segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

JANDAIA E TUPY

Rita Ramos

Hoje, passando mais uma vez na antes elegante Baixa dos Sapateiros, fico engarrafada bem na frente do Cine Jandaia. Observo e fico triste. 

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As memórias da cidade mais uma vez caindo. As histórias sendo "negligenciadas" , "apagadas" "descuidadas". Não sabemos a quem interessa tão desmazelo. 

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O Jandaia já foi uma casa de espetáculo muito maior que a nossa maior casa de espetáculo, o TCA. Nomes como Ary Barroso, Carmem Miranda marcaram presença no Jandaia. Mas, mais que "maior" é a história que o Jandaia tem nas suas "ruínas". 
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Ano passado, tive e feliz e audaciosa "sorte" de entrar no Jandaia por um dos seus "buracos" laterais. Fui com alguns alunos e tiramos fotografias. Fazia parte de nosso imaginário entrar no Jandaia , admirar e ficar triste. O Jandaia em processo de tombamento mas parece que por si já é tombado de cair sozinho ou com a nossa ajuda, nosso descaso. 

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Salvador  ou melhor a Bahia, vive sob a égide dos ensaios carnavalescos, do entretenimento cujo prazer é efêmero (tem quem goste). Efêmero porque "cansa" o que se diz de "Arte" e "música" na primeira capital do Brasil e também na terra de nomes como Assis Valente, João Gilberto, Gilberto Gil, Caetano Veloso , popular mas não pop  de Bule-bule, ou ainda as composições de Riachão. 
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Parece que a vaca foi pra o brejo ou nem pode tossir. Mas, "cuspimos" menos que uma "baianidade nagô" onde mistura na Bahia da matriz africana a desigualdade dos territórios e dos espaços democráticos das artes.  É preciso ver não somente o Jandaia. 

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Mas também o Tupy (se é que possível) que consegui entrar e funciona o espaço de filmes pornô (nada contra a pornografia)  mas o interior do Tupy também nos mostra arquitetura que vai buscar referências indígenas (se eu não estiver enganada) E mais, sou do tempo , não muito, mas na década de 90 o  nosso teatro era referência no Brasil.

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 A nossa dança idem..sem falar da arte popular. Não é "Axé music" que precisa ser repensada, mas sim o que se faz de qualitativo na Bahia. "Axé music" cansa, mas "você já foi à Bahia, não? então vá!"
 É um apelo sedutor que "axé music" não tem competência para sustentar no atravessar do século XX para o XXI..sendo assim, o que se faz de qualitativo na Bahia, é preciso repensar porque temos a carga histórica do Brasil. 
História é a importância que nos diz quem somos, quem podemos ser...oxalá não esteja 100% enganada :
Estamos bem? Vamos andando... 

TOMBAMENTO DO CINE-TEATRO JANDAIA

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