“Meu filho não vai ser investigado”,
diz Zezé Perrella
O senador Zezé Perrella saiu em defesa do filho, o deputado estadual Gustavo Perrella, na tarde desta terça-feira na tribuna do Senado. “Meu filho não vai ser investigado”, disse.
Perrella fez uma analogia com a situação por que passa sua família. “É como você emprestar seu carro para alguém comprar um pão e esse carro é usado para traficar droga ou cometer um assassinato”, afirmou.
Perrella acusou a imprensa de querer atingir sua família a qualquer custo no episódio e disse jamais ter passado “um período mais difícil” na sua vida.
Em defesa de Gustavo, Zezé Perrella disse que o piloto, ao depor na PF, disse que seu filho não sabia de “absolutamente nada” sobre o que estava sendo transportado na aeronave.
Ele ainda chamou de “sacanagem” o “Farinhaço”, a manifestação na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na qual pessoas usaram farinha para simular cocaína.
Articulação comandada por Aécio Neves levou Zezé Perrella a se tornar suplente de senador. Família tem negócios no setor de alimentos, mas ganhou notoriedade e força política com o futebol
O episódio do helicóptero, de propriedade de uma empresa dos filhos do senador Zezé Perrella, apreendido com 450 kg de cocaína tem sido tratado com cuidado pela mídia, o que é justo, já que o caso ainda está sendo investigado e as responsabilidades serão apuradas. Esse zelo nem sempre foi tomado em outras ocasiões, mas algo que não foi explicado de forma didática pela mídia em geral são as relações dos Perrella com o meio político mineiro, fato pouco conhecido fora do estado.
Quem vê que o senador José Perrella de Oliveira Costa, Zezé, pertence ao PDT, partido da base aliada do governo Dilma Rousseff, pode ficar apenas na superfície de mais uma daquelas situações que expõem o caótico cenário político brasileiro. Suplente do senador Itamar Franco (PPS), ele se tornou titular com a morte do ex-presidente, mas isso só foi possível graças ao bom trânsito e à proximidade que tem com o presidenciável tucano Aécio Neves.
Nessa entrevista, de julho de 2011, quando se preparava para tomar posse, Perrella explicava sua situação. “Tenho um compromisso com as forças políticas que me elegeram, capitaneadas pelo senador Aécio Neves e pelo governador Anastasia. No plano nacional, realmente o nosso partido tem compromisso com a Dilma. Mas não posso esquecer também que pela Dilma nós perderíamos a eleição. Ela apoiou o (ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) Fernando Pimentel (PT). Sei que tenho compromisso com o partido, mas conversei com o presidente. Quero ter posição bastante independente. Obviamente não haverá alinhamento automático nem com a situação nem com a oposição. Acho que, no que for do interesse de Minas, vou votar com o governo do estado, e o que for interessante para o Brasil vou votar com o governo federal. Realmente a situação é complicada. Tenho dever de lealdade com as forças políticas que me elegeram, com Itamar Franco e Aécio.
Na mesma época, o jornalista Juca Kfouri foi taxativo: “mais uma herança que devemos a Aécio Neves”, disse, em 2011. “Foi ele quem fez a articulação pra por Zezé Perrella, do PDT, na aliança que elegeu tanto ele senador como o atual governador de Minas [Antonio Anastasia]. Foi Aécio Neves quem fez esse favor, compadre de Zezé Perrela, um compadrio do mesmo clube para qual ambos torcem… Mas, enfim, mais uma pra conta de Aécio Neves”.
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