MIJAM PELAS RUAS DA URBI
MARCELO TORRES
Poema póstumo,
ditado do além por Gregório de Mattos e Guerra,
psicografado em conhecido mas não divulgado Centro Espírita de Salvador,
cujo nome não se declina para preservar sua reputação. O poema:
Um certo Manoel Ferreira
Oriundo de Lisboa
Gran fidalgo da Coroa
Moço de cheia algibeira
Vivia a gabar-se à-toa.
Afirmava que seu malho
Se arreitado como um galho
Medido do pé à ponta
Quando o culhão se desconta
Dá dois palmos de caralho
Mas uma Luiza Benta
Tendo sido desprezada
Por Ferreira e mal-fadada
Uma peçonha inventa.
Diz que a pica tão gabada
Perecia seu mindinho
Que o troço pequenininho
Nem no cono se sentia
Que só tinha u’a
serventia
Comer cú de passarinho.
O Ferreira ultrajado
Passou na rua a mijar
Intentando recobrar
Ao exibir o cajado
Sua fama de além-mar.
E se as damas gostaram
Os homens o imitaram
E até hoje na Bahia
Mostrar o pau é mania.
Os baianos não reparam
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