terça-feira, 3 de março de 2015

LÁ NÃO TEM SANTO...

Agripino Maia foi sócio de empreiteira da Lava Jato




Denunciado pelo Ministério Público por receber R$ 1 milhão em propina, o senador Agripino Maia foi sócio de empreiteira investiga pela Operação Lava Jato
O senador José Agripino Maia (DEM-RN), denunciado no início da semana por suposto recebimento de propina, foi sócio de empresa investigada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O presidente nacional do DEM possuía cotas da Empresa Industrial Técnica (EIT) até agosto de 2008. Além disso, conforme denunciou a revista “IstoÉ”, nas eleições de 2010, o senador recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira.
Agripino também foi denunciado em delação premiada ao Ministério Público do Rio Grande do Norte por ter cobrado mais de R$ 1 milhão em propina de um empresário do Estado.
De acordo com denúncia feita pela “IstoÉ”, a empreiteira EIT foi o terceiro maior destino de recursos do estado quando esteve nas mãos da ex-governadora Rosalba Ciarlini, por meio de contratos com a secretarias de Infraestrutura, Estradas e Rodagem e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte.
De acordo com a revista, nem sequer na crise financeira, que fez o governo estadual atrasar pagamento a fornecedores e, até mesmo, aos servidores estaduais, que passaram a receber de forma escalonada, e reduzir os gastos com a Saúde, a EIT deixou de receber. À época, o governo afirmava que não tinha dinheiro para despesas básicas, mas gastava milhões nas obras do Contorno de Mossoró, empreendimento tocado pela EIT.
A relação de Agripino com a empreiteira antecede a vida pública do senador. Quando era recém-formado em engenharia, antes entrar definitivamente para a política, o democrata foi engenheiro de obras da empresa (1969-1972) e gerente regional para os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba (1972-1975), da qual se tornou sócio mais tarde.
Mudança – Envolvido em diversos escândalos, Agripino Maia foi candidato ao Senado em 2002 e 2010. Em declaração de bens apresentada à Justiça Federal em 2002, o senador apresentou documentos de um vasto patrimônio em imóveis, veículos, aplicações financeiras e participações em empresas, incluindo a referida empreiteira e uma concessionária de pedágios.
Entretanto, em 2010, mesma época em que recebeu doação da EIT para se candidatar, o senador declarou não possuir nenhum bem ou participação em empresas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De repente, Agripino Maia, um dos homens mais ricos do RN, não tinha mais veículo próprio, nenhum imóvel e nem mesmo saldo bancário.

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