sábado, 12 de julho de 2014

E HAJA CIRCO!



Desta vez, o elefante caiu no meio da platéia. Os comerciantes do Pelourinho não agüentam mais tantas festas que os obrigam a fechar a loja, o restaurante ou a pousada porque chegou a parafernália de mais um evento cujas conseqüências serão negativas para a sobrevivência dos que pagam impostos, aluguel, água (que falta dia sim, dia não), energia (que também some a cada instante), mais o salário dos funcionários e o diabo a quatro.

No sábado 30 de junho, caminhões e mais caminhões invadiram o espaço entre a Igreja de São Francisco e o Cruzeiro com as elefantescas estruturas de um evento dito musical. Tratava-se da gravação de um DVD da banda Babado Novo com a substituta da Cláudia Leitttte. Outra mocinha bonitinha cujos dotes vocais tudo devem ao microfone, desafinos incluídos. 



Durante quatro dias, comerciantes, fotógrafos, turistas, deficientes físicos e moradores perderiam direito a seu espaço. Jornalistas estrangeiros hospedados nos confortáveis hotéis do bairro foram transportados às pressas para a orla. No dia seguinte ao show, os que não puderam sair rodaram a baiana na recepção das pousadas. 
Ninguém acreditou que a Bahiatursa - que sugeriu o majestoso cenário - não tivesse avisado antecipadamente dos transtornos. Mas o pior é que o comando da Polícia Militar e o IPHAN (quem diria?) também deram seu acordo, devidamente protocolado.

O Pelourinho continua vítima de todos os oportunismos. As diversas autoridades envolvidas ainda não entenderam a importância de termos um bairro considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. 
Qual a motivação que leva nossos governantes a impor barulheira e baderna a este bairro, senão a escancarada apelação a caça de votos fáceis?


Entretanto uma jóia barroca cai aos pedaços. Estou falando do conjunto das duas igrejas e convento de São Francisco que, em outras terras, seria mantido com todos os cuidados que tal tesouro merece. Sorria...

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