Páginas

terça-feira, 18 de agosto de 2015

SEITA ESCRAVIZA

Polícia Federal recolhe provas contra seita acusada de escravizar fiéis

Seita já teria convencido cerca de 6 mil pessoas a entregar todos os bens e a viver em comunidades religiosas sob a promessa de dividirem os lucros


Resultado de imagem para fotos pastores seita mineira

Nesta segunda-feira (17) a Polícia Federal fez uma operação em três estados para recolher provas e para prender integrantes de uma seita.
A polícia prendeu seis pessoas durante a operação. Entre elas, o pastor Cícero Vicente de Araújo, apontado como um dos líderes do grupo.
Pastor Cícero Vicente de Araújo: Faz 17 anos que eu espero a oportunidade de falar.
Jornal Nacional: O que o senhor quer falar, então?
Pastor Cícero Vicente de Araújo: Para imprensa só depois.
A Polícia Federal acredita que a seita "Jesus, a Verdade que Marca" já teria convencido cerca de seis mil pessoas a entregar todos os bens e a viver em comunidades religiosas sob a promessa de dividirem os lucros. Só que isso não acontece.
“São deslocadas para fazendas, onde trabalham em regime de escravidão, não recebem remuneração alguma, têm a sua liberdade de locomoção cerceada”, diz o delegado da Polícia Federal João Carlos Girotto.
Nas fazendas, eles plantam café, laranjas e criam gado, como em uma em Mindurí, no sul de Minas Gerais. Um homem, que se apresentou como integrante da sociedade, negou a existência de trabalho escravo.
“Aquilo que é necessário, aquilo que a gente precisa, nós temos de tudo. Aqui não tem serviço escravo”, afirma o homem.
De acordo com a Polícia Federal, o patrimônio conseguido pela quadrilha com doações dos fiéis e com o trabalho nas fazendas pode passar de R$ 100 milhões. A seita também controla empresas, como postos de combustíveis e restaurantes, mantidas em nome de laranjas.
“São pessoas que estão constando como laranjas de empreendimentos num complexo sistema de lavagem de dinheiro”, diz o delegado da Polícia Federal Thiago Severo de Rezende.
A Polícia Federal ouviu 47 pessoas em Minas, São Paulo e Bahia. E apreendeu carros, documentos e computadores. Os investigadores também pediram o bloqueio de contas bancárias e imóveis dos envolvidos.
“Há uma discrepância absoluta. Os fiéis em fazendas, com situações precárias, e os líderes do grupo religioso ostentando riqueza e adquirindo bens de considerável valor”, afirma João Carlos Girotto.
O Jornal Nacional tentou entrar em contato com representantes da seita, em São Paulo, onde existe um templo, mas não encontrou ninguém. Um vereador de São Vicente de Minas, Miguel Donizete Gonçalves, do Partido Trabalhista Cristão, está entre os presos. O advogado dele não quis se manifestar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário