O domingo 28
de fevereiro foi marcado, para os amantes da música clássica, por um evento
inesperado. O concerto programado pela Orquestra Sinfônica da Bahia na igreja
de São Francisco tinha atraído tanto público para o centro histórico de
Salvador que muitos tiveram que ficar em pé. Mas a OSBA não tocou.
Como
explicou o regente Carlos Prazeres, ela não tinha a mínima condição de tocar
sinfonia nenhuma, fosse de Mozart, Mahler, Beethoven ou Bruckner, já que a
execução requer uma orquestra completa, ou seja entre 80 e 115 componentes.
Ora, nossa orquestra estatal tem muito menos de 50 músicos! Assim que, para não
frustrar a assistência, foi-nos oferecido um concerto de solistas. O que,
aliás, contribuiu para entender a excelência dos componentes deste Titanic
musical.
E como
estranhar a indiferença de nossos governantes se eles não têm a mínima cultura?
Algum leitor já observou, nestes últimos 30 anos, algum prefeito assistindo com
sua família a um balé ou um governador visitando uma exposição que não seja de
gado? Já sentou ao lado de algum secretário durante um concerto na Reitoria ou
constatou a presença de um deputado para lançamento de livro que não fosse
sobre assunto político de sua atual ideologia? Algum governador alguma vez se
lembrou de convidar um quarteto para tocar no palácio de Ondina? Agora, nos
camarotes do carnaval lá estão eles todos acenando para o Bel Marques e a
Claudia Leitte!
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