Já escrevi e já falei em muitas entrevistas do prazer de se
morar no bairro de Santo Antônio, vila do interior, ilha perdida no oceano da
cidade grande. Aqui a gente conhece e fala com os vizinhos, com restrição -
claro! - àqueles que no passado, etc.... Coisas de província mesmo. A padaria,
a quitanda, o bar e os bancos do largo são centros de informação e de fofocas.
Também tem quem gosta de “se amostrar”, seja com o carro, o som nas alturas, as
anedotas de conquistas amorosas ou os discursos políticos. As associações são
muitas, se bem que raramente com mais de três membros. Autoproclamam-se
representantes da comunidade. O que, até prova em contrário, não são, já que a
comunidade é composta por uma infinidade de culturas e interesses.
Uma coisa porém, é certa: apesar de um punhado de eternos
biliosos, a esmagadora maioria gosta de todas as expressões culturais,
começando pelo excepcional trabalho de pesquisa musical desenvolvido pelo Grupo
Botequim, agora apoiado com firmeza pelo Fernando Guerreiro, presidente da
Fundação Gregório de Mattos. Só podemos desejar que, num futuro próximo, nossos
amigos obtenham alguma modesta verba, porque, até agora, para encantar muitas
centenas de fãs, que os músicos venham de Itapuã, Ribeira ou Imbuí, a gasolina
e o lanche saem do próprio bolso. Você acha justo? Consequência direta dos
eventos mensais, uma dúzia ou mais de ambulantes aproveitam para ganhar
sustento para alimentação da família.
Alguns se queixam de uma misteriosa cobrança de R$50,00 que
seria exigida para as barracas participarem da futura festa de Santo Antônio. É
bom lembrar que ninguém, absolutamente ninguém, a não ser prepostos da
prefeitura devidamente identificados, tem o direito de exigir qualquer
pagamento. E mais: deve-se exigir recibo com cabeçalho do órgão cobrador. É o
papel da imprensa informar e alertar eventuais abusos.
Estes deverão ser
denunciados sem demora.
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