Permita-me,
com o aval destas quatro décadas morando no centro histórico de Salvador, fazer
algumas sugestões sobre este mesmo espaço, tão belo e tão maltratado. Quem sabe
não poderão ajudar?
As gestões
anteriores trabalharam muito em muitos projetos para o bairro. Realizados? Só
duas pesadas publicações. Muito bem feitas, caras e totalmente inúteis.
Seria
bom, por exemplo, que o celebrado palco móvel do Pasqualino Magnavita (86) fosse
finalmente executado. Arrojado, contemporâneo, se inscreve com muita coerência no Largo do Pelourinho.
Que se concretizasse a tal “Vila Nova Esperança” em vez de promessas demagógicas cujas
vítimas são os moradores desalojados há oito anos.
Que as três praças do Pelourinho, objeto de um concurso nacional já ganho e com o vencedor - suponho - recompensado, fossem recuperadas.
Que a bizarra ideia de uma república de
estudantes espanhóis na Rua do Tesouro fosse finalizada (coitados dos
andaluzes).
Que a nova gestão tivesse mais respeito com a memória física da
primeira capital do Brasil, preservando as pedras portuguesas, parte de nossa
identidade, e pesquisando as cores e pigmentações originais para evitar o
desastre de fachadas que mais parecem mostruário de marca de tintas
industriais.
Que ao nobre Cruzeiro de São Francisco fosse evitado ser mero
estacionamento para a Polícia Civil e carros pessoais dos agentes.
Que, aliás,
também fosse resolvido o grave problema dos estacionamentos, caros e mal
mantidos.
Que fosse, uma vez por todas, resolvido o vergonhoso problema dos
1.500 imóveis vazios, alguns por falta total de consciência e patriotismo de
empresas desnorteadas.
Que fossem respeitados os moradores e trabalhadores da
Ladeira da Conceição.
E que fosse aplicada a Lei federal sobre barulho.
Terra civilizada não admite barulho.
Nunca.
Nunca.
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