de reposoirs pour une foule de cigognes. Elles tournent dans la lumière finissante, pesanment, se posent au bord des nids ou marchent á pas mesurés dans l´allée centrale, tels de paisibles propriétaires terriens en tenue de mariage, discutant, mains dans le dos, cueillettes et rapports.
Nous avançons sans bruit, bras collés au corps. Buenas noches ! Nous sommes des amis, nous ne voulons pas vous déranger. Faites comme si nous n´existions pas. Parfois deux ou trois oiseaux s´envolent, dessinant paresseusement un nouveau cercle dans le ciel rose et atérrissent quelques mètres plus loin. Moins par peur que pour dire Vous ne nous interessez pas. Gardez vos distances!
Est-ce ici le grand congrés sorti de l´imagination d´une Selma Lagerloff ibérique ? Ou vont-elles enfin se révolter contre l´envahisseur de leurs espaces, remake de Hitchcock ?
Longtemps trois bipèdes qui ne savent voler que dans leurs désirs réprimés, longtemps restent imobiles, jusqu´á ce que la nuit les chasse vers leurs semblables. Silencieuse, la voiture nous emporte, poursuivie par le claquemnent agacé de cent becs rassurant leurs enfants. N´ayez pas peur, seulement des touristes un peu niais, mais pas dangereux. Ils n´ont même pas pris de photos...
Caceres nous attend. Connaissez-vous Caceres ?
Dimitri Ganzelevitch Salvador, 12 Avril 2003.
Insensiblement, le paysage se fait moins intimiste. Les espaces se sont agrandis. Même sans le taureau Domecq, ça sent bien, ça sent bon l´Espagne. Les routes ont changé, depuis mon adolescence! Fini les pistes poussiéreuses, les nids-de-poules, les renversants virages, les infinis oú nous naviguions, perdus sous un soleil de plomb, sans la moindre indication. Sans doute aussi, balayés les tascas chaulées, vin blanc et jamon serrano, silencieux paysans aux ongles noirs. Postes á essence. Le Coca rêgne sur fond rouge et néon. Je suppose, á l´intérieur, des frites et hamburguers surgelés. C´est, nous le constaterons bientôt, encore un préjugé qui ne coûte rien et ne résistera pas au premier arrêt-pipi.
Suivons les pilônes de métal et leurs guirlandes de fils. Évitons les lieux communs oú il est question de portées musicales. Je somnole pendant que mes compagnons bavardent dans la chaleur sèche de cette fin d´aprés-midi. Ma copine a une fixation sur les cigognes. C´est d´ailleurs un peu ce qui nous a rapprochés, au siècle dernier, en Kabylie. C´est aujourd´hui ce qui va peut-être nous valoir un accident, car sur presque tous les pilônes trônent d´immenses nids et Claudine gesticule en lâchant le volant. Non seulement maizencore le gouvernement espagnol a décidé de planter le long de la route de bizarres portes-nids métalliques de science-fiction, rapidement adoptés par ces longs oiseaux frileux. Je pense á mon enfance, aux minarets du Maroc, aux vieux emparts du Chellah. Je pense á ma vie ponctuée de cigognes, mais aussi de plages, de palmiers, de jasmin, de gãteaux trop sucrés. Je re-somnole.
Tout á coup, exclamations !
Au-delá du grand et aristocratique portail blanc fignolé de rehauts rouge sang d´une finca, portail que nous osons pousser discrètement, des dizaines de vieux oliviers tourmentés par les siècles sont autant de reposoirs pour une foule de cigognes. Elles tournent dans la lumière finissante, pesanment, se posent au bord des nids ou marchent á pas mesurés dans l´allée centrale, tels de paisibles propriétaires terriens en tenue de mariage, discutant, mains dans le dos, cueillettes et rapports.
Nous avançons sans bruit, bras collés au corps. Buenas noches ! Nous sommes des amis, nous ne voulons pas vous déranger. Faites comme si nous n´existions pas. Parfois deux ou trois oiseaux s´envolent, dessinant paresseusement un nouveau cercle dans le ciel rose et atérrissent quelques mètres plus loin. Moins par peur que pour dire Vous ne nous interessez pas. Gardez vos distances!
Est-ce ici le grand congrés sorti de l´imagination d´une Selma Lagerloff ibérique ? Ou vont-elles enfin se révolter contre l´envahisseur de leurs espaces, remake de Hitchcock ?
Longtemps trois bipèdes qui ne savent voler que dans leurs désirs réprimés, longtemps restent imobiles, jusqu´á ce que la nuit les chasse vers leurs semblables. Silencieuse, la voiture nous emporte, poursuivie par le claquemnent agacé de cent becs rassurant leurs enfants. N´ayez pas peur, seulement des touristes un peu niais, mais pas dangereux. Ils n´ont même pas pris de photos...
Caceres nous attend. Connaissez-vous Caceres ?
Dimitri Ganzelevitch Salvador, 12 Avril 2003.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Bahia tem o maior número de miseráveis em todo o Brasil
De acordo com IBGE, 2,4 milhões de baianos, ou 17,7% da população do estado, vivem com uma renda mensal per capita de até R$ 70.
Não há, em todo o Brasil, nenhum estado com mais miseráveis que a Bahia. Esse amargo título foi constatado por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, divulgados no último sábado. De acordo com o Instituto, 2,4 milhões de baianos, ou 17,7% da população do estado, vivem com uma renda mensal per capita de até R$ 70.
Isso significa que nada menos que 14,8% dos miseráveis do país estão na Bahia. No entanto, não é só aqui que os números são alarmantes. Em números proporcionais, o campeão da miséria é o Maranhão: um em cada quatro moradores é considerado extremamente pobre, o que corresponde a 1,7 milhões de pessoas. Os dados também mostram que 58% dessa população de miseráveis se concentram em apenas seis estados: Pará, Pernambuco, Ceará e São Paulo, além da Bahia e do Maranhão. Juntos, eles concentram 9,4 milhões de miseráveis.
Por ser o estado mais populoso do país, o número de miseráveis em São Paulo também é grande: 1,084 milhão de pessoas. Em números proporcionais, no entanto, isso representa apenas 2,6% da população total.
CRITÉRIOS
Para calcular a renda média das famílias extremamente pobres, o IBGE levou em conta apenas as que têm algum tipo de rendimento, entre R$ 1 e R$ 70. Essa população tem renda familiar média de R$ 40,70 mensais - uma longa distância de quase R$ 30 para, segundo os critérios do governo, passar de miserável a pobre (renda familiar per capita de R$ 71 a R$ 140 mensais).
Além da baixíssima renda, os extremamente pobres têm em comum o fato de viverem em domicílios com pelo menos um tipo de carência por serviços básicos, como energia elétrica, abastecimento de água, rede de saneamento ou coleta de lixo.
Em 3 de maio, o governo federal lançou o programa Brasil sem miséria, que promete erradicar a miséria no Brasil em quatro anos. A secretária extraordinária para Superação da Extrema Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social, Ana Fonseca, considerou a população com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa “o núcleo duro da extrema pobreza”, mas diz que os dados só levam em conta a renda monetária. “A agricultura de subsistência não é levada em consideração”, observa.
10,5 milhões vivem com R$ 39 por mês
No Brasil, é contabilizado um total de 16,267 milhões de miseráveis - quase a população do Chile. Destes, 5,7 milhões moram em domicílios com rendimento de R$ 1 a R$ 39 mensais. Somados aos 4,8 milhões que não têm nenhuma renda, são 10,5 milhões de pessoas, o equivalente à população do estado do Paraná, vivendo com até R$ 39 por mês. O Censo de 2010 aponta 4 milhões de domicílios miseráveis no País: 1,62 milhão deles sem renda, e outros 1,19 mil, com renda de R$ 1 a R$ 39.
Não há, em todo o Brasil, nenhum estado com mais miseráveis que a Bahia. Esse amargo título foi constatado por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, divulgados no último sábado. De acordo com o Instituto, 2,4 milhões de baianos, ou 17,7% da população do estado, vivem com uma renda mensal per capita de até R$ 70.
Isso significa que nada menos que 14,8% dos miseráveis do país estão na Bahia. No entanto, não é só aqui que os números são alarmantes. Em números proporcionais, o campeão da miséria é o Maranhão: um em cada quatro moradores é considerado extremamente pobre, o que corresponde a 1,7 milhões de pessoas. Os dados também mostram que 58% dessa população de miseráveis se concentram em apenas seis estados: Pará, Pernambuco, Ceará e São Paulo, além da Bahia e do Maranhão. Juntos, eles concentram 9,4 milhões de miseráveis.
Por ser o estado mais populoso do país, o número de miseráveis em São Paulo também é grande: 1,084 milhão de pessoas. Em números proporcionais, no entanto, isso representa apenas 2,6% da população total.
CRITÉRIOS
Para calcular a renda média das famílias extremamente pobres, o IBGE levou em conta apenas as que têm algum tipo de rendimento, entre R$ 1 e R$ 70. Essa população tem renda familiar média de R$ 40,70 mensais - uma longa distância de quase R$ 30 para, segundo os critérios do governo, passar de miserável a pobre (renda familiar per capita de R$ 71 a R$ 140 mensais).
Além da baixíssima renda, os extremamente pobres têm em comum o fato de viverem em domicílios com pelo menos um tipo de carência por serviços básicos, como energia elétrica, abastecimento de água, rede de saneamento ou coleta de lixo.
Em 3 de maio, o governo federal lançou o programa Brasil sem miséria, que promete erradicar a miséria no Brasil em quatro anos. A secretária extraordinária para Superação da Extrema Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social, Ana Fonseca, considerou a população com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa “o núcleo duro da extrema pobreza”, mas diz que os dados só levam em conta a renda monetária. “A agricultura de subsistência não é levada em consideração”, observa.
10,5 milhões vivem com R$ 39 por mês
No Brasil, é contabilizado um total de 16,267 milhões de miseráveis - quase a população do Chile. Destes, 5,7 milhões moram em domicílios com rendimento de R$ 1 a R$ 39 mensais. Somados aos 4,8 milhões que não têm nenhuma renda, são 10,5 milhões de pessoas, o equivalente à população do estado do Paraná, vivendo com até R$ 39 por mês. O Censo de 2010 aponta 4 milhões de domicílios miseráveis no País: 1,62 milhão deles sem renda, e outros 1,19 mil, com renda de R$ 1 a R$ 39.
domingo, 19 de junho de 2011
A (IN)JUSTIÇA NOSSA E A DOS OUTROS
Por Malu Fontes
Menos de um mês após a TV mostrar o desfecho pífio do caso Pimenta Neves, um assassino, réu confesso, julgado, condenado e mesmo assim conseguindo viver mais de 12 anos confortavelmente em seu apartamento, graças a todas as benesses possibilitadas por incontáveis recursos jurídicos solicitados e aceitos por seus advogados em todas as instâncias do Poder Judiciário, a leniência veio à tona outra vez, agora tendo como protagonista o ex-jogador Edmundo, o animal. Uma vez animal, sempre animal. Embriagado até o último neurônio em 1995, Edmundo causou um acidente de trânsito no qual três pessoas morreram e três ficaram feridas.
Acusado de homicídio culposo e condenado por isso, Edmundo foi então preso e punido pelo crime por apenas 24 horas. Desde então, Edmundo vive solto e serelepe, com o processo dando mil voltas, graças à habilidade dos seus advogados. E é bom dizer que estes fazem tão somente aquilo que a lei permite que seja feito, ou seja, estão mais do que no direito de proteger até o último instante seus clientes da punição.
Esta semana, após uma montanha de recursos que já favoreceram a liberdade do acusado terem se exaurido, finalmente foram expedidos cinco mandados de prisão contra Edmundo, endereçados aos cinco endereços do atleta no Rio de Janeiro. Não encontrado em nenhum deles, supostamente por orientação advocatícia, o ex-jogador foi classificado na categoria de foragido da Justiça até ser preso em um flat em São Paulo na madrugada de quarta para quinta-feira. Enquanto isso, seu advogado, um dos mais estrelados criminalistas do país, Artur Lavigne, que tem entre seus clientes Edir Macedo, dava repetidas entrevistas onde usava sua principal tese para sustentar a prisão do animal como um equívoco: 15 anos depois, o crime/a condenação já prescreveu. Ou seja, já passou tempo demais do ocorrido para que, a essa altura, Edmundo vá para a cadeia por um acidentezinho ocorrido lá em meados dos anos 90.
ROUBAR SEXO - Como querer que um telespectador médio compreenda que a Justiça faz justiça se alguém que causa a morte de 3 pessoas pode, porque tem recursos e bons advogados, 15 anos depois, argumentar que não deve mais ir para a cadeia, cumprir pena só porque já passou tempo demais do ocorrido? As vítimas ressuscitaram? A morte delas também prescreveu, sendo um evento tão trágico que fez com que famílias tenham visto e sentido a desaparição para sempre do mundo só porque um garotão bêbado e irresponsável em seu carrão caro e possante barbarizava numa madrugada carioca baladeira?
Só para uma comparação incomparável com a Justiça dos outros, o todo poderoso boss do FMI entrou em cana em Nova York, sem direito a fiança, foi obrigado a se demitir do emprego e agora está presinho domiciliarmente nos Estados Unidos (e não em seu país, na França, com uma tornozeleira eletrônica para não fugir e com cerca de cinco milhões em bens penhorados como garantia para o caso de, mesmo assim, tentar escafeder-se). E tudo isso porque tentou roubar sexo de uma camareira de um hotel cinco estrelas.
ESTUPRO - Um caso mais ilustrativo ainda de que, na Justiça dos outros, a prescrição do crime e da pena é um palavrão comumente desprovido de sentido, é o do cineasta polonês Roman Polanski. Em 1977, sim na década de 70, Polanski teria dado umas doses de bebida e de outras cositas a uma menina de 13 anos e depois fizeram sexo. Acusado de estupro, saiu fugido dos Estados Unidos e, se colocar o pé em solo americano, será detido. Aliás, praticamente detido está, pois em 2009, ao receber um prêmio na Suiça, o cineasta foi preso e está, desde então, proibido de deixar o país, uma vez que a Suiça tem tratado de extradição com os EUA e este busca todos os dias extraditá-lo para cumprir a pena. A moça há muito já perdoou Polanski, nunca admitiu que o sexo foi forçado (a acusação foi da família, pela idade da menina), o cineasta a indenizou com alguns milhares de dólares, o processo criminal já foi extinto, mas o processo penal, enquanto ele for vivo, não prescreverá. A acusação de estupro foi feita quando Polanski tinha 43 anos. Hoje, caminha para os 78. E se vivo aos 100, não alcançará a prescrição do crime de que foi acusado nos anos 70.
A leniência da Justiça brasileira com quem tem recursos (financeiros) para comprar recursos (jurídicos) torna-se ainda mais emblemática quando se vê, sobretudo nos veículos de comunicação voltados para as pessoas de menor renda, um verdadeira convocação explícita para exterminar, seja com pena de morte, com prisão de qualquer jeito e sem julgamento ou com tiros da polícia, os infratores pretos e pardos sem sapatos sobre os quais ninguém pergunta como e por que foram parar onde pararam. Quem vai ensinar o telespectador comum, o da TV aberta, massiva, e ser crítico diante de uma TV que pouco diz de um sistema que permite que Edmundo e Pimenta Neves fiquem cerca de uma década e meia livres, mesmo quando acusados e culpados por mortes, e, ao mesmo tempo, essa mesma TV fica praticamente berrando ininterruptamente para que a Polícia vá prender restos humanos nas cracolândias e exibe sem trégua imagens de presos desdentados em fundos de camburão?
Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 19 de junho de 2011, no jornal A Tarde, Salvador/BA. maluzes@gmail.com
Menos de um mês após a TV mostrar o desfecho pífio do caso Pimenta Neves, um assassino, réu confesso, julgado, condenado e mesmo assim conseguindo viver mais de 12 anos confortavelmente em seu apartamento, graças a todas as benesses possibilitadas por incontáveis recursos jurídicos solicitados e aceitos por seus advogados em todas as instâncias do Poder Judiciário, a leniência veio à tona outra vez, agora tendo como protagonista o ex-jogador Edmundo, o animal. Uma vez animal, sempre animal. Embriagado até o último neurônio em 1995, Edmundo causou um acidente de trânsito no qual três pessoas morreram e três ficaram feridas.
Acusado de homicídio culposo e condenado por isso, Edmundo foi então preso e punido pelo crime por apenas 24 horas. Desde então, Edmundo vive solto e serelepe, com o processo dando mil voltas, graças à habilidade dos seus advogados. E é bom dizer que estes fazem tão somente aquilo que a lei permite que seja feito, ou seja, estão mais do que no direito de proteger até o último instante seus clientes da punição.
Esta semana, após uma montanha de recursos que já favoreceram a liberdade do acusado terem se exaurido, finalmente foram expedidos cinco mandados de prisão contra Edmundo, endereçados aos cinco endereços do atleta no Rio de Janeiro. Não encontrado em nenhum deles, supostamente por orientação advocatícia, o ex-jogador foi classificado na categoria de foragido da Justiça até ser preso em um flat em São Paulo na madrugada de quarta para quinta-feira. Enquanto isso, seu advogado, um dos mais estrelados criminalistas do país, Artur Lavigne, que tem entre seus clientes Edir Macedo, dava repetidas entrevistas onde usava sua principal tese para sustentar a prisão do animal como um equívoco: 15 anos depois, o crime/a condenação já prescreveu. Ou seja, já passou tempo demais do ocorrido para que, a essa altura, Edmundo vá para a cadeia por um acidentezinho ocorrido lá em meados dos anos 90.
ROUBAR SEXO - Como querer que um telespectador médio compreenda que a Justiça faz justiça se alguém que causa a morte de 3 pessoas pode, porque tem recursos e bons advogados, 15 anos depois, argumentar que não deve mais ir para a cadeia, cumprir pena só porque já passou tempo demais do ocorrido? As vítimas ressuscitaram? A morte delas também prescreveu, sendo um evento tão trágico que fez com que famílias tenham visto e sentido a desaparição para sempre do mundo só porque um garotão bêbado e irresponsável em seu carrão caro e possante barbarizava numa madrugada carioca baladeira?
Só para uma comparação incomparável com a Justiça dos outros, o todo poderoso boss do FMI entrou em cana em Nova York, sem direito a fiança, foi obrigado a se demitir do emprego e agora está presinho domiciliarmente nos Estados Unidos (e não em seu país, na França, com uma tornozeleira eletrônica para não fugir e com cerca de cinco milhões em bens penhorados como garantia para o caso de, mesmo assim, tentar escafeder-se). E tudo isso porque tentou roubar sexo de uma camareira de um hotel cinco estrelas.
ESTUPRO - Um caso mais ilustrativo ainda de que, na Justiça dos outros, a prescrição do crime e da pena é um palavrão comumente desprovido de sentido, é o do cineasta polonês Roman Polanski. Em 1977, sim na década de 70, Polanski teria dado umas doses de bebida e de outras cositas a uma menina de 13 anos e depois fizeram sexo. Acusado de estupro, saiu fugido dos Estados Unidos e, se colocar o pé em solo americano, será detido. Aliás, praticamente detido está, pois em 2009, ao receber um prêmio na Suiça, o cineasta foi preso e está, desde então, proibido de deixar o país, uma vez que a Suiça tem tratado de extradição com os EUA e este busca todos os dias extraditá-lo para cumprir a pena. A moça há muito já perdoou Polanski, nunca admitiu que o sexo foi forçado (a acusação foi da família, pela idade da menina), o cineasta a indenizou com alguns milhares de dólares, o processo criminal já foi extinto, mas o processo penal, enquanto ele for vivo, não prescreverá. A acusação de estupro foi feita quando Polanski tinha 43 anos. Hoje, caminha para os 78. E se vivo aos 100, não alcançará a prescrição do crime de que foi acusado nos anos 70.
A leniência da Justiça brasileira com quem tem recursos (financeiros) para comprar recursos (jurídicos) torna-se ainda mais emblemática quando se vê, sobretudo nos veículos de comunicação voltados para as pessoas de menor renda, um verdadeira convocação explícita para exterminar, seja com pena de morte, com prisão de qualquer jeito e sem julgamento ou com tiros da polícia, os infratores pretos e pardos sem sapatos sobre os quais ninguém pergunta como e por que foram parar onde pararam. Quem vai ensinar o telespectador comum, o da TV aberta, massiva, e ser crítico diante de uma TV que pouco diz de um sistema que permite que Edmundo e Pimenta Neves fiquem cerca de uma década e meia livres, mesmo quando acusados e culpados por mortes, e, ao mesmo tempo, essa mesma TV fica praticamente berrando ininterruptamente para que a Polícia vá prender restos humanos nas cracolândias e exibe sem trégua imagens de presos desdentados em fundos de camburão?
Malu Fontes é jornalista, doutora em Comunicação e Cultura e professora da Facom-UFBA. Texto publicado originalmente em 19 de junho de 2011, no jornal A Tarde, Salvador/BA. maluzes@gmail.com
O DIREITO DE IR E VIR BARRADO PELOS PEDÁGIOS
Entre os diversos trabalhos apresentados, um deles causou polêmica entre
os participantes. "A Inconstitucionalidade dos Pedágios", desenvolvido
pela aluna do 9º semestre de Direito da Universidade Católica de Pelotas
(UCPel) Márcia dos Santos Silva chocou, impressionou e orientou os
presentes.
A jovem de 22 anos apresentou o "Direito fundamental de ir e vir" nas
estradas do Brasil. Ela, que mora em Pelotas, conta que, para vir a Rio
Grande apresentar seu trabalho no congresso, não pagou pedágio e, na
volta, faria o mesmo.Causando surpresa nos participantes, ela fundamentou
seus atos durante a apresentação.
Márcia explica que na Constituição Federal de 1988, Título II, dos
"Direitos e Garantias Fundamentais", o artigo 5 diz o seguinte: "Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" E
no inciso XV do artigo: "é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar,permanecer ou dele sair com seus bens". A jovem acrescenta que "o
direito de ir e vir é cláusula pétrea na Constituição Federal, o que
significa dizer que não é possível violar esse direito. E ainda que todo o
brasileiro tem livre acesso em todo o território nacional. O que também
quer dizer que o pedágio vai contra a constituição".
Segundo Márcia, as estradas não são vendáveis. E o que acontece é que
concessionárias de pedágios realiza contratos com o governo Estadual de
investir no melhoramento dessas rodovias e cobram o pedágio para
ressarcir os gastos. No entanto, no valor da gasolina é incluído o imposto
de Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), e parte dele é
destinado às estradas. "No momento que abasteço meu carro, estou pagando o
pedágio. Não é necessário eu pagar novamente. Só quero exercer meu
direito, a estrada é um bem público e não é justo eu pagar por um bem que
já é meu também", enfatiza.
A estudante explicou maneiras e mostrou um vídeo que ensinava a passar nos
pedágio sem precisar pagar. "Ou você pode passar atrás de algum carro que
tenha parado. Ou ainda passa direto. A cancela, que barra os carros é de
plástico, não quebra, e quando o carro passa por ali ela abre.
Não tem perigo algum e não arranha o carro", conta ela, que diz fazer isso
sempre que viaja. Após a apresentação, questionamentos não faltaram. Quem
assistia ficava curioso em saber se o ato não estaria infringindo alguma
lei, se poderia gerar multa, ou ainda se quem fizesse isso não estaria
destruindo o patrimônio alheio. As respostas foram claras. Segundo Márcia,
juridicamente não há lei que permita a utilização de pedágios em estradas
brasileiras.
Quanto a ser um patrimônio alheio, o fato, explica ela, é que o pedágio e
a cancela estão no meio do caminho onde os carros precisam passar e, até
então, ela nunca viu cancelas ou pedágios ficarem danificados. Márcia
também conta que uma vez foi parada pela Polícia Rodoviária, e um guarda
disse que iria acompanhá-la para pagar o pedágio. "Eu perguntei ao
policial se ele prestava algum serviço para a concessionária ou ao Estado.
Afinal, um policial rodoviário trabalha para o Estado ou para o governo
Federal e deve cuidar da segurança nas estradas. Já a empresa de pedágios,
é privada, ou seja, não tem nada a ver uma coisa com a outra", Acrescenta.
Ela defende ainda que os preços são iguais para pessoas de baixa renda,
que possuem carros menores, e para quem tem um poder aquisitivo maior e
automóveis melhores, alegando que muita gente não possui condições para
gastar tanto com pedágios. Ela garante também que o Estado está negando um
direito da sociedade. "Não há o que defender ou explicar. A constituição é
clara quando diz que todos nós temos o direito de ir e vir em todas as
estradas do território nacional", conclui.
FONTE: JORNAL AGORA
REPASSEM A TODOS TEUS AMIGOS.
os participantes. "A Inconstitucionalidade dos Pedágios", desenvolvido
pela aluna do 9º semestre de Direito da Universidade Católica de Pelotas
(UCPel) Márcia dos Santos Silva chocou, impressionou e orientou os
presentes.
A jovem de 22 anos apresentou o "Direito fundamental de ir e vir" nas
estradas do Brasil. Ela, que mora em Pelotas, conta que, para vir a Rio
Grande apresentar seu trabalho no congresso, não pagou pedágio e, na
volta, faria o mesmo.Causando surpresa nos participantes, ela fundamentou
seus atos durante a apresentação.
Márcia explica que na Constituição Federal de 1988, Título II, dos
"Direitos e Garantias Fundamentais", o artigo 5 diz o seguinte: "Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" E
no inciso XV do artigo: "é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar,permanecer ou dele sair com seus bens". A jovem acrescenta que "o
direito de ir e vir é cláusula pétrea na Constituição Federal, o que
significa dizer que não é possível violar esse direito. E ainda que todo o
brasileiro tem livre acesso em todo o território nacional. O que também
quer dizer que o pedágio vai contra a constituição".
Segundo Márcia, as estradas não são vendáveis. E o que acontece é que
concessionárias de pedágios realiza contratos com o governo Estadual de
investir no melhoramento dessas rodovias e cobram o pedágio para
ressarcir os gastos. No entanto, no valor da gasolina é incluído o imposto
de Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), e parte dele é
destinado às estradas. "No momento que abasteço meu carro, estou pagando o
pedágio. Não é necessário eu pagar novamente. Só quero exercer meu
direito, a estrada é um bem público e não é justo eu pagar por um bem que
já é meu também", enfatiza.
A estudante explicou maneiras e mostrou um vídeo que ensinava a passar nos
pedágio sem precisar pagar. "Ou você pode passar atrás de algum carro que
tenha parado. Ou ainda passa direto. A cancela, que barra os carros é de
plástico, não quebra, e quando o carro passa por ali ela abre.
Não tem perigo algum e não arranha o carro", conta ela, que diz fazer isso
sempre que viaja. Após a apresentação, questionamentos não faltaram. Quem
assistia ficava curioso em saber se o ato não estaria infringindo alguma
lei, se poderia gerar multa, ou ainda se quem fizesse isso não estaria
destruindo o patrimônio alheio. As respostas foram claras. Segundo Márcia,
juridicamente não há lei que permita a utilização de pedágios em estradas
brasileiras.
Quanto a ser um patrimônio alheio, o fato, explica ela, é que o pedágio e
a cancela estão no meio do caminho onde os carros precisam passar e, até
então, ela nunca viu cancelas ou pedágios ficarem danificados. Márcia
também conta que uma vez foi parada pela Polícia Rodoviária, e um guarda
disse que iria acompanhá-la para pagar o pedágio. "Eu perguntei ao
policial se ele prestava algum serviço para a concessionária ou ao Estado.
Afinal, um policial rodoviário trabalha para o Estado ou para o governo
Federal e deve cuidar da segurança nas estradas. Já a empresa de pedágios,
é privada, ou seja, não tem nada a ver uma coisa com a outra", Acrescenta.
Ela defende ainda que os preços são iguais para pessoas de baixa renda,
que possuem carros menores, e para quem tem um poder aquisitivo maior e
automóveis melhores, alegando que muita gente não possui condições para
gastar tanto com pedágios. Ela garante também que o Estado está negando um
direito da sociedade. "Não há o que defender ou explicar. A constituição é
clara quando diz que todos nós temos o direito de ir e vir em todas as
estradas do território nacional", conclui.
FONTE: JORNAL AGORA
REPASSEM A TODOS TEUS AMIGOS.
sábado, 18 de junho de 2011
Maria Callas / Alfredo Kraus - Traviata - Lisboa
Um raríssimo documento, o único monstrando Maria Callas no papel de Violette da "Traviatta" com Alfredo Kraus. Tive o imenso privilégio de assistir a este memorável momento em 1958, no teatro São Carlos de Lisboa.
Da indignação como virtude
Acabo de receber um livro, presente do cineasta Bernard Attal. Trata-se quase de um fascículo escrito por um jovem nascido em 1917. Jovem, sim, porque Stéphane Hessel, 93, mantém o mesmo entusiasmo de adolescente ao rebelar-se contra o statu quo e a hipocrisia deste terceiro milênio. Judeu, evadido dos terríveis campos nazistas de concentração de Bunchenwald e de Dora, herói da Resistência francesa, redator da Declaração dos Direitos Humanos e ex-embaixador, é hoje o responsável por um sucesso editorial de densidade conceitual de dar inveja a qualquer Paulo Coelho. Durante 20 páginas “Indignez-vous”, encontra em vários aspetos da atualidade motivos de sobra para ficar indignado e transmitir esta indignação a simultâneas três gerações de francófonos.
Posiciona-se, sem ambigüidade, após visitar Gaza, ao lado dos palestinos cuja maior aspiração é o simples direito de viver. Denuncia o recente ataque ao hospital do Crescente Vermelho, quando 1400 mortos, incluindo mulheres, crianças e velhos, foram um lamentável contraponto aos 50 feridos israelenses.
Monsieur Hessel também reitera uma verdade que, por mais evidente que seja, é hoje vista como um desafio: “A liberdade da imprensa, sua honra e sua independência em relação ao Estado, às potências financeiras e influências estrangeiras (...). A verdadeira democracia precisa de uma imprensa independente (...)”. Era o que a Resistência Francesa já apregoava em 1944 em plena ocupação nazista.
Impossível não estabelecer um paralelo com a crise que aflige hoje, em 2011, toda a imprensa brasileira. Quando a gente se lembra, por exemplo, da censura imposta ao Estado de São Paulo relacionada com um elemento de comportamento duvidoso, somente por ele ser filho de José Ribamar, vulgo Sarney, grudado ao poder há mais de meio século, temos que admitir que nossa democracia ainda está engatinhando. O poder econômico, mais até que o poder político, é sem a mínima dúvida o maior empecilho a qualquer veleidade de democracia. É essencial o leitor ficar muito atento. O inimigo mora ao lado.
Steven Rossitto "My One And Only Love"
Ouçam a voz e interpretação deste garoto de 16 anos. Podemos prever um belo futuro!Além disso, grande pianista.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
RETALHOS 43
No jogo das cadeiras, a Ideli Salvatti acaba de ganha uma poltrona. Confesso nunca ter sido afinado com esta fundamentalista do PT, mas o novo cargo talvez revele virtudes escondidas. Mas já começou mal, muito mal, ao votar a favor do arquivamento eterno dos documentos históricos envolvendo a história do Brasil. Não hesitou em se alinhar com José Sarney e Fernando Collor. Alguém ainda sabe escrever a palavra Ética?
O senador Magno Malta (PR-ES) disse que abandonará o Legislativo se for aprovada a proposta que criminaliza a homofobia. "Se o projeto de lei 122, que excita a criação de um terceiro sexo, for aprovado, com dignidade de cristão, renuncio ao mandato de senador", disse. Presidente da 'Frente Parlamentar em Defesa da Família Brasileira', Malta pendurou a promessa de renúncia em sua página na internet. A proposta que desgosta Malta foi apresentada na legislatura passada pela ex-senadora Fátima Cleide (PT-RO). Sem apoio, desceu ao arquivo. Ao chegar ao Senado, Marta Suplicy (PT-SP) reapresentou o projeto, para desassossego de Malta e de toda a bancada evangélica e católica. Deve-se a valentia do senador à certeza nutrida por ele de que a iniciativa de Marta é natimorta: “A proposta já voltou morta e sepultada”, diz. Antes da promessa de renúncia de Magno Malta havia muitas razões para os congressistas aprovarem o tal projeto. Agora, há mais um motivo.” BOL. O Magno Malta teve seu momento de glória na posse da Dilma, quando deu uma de papagaio de pirata, fazendo o impossível para aparecer na TV.
Mais uma burrice! “O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Os empreendimentos ou estabelecimentos considerados como meios
de hospedagens, nos termos do art. 23 da Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, deverão cobrar pela diária de hospedagem em suas acomodações de acordo com as
seguintes regras tarifárias:
I – Tarifa Dia: horário de início da diária a partir das oito horas, e término até
às oito horas do dia seguinte;
II – Tarifa Meio-Dia: horário de início da diária a partir das doze horas, e
término até às doze horas do dia seguinte;
III – Tarifa Noite: horário de início da diária a partir das dezoito horas, e
término até às dezoito horas do dia seguinte.
Parágrafo único. Nos períodos de alta estação, os horários fixados para
saída de hóspedes poderão ser antecipados em até duas horas, desde que sejam previamente estabelecidos em contrato.
Art. 2º Os empreendimentos ou estabelecimentos de que trata o caput do
art. 1º poderão cobrar por horas excedentes até o período limite de seis horas, findo o qual passará ser contado como uma nova diária.
Art. 3º Os empreendimentos ou estabelecimentos compreendidos no caput
do art. 1º terão prazo máximo de cento e vinte dias para se adequarem aos termos da presente Lei, a partir de sua vigência.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor da data de sua publicação.”
Enquanto isso, a esmagadora maioria dos hotéis do planeta se orienta pela tradicional diária das 12:00 às 12:00
A poucos dias de São João foi finalmente divulgada a programação dos festejos no centro histórico. Deveria ter sido anunciado com dois meses de antecedência, no mínimo. Mas, sorria, você está na Bahia. Mas uma vez, pão e circo, sem praticamente efeito nenhum sobre o comércio local, senão uma barulheira que pode afastar os turistas. E, mais uma vez, Gilberto Gil e amigos vão receber uma grana preta . Será que não podiam fazer a festa com outros artistas?
Ligo a televisão num domingo de tarde e me deparo com a “Dança dos famosos”. Famosos? Nem tanto. Não consigo colocar um só nome nestes rostos bonitinhos, banais e descartáveis. Abro o noticiário da internet e encontro um espeto de fotos de “celebridades”. Mesma ignorância. Está mais do que comprovada a premonição de Andy Wahrol “Algum dia todos serão famosos por quinze minutos”. Ainda sou da geração de Frank Sinatra, Albert Einstein, Edith Piaf, Maria Callas, Dorival Caymmi, Frank Loyd Writgh, Truman Capote, Pablo Picasso, Maysa, Ella Fitzgerald, Leonard Bernstein, Nureyev, Igor Stravinsky... Estes sim, astros que brilharam durante muitas décadas pelo imenso talento, inteligência e personalidade. Com a banalização da comunicação, basta ter um papel secundário numa novela ou andar de saia curta no colégio para virar celebridade. Na nossa sociedade, o gigolô da cantora e a mulher melancia são celebridades...
Para quando uma CPI da Anatel? Vai jorrar sangue!
“A quem furtar este livro de seu dono, ou tomá-lo emprestado e não o devolver: que o livro se transforme numa serpente em suas mãos e o dilacere. Que seja acometido de paralisia, e todos seus membros se ressequem. Que se esvaia em dor gritando por piedade, e que não haja fim para sua agonia e que ele se consuma em sua dissolução. Que as traças devorem suas entranhas e, quando for levado ao castigo final, que as chamas do Inferno o queimem para sempre” Praga rogada aos ladrões de livros na biblioteca do Mosteiro de São Pedro, em Barcelona. Deve se referir a livros anteriores à invenção da impressão. Os da atual safra de best-sellers não merecem tanto castigo.
Continua a pleno vapor a lavanderia da FIFA. Veja só o que a BBC afirma do João Havelange e do Ricardo Teixeira!
http://www.youtube.com/watch?v=bOxzvE8eUP0
A proibição do álcool (1920-1933) nos EUA teve como único resultado o fortalecimento da Máfia que então conheceu seu apogeu. A história se repete com a atual perseguição às drogas. O drogado é um doente. Precisa, não de polícia, mas de médico. Portanto, ao autorizar as manifestações a favor da legalização da maconha o STF deu um primeiro passo essencial no combate efetivo e eficiente às drogas. Não estou advogando em causa própria, já que sou radicalmente contra qualquer droga. Não por razões morais, mas por achar que são um perigo à saúde pública. Mas proibir, com certeza, é a solução que melhor convém aos bolsonaros de plantão e a quem da ilegalidade se locupleta. Temos que enfrentar a epidemia com outras armas. Nada pior que um inimigo que se esconde. Continuando com uma conveniente cegueira, só iremos ampliando cada dia mais um pouco o dramático problema que atinge a toda a sociedade.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
VENEZA
Apesar da banalidade das fotos e até um erro estúpido - uma vista de Bruges no meio dos canais venezianos - as imagens tomadas de helicóptero são sedutoras. Dão vontade de ir e voltar a esta extraordinária cidade.
VENISE EN HELICO SM.pps 6147K Visualizar Baixar |
A Rainha da Noite, de Mozart
Nunca a famosa ária da Rainha da Noite, de Mozart, foi interpretada de forma tão pessoal
Respeitem nossos valores
– e cabelos! por Henrique França
Jornal A União.
Francisco César Gonçalves é um sertanejo destemido e sensível. O cara cresceu no burburinho cultural brasileiro-nordestino, tornou-se um irreverente e talentoso cantor, encantou o mundo com suas canções e acabou na vida administrativa. Hoje, secretário de Cultura da Paraíba, Chico César mostra que, apesar das assinaturas e burocracia necessárias ao cargo que exerce, permanece um dom Quixote da cultura do Nordeste, sua terra, sua gente, seu valor.
Negro, de família humilde, sertaneja, fora dos padrões emburrecidos de “beleza”, Chico tem na palavra sua espada. E com ela vence batalhas, apesar de fazê-lo diante da impossibilidade de ferir um ou outro. Esses dias, o nome de Chico César voltou a provocar reações positivas e negativas, depois que o secretário declarou que grupos musicais que destoantes da tradição musical nordestina – as bandas de forró de plástico ou as duplas sertanejas – não serão contratados pelo Governo da Paraíba para a programação do São João local.
Com a polêmica nos principais sites de notícias da Paraíba e do Brasil, com seu nome entre os dez assuntos mais comentados do twitter, Chico César foi vítima e vilão, ganhou mais respeito por alguns e insultos por outros. E, pasmem, ganhou um bom número de internautas que declararam sequer conhecer esse “tal Chico César”! Os argumentos contrários à declaração do cantor se baseiam na vontade popular: se o povo gosta, dê a ele todo lixo em forma de canção, dancinhas e gritinhos.
O argumento é frágil e pouco convincente. Se assim fosse, que tal ampliarmos a discussão para outras áreas. Se o povo gosta de fumar, libera o cigarro; se o povo gosta de acelerar, libera essa besteira de limite de velocidade nas ruas; se há pais que não acham necessário matricular seus filhos em uma escola (melhor levá-los para pedir um trocado nos semáforos), deixe que eles, como pais decidam. Parece exagero? Sim, mas não é. A música é, sim, um instrumento de mudança social. Aliás, qualquer forma de arte possui essa capacidade.
Então, quando eu relego a décimo plano uma música que nos identifica como povo, que fala a língua do Nordeste, que nos remete a memórias ancestrais dos nosso pais, avós, que valoriza as pessoas, as relações, mesmo os embates históricos, as lembranças de uma trajetória nordestina – seja cantando um pássaro ou um lamento do homem sertanejo, seja narrando o despertar da adolescência da menina do interior ou uma disputa engraçada de embolada -, estou lançando toda essa carga de história aos resíduos memoriais.
Não, não se trata de alienação ou de direcionamento do que eu devo ou não ouvir. Trata-se, sim, de respeitar o povo a quem ele – Chico César – serve. Caso contrário, há quem concorde em pagar caro por artistas que elevem em suas canções o machismo exacerbado, o xingamento gratuito, a insinuação de pedofilia, a exposição de mulheres como pedaços de carne rebolando sobre um palco, sendo desejadas de forma tão obscena que se torna vergonhoso por se dar em espaço público, que traz em suas letras refrões do tipo “vem molhar o meu corpo, quero ver se vai resistir o que tenho aqui”, “o meu bolso é minha guia, a bebida é a razão”, “eu juro não vou sossegar – se você não me der, desculpa, eu vou roubar”? Tem mais: “Vai começando na cabeça/ Vai descendo pro queixinho/ Menina gostosinha, eu sou o seu neguinho/ Alisando, alisando, esse lindo umbiguinho/ Se você não aguenta fale assim pra mim: Ai painho, a-a-ai painho.”
Atenção, críticos e suas metralhadoras giratórias. É isso que vocês estão defendendo? Não se trata, aqui, simplesmente de arte. Trata-se de comportamento, respeito, o mínimo de coerência. Porque quando um “painho” estupra a própria filha ficamos todos revoltados. Porém, quando um “artista” canta isso, insere uma voz de criança para cantar “a-a-ai painho” ninguém se constrange ou se indigna? É isso mesmo? Chico César é um artista que está secretário. Não cabe aqui avaliar sua atuação administrativa, mas esse é o mesmo homem que escreveu, na canção-desabafo “Odeio Rodeio”: Me tira a calma, me fere a alma, me corta o coração. É bom pro mercado de disco e de gato, laranja e trator / Mas quem corta a cana não pega na grana, não vê nem a cor.
Palavras de Chico, como secretário: “Nunca nos passou pela cabeça proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que os pague, apenas isso. São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava “Zezé cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”.”
Dizem que Chico César está sendo intolerante. Talvez devêssemos nós, como “baluartes” da dignidade, nos colocarmos de forma a não tolerar mais certas manifestações “culturais” que nos enfiam goela abaixo valores distorcidos em forma de canções “divertidas”. Não sou preto na pele, não sou musicalmente talentoso como nosso secretário de Cultura, mas aproveito alguns poucos fios de cabelo que agrisalham minha cabeça para cantar com Chico:
Respeitem meus cabelos, brancos
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando um preto fala
O branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos.
–
Henrique França [@RiqueFranca] Texto publicado na coluna #CotidianaMente, do Jornal A União, em 20/04/2011
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Francisco César Gonçalves é um sertanejo destemido e sensível. O cara cresceu no burburinho cultural brasileiro-nordestino, tornou-se um irreverente e talentoso cantor, encantou o mundo com suas canções e acabou na vida administrativa. Hoje, secretário de Cultura da Paraíba, Chico César mostra que, apesar das assinaturas e burocracia necessárias ao cargo que exerce, permanece um dom Quixote da cultura do Nordeste, sua terra, sua gente, seu valor.
Negro, de família humilde, sertaneja, fora dos padrões emburrecidos de “beleza”, Chico tem na palavra sua espada. E com ela vence batalhas, apesar de fazê-lo diante da impossibilidade de ferir um ou outro. Esses dias, o nome de Chico César voltou a provocar reações positivas e negativas, depois que o secretário declarou que grupos musicais que destoantes da tradição musical nordestina – as bandas de forró de plástico ou as duplas sertanejas – não serão contratados pelo Governo da Paraíba para a programação do São João local.
Com a polêmica nos principais sites de notícias da Paraíba e do Brasil, com seu nome entre os dez assuntos mais comentados do twitter, Chico César foi vítima e vilão, ganhou mais respeito por alguns e insultos por outros. E, pasmem, ganhou um bom número de internautas que declararam sequer conhecer esse “tal Chico César”! Os argumentos contrários à declaração do cantor se baseiam na vontade popular: se o povo gosta, dê a ele todo lixo em forma de canção, dancinhas e gritinhos.
O argumento é frágil e pouco convincente. Se assim fosse, que tal ampliarmos a discussão para outras áreas. Se o povo gosta de fumar, libera o cigarro; se o povo gosta de acelerar, libera essa besteira de limite de velocidade nas ruas; se há pais que não acham necessário matricular seus filhos em uma escola (melhor levá-los para pedir um trocado nos semáforos), deixe que eles, como pais decidam. Parece exagero? Sim, mas não é. A música é, sim, um instrumento de mudança social. Aliás, qualquer forma de arte possui essa capacidade.
Então, quando eu relego a décimo plano uma música que nos identifica como povo, que fala a língua do Nordeste, que nos remete a memórias ancestrais dos nosso pais, avós, que valoriza as pessoas, as relações, mesmo os embates históricos, as lembranças de uma trajetória nordestina – seja cantando um pássaro ou um lamento do homem sertanejo, seja narrando o despertar da adolescência da menina do interior ou uma disputa engraçada de embolada -, estou lançando toda essa carga de história aos resíduos memoriais.
Não, não se trata de alienação ou de direcionamento do que eu devo ou não ouvir. Trata-se, sim, de respeitar o povo a quem ele – Chico César – serve. Caso contrário, há quem concorde em pagar caro por artistas que elevem em suas canções o machismo exacerbado, o xingamento gratuito, a insinuação de pedofilia, a exposição de mulheres como pedaços de carne rebolando sobre um palco, sendo desejadas de forma tão obscena que se torna vergonhoso por se dar em espaço público, que traz em suas letras refrões do tipo “vem molhar o meu corpo, quero ver se vai resistir o que tenho aqui”, “o meu bolso é minha guia, a bebida é a razão”, “eu juro não vou sossegar – se você não me der, desculpa, eu vou roubar”? Tem mais: “Vai começando na cabeça/ Vai descendo pro queixinho/ Menina gostosinha, eu sou o seu neguinho/ Alisando, alisando, esse lindo umbiguinho/ Se você não aguenta fale assim pra mim: Ai painho, a-a-ai painho.”
Atenção, críticos e suas metralhadoras giratórias. É isso que vocês estão defendendo? Não se trata, aqui, simplesmente de arte. Trata-se de comportamento, respeito, o mínimo de coerência. Porque quando um “painho” estupra a própria filha ficamos todos revoltados. Porém, quando um “artista” canta isso, insere uma voz de criança para cantar “a-a-ai painho” ninguém se constrange ou se indigna? É isso mesmo? Chico César é um artista que está secretário. Não cabe aqui avaliar sua atuação administrativa, mas esse é o mesmo homem que escreveu, na canção-desabafo “Odeio Rodeio”: Me tira a calma, me fere a alma, me corta o coração. É bom pro mercado de disco e de gato, laranja e trator / Mas quem corta a cana não pega na grana, não vê nem a cor.
Palavras de Chico, como secretário: “Nunca nos passou pela cabeça proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que os pague, apenas isso. São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava “Zezé cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”.”
Dizem que Chico César está sendo intolerante. Talvez devêssemos nós, como “baluartes” da dignidade, nos colocarmos de forma a não tolerar mais certas manifestações “culturais” que nos enfiam goela abaixo valores distorcidos em forma de canções “divertidas”. Não sou preto na pele, não sou musicalmente talentoso como nosso secretário de Cultura, mas aproveito alguns poucos fios de cabelo que agrisalham minha cabeça para cantar com Chico:
Respeitem meus cabelos, brancos
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando um preto fala
O branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos.
–
Henrique França [@RiqueFranca] Texto publicado na coluna #CotidianaMente, do Jornal A União, em 20/04/2011
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quarta-feira, 15 de junho de 2011
Um metrô no Ceará
Ele tem 13,50 kms e custou R$25 milhões.
Só para nosso prefeito chorão... chorar mais (e nós também)
E aproveitem para ler o excelente jornal do Geraldo Vilalva
Só para nosso prefeito chorão... chorar mais (e nós também)
bahia negocios.pdf 1719K Visualizar Baixar |
E aproveitem para ler o excelente jornal do Geraldo Vilalva
Rendez-vous by Claude Lelouch
Uma outra forma de ver Paris. Suponho que este curta foi filmado num domingo, pelas 5 horas da manhã, em Julho, quando os franceses estão fora da cidade curtindo as férias de verão.
Só assim foi possivel correr pelas ruas e avenidas de Paris sem problema
Só assim foi possivel correr pelas ruas e avenidas de Paris sem problema
A PINGA, SUA ORIGEM.
Você sabia?
Momento Manguaça Cultural
Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.
Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado.
Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.
Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome 'PINGA'.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'ÁGUA-ARDENTE'
Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.
E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.
(História contada no Museu do Homem do Nordeste).
Não basta beber, tem que conhecer!
Bebum bem informadoé outro departamento!
BALANCEAMENTO
Veja o link abaixo.
Extraordinário.
(Não devem ter muitas correntes de ar no auditório...)
Extraordinário.
(Não devem ter muitas correntes de ar no auditório...)
terça-feira, 14 de junho de 2011
ALICE´S RESTAURANT
Filme símbolo da contracultura dos anos 60, realizado por Arthur Penn.
Embora eu fosse a anos-luz do movimento hippy, fiquei impressionado com este filme.
O cantor/ator Aldo Gurthie foi icone em Woodstock.
s
Embora eu fosse a anos-luz do movimento hippy, fiquei impressionado com este filme.
O cantor/ator Aldo Gurthie foi icone em Woodstock.
s
segunda-feira, 13 de junho de 2011
RETALHOS 42
Algum problema técnico bagunçou estes RETALHOS 42. Não consigo consertar. Peço perdão ao leitor pelas falhas...
Uma oposição forte é o melhor aval de qualquer governo democrático.
Quando se coloca a reputação de um homem, seja ele ministro, contra o respeito e a segurança de 15 milhões de cidadãos, sejam eles homossexuais, algo está podre na cúpula de qualquer nação. No recheio obscuro desta hipocrisia onde ficam os três pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, acusados de haverem violentado e queimado vivo um adolescente?
Simples sugestão: O Aldo Rebelo poderia comprar o apartamento vizinho ao do Antônio Palocci. Seria mais fácil para enfrentar o desgaste psicológico promovido por estes abomináveis vizinhos capitalistas!
Já vai tarde Apanhado com a boca na botija, desmentido por um simples caseiro. Foi assim que ficou demonstrado que o poderosíssimo ministro da Fazenda Antonio Palocci ia, sim, constantemente a uma alegre casa de Brasília, frequentada também por amigos de Ribeirão Preto, lobistas e garotas de programa, tudo “regado” pelos recursos “não contabilizados” do mensalão. Confrontado com os fatos, Palocci primeiro mentiu consistentemente em vários fóruns: comissões do Congresso, entrevistas, sorrisos, encontro com banqueiros e empresários amigos — amicíssimos. Mas o caseiro insistia.
Saiu do governo demitido por Lula, por pressão da opinião pública, depois de ter comandado a violação do sigilo bancário de um cidadão indefeso, cujo único crime tinha sido o de ter reconhecido a presença de Palocci, não uma, mas inúmeras vezes na “alegre mansão dos prazeres”. Absolvido no STF num julgamento esquisitíssimo, por cinco votos a quatro, em que o voto que o livrou de um processo foi todo construído para torná-lo réu, e subitamente no último parágrafo o livrou, Palocci se sentiu com o caminho livre para continuar suas estripulias. Não considerou haver nenhum impedimento ético ou moral ser deputado, pertencer à Comissão de Finanças e Tributação e, ao mesmo tempo, exercer consultorias remuneradas a peso de ouro para
empresas ávidas de manter boas relações com o governo petista. Coordenador da campanha de Dilma Rousseff, alega que interrompeu suas atividades milionárias, mas curiosamente, depois que a candidata foi eleita, recebeu R$ 10 milhões de seus “consultados”. Do blog de Lúcia Hippolito
E agora que o Palocci foi varrido, como vai ficar o combate à homofobia?
Terminou de casa cheia a peça “Pólvora e poeira” sobre a relação tumultuosa de dois grandes poetas franceses do século XIX. O lindo teatro da Barroquinha ficou pequeno para tantos espectadores. Montagem caprichada e bons atores – em especial o jovem Talis Castro no papel de Rimbaud – a peça não era com certeza aconselhável para os fundamentalistas evangélicos que povoam os corredores da atual prefeitura. Nunca saberão o que perderam.
Se você curtir filmes de terror, nem levante da cadeira. Para ter um calafrio na espinha dorsal e arrepio do couro cabeludo, saiba que Marcos Medrado pretende se candidatar a prefeito de Salvador. Podemos vislumbrar até a derrubada do jardim do Campo Grande para construir mais torres e uma invasão de kombis para transportes públicos. Acredite: teríamos saudade do João Henrique!
Mas este Tarcísio Meira... Nem a idade consegue melhorar este canastrão!
AQuem se queixa muito da violência na Bahia pode sossegar. Seria muito mais angustiante se morasse na África do Sul, especialmente quem tem filhos. Nas escolas, crianças e adultos têm medo de usar os sanitários onde podem ser violentados por colegas e até pelos professores. O estupro é banal e impune.
No Timor-Oriental, pior ainda. Considerado um dos países com menos desenvolvimento humano no planeta, vive no pavor de 15 gangues alimentadas pela corrupção e pelas lutas políticas e tribais, frente a uma segurança pública omissa senão conivente. Estes grupos não hesitam em incendiar as casas dos grupos adversos e em lutar nas ruas com espadas de samurais. Mas a arma preferida é a rama ambon, um dardo de 20 cm com finíssima lâmina embebida de ácido de bateria. Difícil sobreviver a esta arma. Apesar de ter só um milhão de habitantes e possuir grandes reservas de gás e de petróleo, a metade da população é analfabeta e vive com menos de UM dólar por dia. As novas construções são ornamentadas com caveiras e grafites entrevista de Palocci na Globo: A arte de falar bem para não dizer nada.ameaçadores.
Propaganda: “Óculos que combinam com qualquer tipo de bolsa!” Você sabia dessa?
BAHIA e Salvador esqueceram do dia mundial do Meio-Ambiente. É só dar uma volta de carro pela cidade e ver o que estão destruindo do pouco de verde que ainda resta em Salvador : ex- Horto Florestal ; ex- Horto do Cabula ; ex- horto do Acupe de Brotas ; ex- florestas da Paralela ; ex- lagoas de Mussurunga e de Patamares ; ex-rios da Centenário ( ex-dos Seixos ) e do Imbuí ( ex- rio das Pedras ) ; ex-poligonais do Parque Pituaçu ( de 650 para menos de 350 Ha de áreas protegidas ) ; ex- Parque do Vale Encantado ( que querem eliminar , sem ter nascido nas plantas da PMS ), .... Será que daria para comemorar a data do Dia do Meio Ambiente na Bahia e em Salvador ?? mas é bom lembrar que : " a natureza não reclama , ela se VINGA ". ; o tempo vai mostrar quem está com a razão : o Criador da natureza ou os loucos que a destroem ! Rogério Horlle.
“O livro de Andrew Jennings sobre a lama da FIFA. Milhões de dólares escorrendo no ralo da corrupção. E mesmo assim, por aqui, Governo, Ministério Público, Congresso Nacional, ninguém faz nada. Continuamos de braços cruzados. A BBC de Londres denuncia Ricardão, apresenta provas, e por aqui nada fazemos. O repórter Andrew Jennings escreve o livro 'Jogo Sujo', Ricardão e Blatter são personagens. Eles foram obrigados a devolver U$ dez milhões aos cofres da Suíça. De novo, provas, e de novo por aqui nada fazemos. Até quando a "Bancada da Bola" vai segurar Ricardão? Até quando o Governo Federal, a Polícia Federal e Ministério Público vão fazer ouvidos moucos? Demorei a escrever essa postagem nesse domingo de tantas coisas ruins na tevê. Ataque de sucuris, brigas de galos nas Filipinas como atração turística e FHC de volta à Globo. De novo em campanha para a felicidade geral de alguns laboratórios. O Jogo Sujo continua em todos os setores do meu Brasil varonil que eu sonhei um dia ver mudar.”
Blog No Ataque.
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