Dilma avalia com ministros efeito das manifestações no impeachment
Presidente reuniu coordenação política no dia seguinte aos protestos de rua.
Manifestações deste domingo (13) foram as maiores contra governo Dilma.
A presidente Dilma Rousseff reuniu na manhã desta segunda-feira (14) integrantes da coordenação política do governo e ministros indicados por partidos da base aliada para, entre outros assuntos, analisar os efeitos dos protestos deste domingo (13) no processo de impeachment que tramita no Congresso Nacional.
A petista aproveitou o encontro semanal da coordenação política do governo para avaliar estratégias que ajudem a garantir votos mínimos de parlamentares para barrar seu afastamento do Palácio do Planalto. Ao final da reunião, que durou cerca de uma hora e meia, um assessor da presidente disse que a conclusão à qual eles chegaram foi de que os protestos deram "caldo" para a oposição intensificar o discurso pró-impeachment.
Segundo a assessoria da Presidência, foram chamados para a reunião de coordenação política os ministros José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), Edinho Silva (Comunicação Social), Jaques Wagner (Casa Civil), Gilberto Kassab (Cidades), André Figueiredo (Comunicações), Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), Marcelo Castro (Saúde) e Carlos Vieira (interino da Integração Nacional), além dos líderes do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), e no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).
As manifestações deste domingo foram as maiores já registradas contra o governo Dilma. Além da presidente, também foram alvos constantes dos manifestantes o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.
Segundo levantamento do G1, a Polícia Militar contou 3,6 milhões de pessoas nas ruas do país, e os organizadores, 6,8 milhões. O maior número de participantes havia sido registrado no protesto de 15 de março do ano passado: 2,4 milhões, segundo a PM, e 3 milhões pelos dados dos organizadores.
Os protestos deste domingo ocorreram em mais de 300 municípios. O maior protesto ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo.
Processo de impeachment
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar na próxima quarta-feira (16) o recurso apresentado pela Câmara contra a decisão da Corte de barrar o rito do processo de impeachment de Dilma que havia sido definido no ano passado pela direção da casa legislativa.
A intenção do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é retomar as discussões sobre a instalação da comissão especial que analisará o caso já no dia seguinte à decisão do STF.
O processo está paralisado na Câmara desde o fim do ano, quando os ministros anularam a eleição de uma chapa alternativa de deputados – não indicada por líderes – para compor a comissão especial que analisará o pedido de afastamento da presidente da República. O grupo anunciado em 2015 era majoritariamente formado por opositores de Dilma.
Antes de divulgar a nota, Dilma reuniu ministros no Palácio da Alvorada. Estiveram presentes na residência oficial da presidente da República os ministros da Casa Civil, da Comunicação Social, da Defesa, da Secretaria de Governo e da AGU.Reunião de emergência
Na noite de domingo, o Palácio do Planaltodivulgou nota à imprensa na qual destacou o caráter pacífico dos protestos e defendeu que a "liberdade de manifestação" é própria das democracias e deve ser respeitada.
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