“Uma
casa feita de caco e transformada em flor”. Era assim que Gabriel Joaquim dos
Santos se referia à residência que passou décadas esculpindo. Gabriel
recolhia o que encontrava pela frente para adornar a casa - cacos de cerâmica,
de louça, de vidro, de ladrilhos, lâmpada queimada, bibelôs, conchas,
correntes, tampos de metal. O que já aparentava não ter mais função foi
transformado pelas mãos do artista em esculturas, réplicas e mosaicos, e
incorporado à casa, considerada uma espécie de “barroco intuitivo”.
Nascido em 1892, filho de um escravo com uma índia, Gabriel trabalhava na roça e alfabetizou-se com 36 anos. Levado por seus sonhos, fantasia e imaginação, começou a “bricolage” de sua casa em 1923. A obra durou até o artista falecer, em 1985. Um ano depois, a residência foi tombada como patrimônio cultural fluminense pelo Inepac, considerada expressão ímpar da arquitetura espontânea popular.
A Casa da Flor e sua arquitetura fantástica já foi tema de dezenas de debates, artigos e de documentários, entre eles O Fio da Memória, de Eduardo Coutinho. Também foi criada a Sociedade de Amigos da Casa da Flor, liderada pela professora e pesquisadora Amélia Zaluar, para preservação e divulgação do imóvel. Amélia é autora do livro A Casa da Flor, Tudo Caquinho Transformado em Beleza, lançado em dezembro de 2012.
Atualmente a Casa da Flor é zelada pelo sobrinho de Gabriel, Valdevir Soares dos Santos, que relembra com carinho a história do tio aos visitantes.
SERVIÇO
Endereço:
R. dos Passageiros, 232
Email: casadaflor_instituto@yahoo.com.br /ameliazaluar@yahoo.com.br
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