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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

PERDENDO A IDENTIDADE


Resultado de imagem para FOTOS DE LAMBE-LAMBE SALVADOR
Você se lembra dos lambe-lambe da Praça da Piedade? E dos engraxates do Terreiro do Jesus com seus tronos forrados de retalhos coloridos? Até os carros de cafezinhos – organizei 12 concursos em 20 anos – estão desaparecendo. Nas ruas, os pregões de vendedores de frutas, peixe ou mugunzá silenciaram.

Os trios nordestinos foram expulsos do centro histórico e da feira de São Joaquim. Os cordelistas perderam de forma truculenta – obrigado prefeito! -  seu ponto de venda na Praça Cairu.  Desde o Carneiro Exterminador do Futuro, Salvador vai chorando seu suntuoso calçamento de pedras portuguesas. Em troca, placas de concreto emolduradas por tiras de granito. Haja impermeabilização e microclima! É a estética da tecnocracia. Cultura, sensibilidade, referências históricas? Caretice.

Os casarões tombados pela UNESCO, também são tombados pela prefeitura com benção do IPHAN. Em poucos meses 31 despareceram e parece que, na ladeira da Poeira, a famigerada parceria tenciona “tombar” mais alguns. Ao longo da orla, desaparecem as árvores, vítimas da motosserra municipal. São substituídas por curiosos arranjos de palmeiras asfixiadas em potes de concreto. A deprimente moda contagiou a Baixa dos Sapateiros. 





Entram novos atores com simplórias ideias renovadoras. O improvável casamento de posto de gasolina com módulo policial sonha melhorar os quiosques de praia. Você não gostava dos antigos, bem simples, redondos, com palha de coqueiros lembrando a África? Agora tem mais vidraça que aquário e desde já compadeço com quem trabalhará nestes micro-ondas. Aliás, esteja certo, amigo leitor, que as cervejarias vão entrar em peso. 
Os antigos proprietários que se danem. Água de coco? Tás brincando!


Resultado de imagem para FOTOS PLANO INCLINADO DO PILAR E por falar em micro-ondas, agora também temos um no bairro de Santo Antônio: o Plano Inclinado do Pilar. Um requinte de tortura para quem é obrigado a usar, e pior ainda para quem lá trabalha.

Roubaram-me a Bahia de Dorival Caymmi e Ary Barroso.


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