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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

REDUÇÃO DOS SALÁRIOS DOS VEREADORES

Movimento defende redução de 90% no salário dos vereadores de Curitiba

Iniciativa foi criada na internet por um estudante de direito. Ele diz que se inspirou em cidades do interior, onde moradores tiveram êxito.


m estudante de direito de Curitiba decidiu iniciar um movimento para baixar os salários dos vereadores da capital paranaense. Tiago Regis se inspirou nas iniciativas populares que levaram os parlamentares de outras duas cidades paranaenses a reduzirem os subsídios que recebem. Ele quer que os vereadores da capital passem a receber apenas 10% do valor atual, ou seja, cerca de R$ 1,5 mil.
Régis acredita que os vereadores de Curitiba ganham mais do que deveriam. Atualmente, eles recebem R$ 15.156,70 por mês. Já o presidente da Câmara ganha um pouco mais, R$ 19.703,71.

A proposta não foi bem recebida pelos vereadores. Eles alegam que o valor é muito baixo para cuidar do trabalho legislativo na capital. “É impraticável. É impossível para uma cidade de Curitiba”, afirma o vereador Paulo Salamuni (PV). Já o presidente da Casa, Ailton Araújo (PSC), questiona se haveria interessados para assumir a Câmara, caso a proposta fosse aprovada. “Você deixaria a sua empresa, você deixaria o seu negócio, para vir trabalhar por R$ 1,5 mil?”
Para o estudante, a iniciativa pode ajudar na mobilização dos moradores em torno do Legislativo. A página criada por ele na internet, em apenas dois dias, teve mais de 58 mil acessos.  “Parte disso [altos salários], a culpa também é da população. Porque a gente não tem a cultura de acompanhar os nossos candidatos, depois que eles são eleitos. Então, para querer mudar, temos que mudar a gente primeiro”, diz Régis, que já começou a coletar assinaturas para apresentar o projeto na Câmara Municipal. Ele precisará de 63 mil assinaturas para apresentar a proposta de iniciativa popular.
Para Salamuni, que é líder do governo na Câmara, a proposta é inviável em virtude do trabalho exercido pelos parlamentares. “Isso é impossível você ter um trabalho diuturno, com um salário, um subsídio desse, no município de Curitiba”, afirmou. Já Araújo afirmou que não deixará de votar o projeto. No entanto, já se posicionou contra a medida. “Se esta é a consideração que se tem com um vereador, o vereador teria que pegar o boné e ir embora para casa. Se ele quer vereadores de R$ 1,5 mil, eu estou fora”, afirmou.
O vereador Jonny Stica (PT) pontuou que o projeto tem cunho populista. “Populismo, um pouco de ocasião, oportunidade em criticar a política, porque a política está muito mal mesmo, mas não é a saída diminuir os salários, porque o impacto financeiro disso é muito pequeno. A questão é valorizar os bons políticos. E aqueles que não estão fazendo um bom trabalho, que sejam retirados dos seus papéis de representar a população”, acredita.

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