quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

MAIS UMA ALIENADA!

'Mendigo não tem direito de cidadão', afirma vereadora Leila do Flamengo

Fala de parlamentar na Câmara Municipal causou polêmica

CHRISTINA NASCIMENTO
Rio - Menos de um mês após um vereador de Piraí sugerir que mendigo deveria virar ração para peixe, uma outra declaração envolvendo o mesmo assunto voltou para as rodas de discussão, por revelar a falta de sensibilidade social de alguns políticos no país. A vereadora Leila do Flamengo (PMDB), em discurso na quarta-feira no plenário da Câmara do Rio, afirmou que mendigo não tem o mesmo direito que os cidadãos. Nesta quinta-feira, ao comentar o assunto, ela não hesitou ao afirmar que a grande maioria das pessoas mora na rua porque quer. 
“Defendo as famílias e os moradores, não os desocupados. (...) Não estamos falando aqui em discursos hipócritas, de querer dizer que o mendigo tem o mesmo direito que os cidadãos”, afirmou ela, no plenário. Questionada, a vereadora garantiu que a sua fala é reprodução do que ouve das pessoas nas ruas. 
Segundo a vereadora, o público que perambula nas calçadas é formado principalmente por homens fortes e bêbados, prontos para o trabalho, mas que preferem ficar sem fazer nada. Suas falas pesam inclusive sobre sua própria origem e história de vida. Nascida em Natal, capital do Rio Grande do Norte, mas criada no Rio, ela defende o retorno de pessoas que vivem de mendicância para sua terra natal. “Eu, com 16 anos, tomava três ônibus para trabalhar. Mas tinha uma base boa. Minha família tinha condições, mas perdemos tudo. Fomos à luta. Não fomos para a rua”, compara.
Leila critica programas populares
Apesar de dizer que defende uma política social e o retorno do projeto da Fazenda Modelo — casas de vivências mantidas pelo município —, para abrigar quem vive na rua, a vereadora escorrega de novo no preconceito para justificar como o problema de moradores de rua surgiu na cidade:
“Aumentou a mendicância no Rio devido a esses programas de R$ 1. Faltou também controlar crescimento de moradias nas áreas verdes. A população achava que vir para o Rio era só para invadir. O comerciante que paga impostos, gera emprego, tem que competir com o mercado que surge na porta dele”.

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